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Poetizando na Umbanda – Round 1

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Nesse episódio, nós vamos ouvir algumas poesias passadas pelo Pai Antônio que trazem grandes ensinamentos espirituais. E eu também vou contar para vocês uma experiência que aconteceu na minha família. Espero que vocês gostem.

Transcrição do Episódio

E por falar em poesias, faz um tempo já que eu não posto nenhuma poesia para vocês ouvirem, né? Então, nesse episódio, eu vou tirar o atraso e eu vou postar algumas poesias que eu recebi do plano espiritual. Eu acho que eu vou dedicar esse episódio apenas às poesias! O que vocês acham?

Tem algumas poesias que eu recebo que são verdadeiras histórias! São poesias enormes que contam a história das Entidades. Vocês já tiveram a oportunidade de ouvir várias delas aqui no podcast, né? Mas tem outras poesias que eu recebo que são poesias curtas. São apenas alguns versos que o Pai Antônio me passa, vez ou outra, e que eu acabo anotando.

Eu acho que eu vou pegar um ou outro episódio para recitar para vocês essas poesias curtas. São poesias que não tomam muito tempo, então eu acho que dá para gravar várias delas num único episódio. E apesar delas serem pequenas, nem por isso deixam de trazer mensagens edificantes.

Bom, a primeira poesia que eu vou recitar para vocês, eu coloquei o título de “sintonia”. Porque o título, pelo menos, sou eu que escolho! A espiritualidade me passa a poesia e depois eu escolho um título que eu acho que combina com o assunto.

Nessa primeira poesia que eu vou recitar, o Pai Antônio fala sobre o comportamento de algumas pessoas encarnadas. Espero que vocês entendam… da mesma maneira que eu entendi.

Às vezes, a mente perturbada
provoca armadilhas e ciladas
deixando os filhos desesperados
de coração triste e angustiados.

Nessas horas de desespero,
os filhos correm para o terreiro,
buscando alívio para suas dores,
querendo afastar os obsessores.

Mal sabem os filhos queridos
que muitos espíritos atendidos
às vezes são mais necessitados
de serem, dos filhos, libertados.

Não existe prisão mais dolorida
do que as pendências mal resolvidas
impedindo o espírito desencarnado
de subir a planos mais elevados.

Então, ao se sentirem perturbados,
questionem quem são os culpados
por manter a sintonia mais baixa
atraindo espíritos da mesma faixa.

Eu não sei se vocês perceberam, mas o que me chamou muito a atenção nessa poesia foi a advertência que o Pai Antônio deu com relação aos vínculos espirituais que nós mesmos criamos com os espíritos desencarnados.

E é engraçado isso, né? Porque às vezes a pessoa vai no terreiro querendo se livrar de um espírito obsessor. E ela realmente tem um espírito que acompanha ela para toda parte, que acaba influenciando nas suas atitudes, que acaba provocando determinadas situações.

Só que muitas vezes, é a própria pessoa que não deixa o espírito seguir em frente. Isso acontece muito quando a pessoa tem um ente querido que partiu. A pessoa desencarnou… ela ainda está naquele estado de perturbação do lado de lá, só que a outra pessoa que ficou aqui na Terra, seja companheira, seja pai, seja filha… alguém que gostava muito daquela pessoa que partiu, não pára de pensar na pessoa. Fica com aquele pensamento obsecado, sabe?

E esse pensamento obsessivo acaba prendendo a pessoa do lado dela. E eu estou falando isso, gente, porque isso aconteceu na minha família. Eu tinha um irmão mais velho que desencarnou com quinze anos de idade. E o meu avô era muito apegado ao meu irmão mais velho. Daí, quando aconteceu aquela fatalidade, que ninguém estava esperando, foi um baque para toda família, né? Os meus pais ficaram desconsolados! Só que o meu avô… ele entrou num estado de pensamento obsessivo tão grande no meu irmão, que algumas coisas estranhas começaram a acontecer na minha casa.

