Transcrição do Episódio
E aí, família do axé! Galerinha da Umbanda! Está todo mundo bem? Vamos ouvir mais um episódio do Alma de Poeta? No episódio de hoje, eu vou recitar mais uma poesia recebida do plano espiritual. Eu não sei se vocês gostam, se vocês não gostam, mas essas poesias que eu recebo do Pai Antônio me fazem muito bem. Muitas dessas poesias são histórias de vida de outras Entidades. São histórias que as Entidades contam e que o Pai Antônio transforma em versos. E esses versos, vem recheados sempre de muito ensinamento, de muita sabedoria. São lições de vida que, se a gente souber interpretar da maneira certa, vai acrescentar muito à nossa evolução espiritual. Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e nesse podcast a gente fala sobre Umbanda, Espiritualidade, Mediunidade e poesias.
A poesia que eu vou recitar hoje aqui para vocês fala sobre a experiência que uma pessoa teve aqui na Terra com uma doença que pouca gente conhece. Eu mesmo nunca tinha ouvido falar dessa doença e depois que eu recebi a poesia, eu me interessei e fui pesquisar mais sobre o assunto. Essa doença é popularmente conhecida como fogo selvagem.
Eu, até hoje, não conheci ninguém que tem essa doença. Essa é uma doença muito rara em que os anticorpos da pessoa ataca e destrói as células da pele. E quando eu falo pele, eu estou me referindo às mucosas também, né? Boca, nariz, garganta, órgãos genitais… E essa doença é tão terrível que ela causa bolhas que se transformam em feridas e que provocam uma sensação insuportável de queimação e muita dor.
Na época que esse espírito viveu aqui na Terra, essa doença era muito pouco conhecida e não tinha nenhum tipo de tratamento para ela. Apesar dos recursos financeiros que aquela pessoa tinha na época, porque ela era muito rica, todos os bens materiais que ela possuía, não ajudaram em nada. A medicina da época não sabia lidar com essa doença.
Só que essa doença que o espírito passou teve um propósito, né? Assim como todas as doenças que se manifestam em nós, acontece por uma razão. O Pai Antônio costuma dizer que a doença é o remédio do espírito. Porque é através da doença que a nossa alma se reequilibra. Então, vamos ouvir a poesia?
Na minha última passagem
pela roupagem terrena
troquei a existência serena
por dolorosa aprendizagem.
Numa vida de luxo e viagens,
repleta de dinheiro e poder,
alimentei o mais vil prazer,
entre orgias e libertinagens.
Eu fiz o dinheiro comprar
pessoas, cargos e favores,
cercado de aduladores
e mulheres para abusar.
Pessoas vendiam a dignidade,
submetendo-se a humilhações,
recebendo ofensas e agressões,
que nutriam a minha maldade.
Pobre de mim, ser entorpecido,
que vivia nos prazeres do mundo,
e não parava sequer um segundo
para pensar na vida do espírito.
Quando os outros não se curvavam
aos meus caprichos desvairados,
eram perseguidos e maltratados
pelos asseclas que me adulavam.
Eu era um odiado banqueiro
com prestígio, vaidade e poder,
que trocava moedas por prazer,
afastando-me do Amor Verdadeiro.
Ah, que tristeza, aquele banqueiro,
vivendo a sua vida desregrada,
pois não acreditava mais em nada,
além do seu maldito dinheiro.
Mas Deus, na infinita bondade,
estendeu sobre mim Sua Mão,
e ofereceu dolorosa lição
com aquela cruel enfermidade.
A partir da quinta década de vida,
fui acometido pelo fogo selvagem
para controlar a libidinagem,
por meio de chagas e feridas.
Pênfigo, era o nome da doença,
enfermidade que me levou à morte,
mas que, por um golpe de sorte,
transformou a minha existência.
Muitas feridas na mucosa oral,
espalharam-se pela pele inteira,
transformando o corpo em frigideira,
e provocando ardência infernal.
Chagas purulentas e asquerosas,
faziam do corpo uma carne-viva,
que nem mesmo as ervas curativas,
aliviavam a sensação dolorosa.
Eu passava os dias ensandecido,
com a pele queimando ao vento,
sem qualquer tipo de alento,
para aquele corpo apodrecido.
Quando atingia o auge da dor,
eu ouvia uma voz no meu íntimo:
"O teu sofrimento ainda é ínfimo,
por misericórdia do Pai Criador"
Então eu gritava com alarde:
"Como pode esse Deus de Amor
provocar em mim tanta dor,
nas feridas do corpo que arde?"