Depois de meses da morte do meu irmão, o meu avô ainda ficava pensando nele dia e noite! Ficava trancado no quarto, acendendo incenso, colocando comida no altar. Porque o meu avô era budista, né? E os budistas tem esse costume de acender incenso e oferecer comida para os familiares que já se foram.

E eu lembro, eu era pequeno, eu divia ter uns nove anos… que a gente via o meu irmão à noite, andando pela casa, entrando no quarto do meu avô, sentando na cama. E aquilo começou a perturbar. Começou a perturbar a mim, começou a perturbar a minha mãe, começou a perturbar o meu outro irmão mais novo que, na época tinha cinco anos.

E coincidentemente, naquela época o meu pai estava frequentando um centro espírita. E teve uma sexta-feira que baixou uma Entidade lá no centro chamou o meu pai e disse assim: “Olha, fala para aquele senhor que mora na sua casa, para parar de pensar no menino que partiu, porque o pensamento dele não está deixando o menino sair de lá”.

E o meu pai entrou em choque, né? Porque até então, ele achava que era imaginação minha e do meu irmãozinho. Sem contar que ele não conhecia ninguém no centro espírita que ele estava indo. Ninguém lá sabia da morte do meu irmão mais velho.

Eu sei que o meu pai chegou em casa naquela noite e quebrou o pau com o meu avô. Daí falou para o meu avô que não era mais para ficar pensando no meu irmão, que isso estava fazendo mau para ele no plano espiritual. Que o comportamento do meu avô não estava ajudando em nada.

E o meu avô, apesar de ter um jeito meio fechado, era uma pessoa bastante espiritualizada e de bom senso. Daquele dia em diante o meu avô mudou de comportamento. Ele fazia as preces dele lá, uma vez por dia, mas deixou de ter aquele pensamento obsecado de antes. Passou a se relacionar mais comigo e com meu outro irmão. E a gente parou de ver o espírito do meu irmão mais velho andando pela casa.

E assim, eu contei essa experiência para vocês que aconteceu com a minha família para tentar explicar que, muitas vezes, nós encarnados é que somos os obsessores dos espíritos que partiram. Porque através do nosso sentimento, do nosso apego, a gente acaba prendendo as pessoas que estão desencarnadas do nosso lado. E isso, para o espírito, é uma coisa terrível! Às vezes, ele quer ir embora, mas não consegue!

Então, gente! Tomem muito cuidado com o pensamento e o sentimento de vocês, principalmente com relação aos seus familiares que partiram. Mandem sempre pensamentos positivos, de carinho, de amor. Porque é isso que vai fazer bem para eles do lado de lá. Bom, vamos passar para a segunda poesia aqui, senão eu não paro de falar!

Essa segunda poesia, fala sobre uma palavra que tem seis letrinhas. Vamos ver se vocês adivinham que palavra é essa antes de chegar no final da poesia:

Existe uma palavra
tão simples na aparência,
mas capaz de modificar
toda sua existência!

Palavra irmã do amor
e prima da compaixão,
que traz alegria na vida
e alívio no coração!

Existe uma palavra
tão singela, tão bonita!
Bela quando é falada
e linda quando é escrita!

Palavra que nos acalma,
cicatrizando todo o rancor.
Remédio suave da alma,
analgésico para a dor!

São apenas seis letrinhas
que brilham em profusão
em um sentimento sublime
quando pedimos PERDÃO!

Não é bonitinha essa poesia? E quanta verdade que o Pai Antônio colocou nesses versos! Logo no início, o Pai Antônio fala que o sentimento de perdão é capaz de transformar toda a sua existência. O sentimento de perdão é capaz de mudar o seu futuro! E eu não estou falando de pedir perdão. Eu estou falando de perdoar! Porque o perdão também é uma forma de caridade, né? O perdão é uma forma de demonstrar compaixão pela outra pessoa. E o perdão traz um alívio muito grande para o coração. Não apenas para a pessoa que recebe o perdão, mas principalmente para a pessoa que perdoa.

Como a poesia fala, o perdão tem a capacidade de cicatrizar toda mágoa, todo rancor, toda revolta que possa existir na nossa alma. O perdão é um analgésico para a nossa dor!

Vocês já ouviram a história do Ghandi? Do Mahatma Ghandi? Teve uma vez que um reporter chegou para ele e perguntou assim: “Ghandi, quantas vezes você já perdoou alguém nessa vida?”. Daí o Ghandi virou para ele e falou assim: “Nenhuma!”. E o reporter arregalou os olhos, né! Como assim? Você, uma pessoa tão espiritualizada e nunca perdoou ninguém?”. Daí o Ghandi serenamente respondeu: Sim! Eu nunca perdoei ninguém. Porque eu nunca me senti ofendido ao ponto de ter que perdoar!”. Não é lindo esse ensinamento? Eu não perdoo você porque eu não me sinto ofendido! Que grandeza desse espírito de pensar assim, não é mesmo?

E vamos lá, para a terceira poesia de hoje:

Essa poesia, eu coloquei o nome de “Pedaço do Céu”, sei lá… porque é são palavras que se repetem durante a poesia. E na verdade, se vocês prestarem atenção, vocês vão ver que essa poesia fala de um terreiro:

Existe um pedaço do Céu
perdido num bairro afastado.
Uma pintura viva sem pincel
feita por anjos iluminados.

Na entrada tem uma cruz
refletindo o amor do Cristo.
Quanto mais vejo aquela Luz,
mais no caminho eu persisto.

Existe um pedaço do Céu,
entre um portão e um muro.
A minha casa, o meu quartel,
onde eu me sinto seguro.

Lugar feito de simplicidade,
carinho e muitos abraços.
Onde brilha a felicidade
do amor que habita o espaço.

Existe um pedaço do Céu
escondido entre velhos tijolos,
onde os anjos, em carrossel,
se deslocam até o solo.

Nesse cantinho cheio de amor,
a bondade vem e se instala,
os meus dias se enchem de cor
em um lugar chamado Senzala.

É linda essa poesia, né? O terreiro, para mim é isso! Nada mais é do que um pedacinho do céu, um pedacinho de Aruanda que se manifesta aqui na Terra, inclusive com os seus habitantes. Se você frequenta um terreiro de Umbanda e você tem um pouquinho de sensibilidade mediúnica, você consegue perceber a energia maravilhosa que se desloca no ambiente durante as giras. É exatamente o que a poesia diz: “É quando os anjos, em carrossel, se deslocam até o solo”. Eu sou suspeito para falar, mas gira de Umbanda é tudo de bom!

Vamos ouvir mais uma poesia?

Quando negro trabalha na Umbanda,
As pessoas vem logo preguntar:
"Preto-Velho, se tu quebra demanda,
Por que não vem me ajudar?"

Negro fica pitando o palheiro,
Deixando a fumaça fazer limpador.
Enquanto os filhos choram no terreiro,
Negro-velho faz trabalhador.

Porque essa é a maior caridade
Que preto-velho vem oferecer,
Trazendo a Divina Verdade,
Que faz a alma se engrandecer!

Muitos filhos que chegam na Umbanda,
Não tem nem lugar pra ficar,
Mas encontram uma alegria tanta,
Que faz a alma querer descansar.

Então negro-velho começa o trabalho,
Incentivando as pessoas na luta.
Mas quem quiser polir o assoalho,
Primeiro tem que mudar de conduta.

De nada vale pedir um milagre
Para curar a doença legítima,
Enquanto a alma viver no vinagre,
Esquivando-se da reforma íntima!

Essa poesia que o Pai Antônio passou serve como um alerta para as pessoas que vão no terreiro apenas para pedir ajuda. Porque tem muita gente que pensa que terreiro só serve para isso, né? Para melhorar a vida delas. E realmente o terreiro vai melhorar a vida delas, mas não do jeito que elas estão pensando. Porque o terreiro vai melhorar a vida delas como espírito e não deixar a vida material mais confortável.

O conforto da matéria é o que menos interessa para os nossos guias espirituais. O que eles querem realmente é que a gente cresça, que a gente se fortaleça. E para isso eles não medem esforços. Daí, o Pai Antônio fala na poesia que às vezes as pessoas vão conversar com ele, pedem para ele ajudar. E enquanto elas ficam lá se lamuriando, ele vai trabalhando o emocional daquela pessoa, ele vai trabalhando as energias. E a pessoa começa a se sentir bem sem se dar conta disso.

Porque a verdadeira caridade não é dar o peixe, mas sim ensinar a pessoa a pescar. É lógico que no começo, a pessoa está tão mal, que ela precisa de uma ajuda externa. Ela precisa de um empurrão inicial. Mas depois que as entidades tratam daquela pessoa e reequilibram ela, o que elas incentivam é que a pessoa parta para a luta! Só que para isso, a pessoa tem que mudar a sua conduta perante a vida e perante si própria. Essa é a parte mais difícil e que as Entidades não podem fazer nada para ajudar a não ser aconselhar da melhor maneira possível.

O final da poesia é muito bonito, né gente! Serve para aquelas pessoas que vão no terreiro pedir para a Entidade curar de alguma enfermidade. O Pai Antônio fala assim: “de nada vale pedir um milagre, para curar uma doença legítima, enquanto a alma estiver no vinagre e se esquivar a reforma íntima”.

Você quer ter um corpo saudável? Então você precisa ter primeiro a sua alma saudável. E a gente consegue isso apenas com uma reforma íntima, com uma reforma profunda nas nossas condutas, nos nossos pensamentos, nos nossos sentimentos.

Bom, gente, eu tinha separado mais umas poesias aqui para falar, mas eu acho que vou deixar para os próximos episódios. Eu, pelo menos, já tenho bastante material aqui para refletir sobre o episódio de hoje!

Hoje eu recebi uma mensagem da Ívila que eu achei muito engraçado. Às vezes eu pergunto nos episódios se vocês gostam das poesias do Pai Antônio, né? Daí a Ívila escreveu um e-mail para mim falando assim: “Eu detesto poesia! Eu acho uma canseira, mas as poesias do Pai Antônio são contos, são verdades, são fatos que aconteceram e que trazem tanto conhecimento que eu Adoro! Eu dei muita risada com esse comentário dela.

Um grande abraço para você, minha irmã! Desculpa ter falado assim da sua mensagem de repente, mas é que coincidiu de eu estar gravando esse episódio e receber o seu e-mail. Justamente esse episódio que eu falei só de poesia!

Muito obrigado, Ívila, por ter entrado em contato! E olha… a sua sugestão está anotada, viu!!! Eu vou pensar com muito carinho num jeito de formatar essa sua ideia de uma maneira legal! E se vocês que estão ouvindo não sabem do que eu estou falando, é porque não é para saber mesmo, tá! É supresa!

Então, hoje a gente fica por aqui. Obrigado pela companhia. E não deixem de ouvir os outros episódios do Alma de Poeta. Nós estamos na sua plataforma de áudio preferida. Se você ouve Spotify ou Deezer ou Amazon Music. Ou então se você acessa o Google Podcast, o Apple Podcast, o Youtube… Procura lá pelo Alma de Poeta!

Ou se você preferir, pode acessar o nosso site “almadepoeta.com.br“. Lá você também vai encontrar todos os episódios e vai poder mandar uma mensagem para mim! Um grande abraço para vocês, fiquem com Deus e até o nosso próximo encontro!

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