Mas a voz permanecia serena,
falando apenas em purificação,
dizendo para eu pedir perdão,
após cumprir a minha pena.
Por muitos meses permaneci assim,
na angústia de ser queimado vivo,
lapidando o espírito altivo,
enquanto não chegava o meu fim!
E quando chegou o último dia,
vislumbrei naquela voz que ouvia,
o nobre espírito que me amparava,
nos momentos de maior agonia.
Perguntei, um pouco assustado
se aquela Entidade seria a morte
que me ofereceria o passaporte
para um mundo mais afortunado.
O espírito disse ser um Enviado
que só os moribundos conseguem ver,
para equilibrar a energia do ser
antes do corpo ser desligado.
Uma leve sonolência me acometeu,
e um doce torpor me envolveu
quando senti, enfim, a magia
daquele enviado de Deus.
Pela misericórdia do Grande Altar
percebi soldados à minha volta
protegendo-me das almas revoltas
que insistiam em querer me levar.
Mas graças à terrível doença
que burilou minha alma devedora,
enfrentando a dor consagradora,
eu recebi a minha recompensa.
Não! Não sou digno de proteção,
pelos muitos erros que cometi.
Mas, nesse pouco tempo que sofri,
aprendi a minha dura lição!
Olha só, né gente! Uma pessoa que tinha poder, riqueza e influência, acabou sendo dobrada no seu orgulho, a sua vaidade e na sua arrogância por uma doença. A pessoa que abusava dos outros por causa da sua posição de destaque na sociedade, teve que aprender da forma mais dolorosa possível a controlar os seus ímpetos.
Porque a espiritualidade fala que a doença do corpo físico serve para isso: para colocar o espírito nos eixos! Sempre que nós abusamos aqui na Terra dos excessos, a gente acaba pagando por isso, não é mesmo? A pessoa que bebe muito, vai ter o seu fígado destruído. A pessoa que fuma muito, vai ter o seu pulmão destruído. A pessoa que abusa das drogas, vai ter o seu sistema neurológico destruído.
E eu digo isso, não é apenas para esses vícios graves. Se você come muito açúcar, você tem uma tendência grande de desenvolver diabetes. Daí o diabetes vai servir como um cabresto em você para controlar o seu vício. Se você come muita carne engordurada, você vai ter problema de vesícula.
E da mesma maneira são os nossos sentimentos e as nossas atitudes. Se você é uma pessoa que sente muita irritação, você vai acabar desenvolvendo problemas no estômago: gastrite, úlcera. Se você é uma pessoa muito estressada, muito preocupada, você pode desenvolver problemas na pele.
Então, percebam que a doença, quando ela se manifesta no corpo físico, ela traz indícios de que algo está errado no nosso espírito, de que a gente precisa mudar alguma coisa. Hoje em dia existe até uma área da medicina que se dedica a estudar essa relação que existe entre doença e sentimentos. É a medicina psicossomática.
A medicina moderna está começando a aceitar que existem determinados padrões emocionais negativos que estão intimamente associados a certos tipos de doenças. Quais são esses padrões emocionais negativos que a gente costuma ter? Vergonha, Tristeza, Solidão, Revolta, Ressentimento, Rejeição, Rancor, Raiva, Ódio, Medo, Mágoa, Ira, Frustração, Desprezo pelas outras pessoas, Desespero, Ciúmes, Carência, Angústia…
Esses dias eu li uma frase que eu achei o máximo e que tem tudo a ver com o que a gente está conversando hoje. A frase dizia assim: ““As pessoas que represam os afetos (…) estão muito mais suscetíveis a manifestarem no corpo o que não estão conseguindo resolver no coração.”
E é bem isso, né gente! Vocês conseguem perceber quanto sentimento negativo a gente consegue produzir na nossa vida? E o nosso corpo físico acaba sendo bombardeado diariamente por todos esses sentimentos e emoções desencontradas.
Vocês já ouviram falar na palavra somatização? A somatização acontece quando ocorre a transferência para o seu corpo de algo que deveria ter sido resolvido na sua mente ou na sua psique. Só que não foi. Ou seja, você não conseguiu dar conta daquilo que estava sentindo e acabou transferindo toda aquela carga energética para o seu corpo. Porque não se enganem, gente! Sentimento é energia, assim como o pensamento também é energia.
Não é à toa que quando a gente vai fazer um trabalho espiritual, quando a gente vai fazer uma magia, alguma coisa que manipule matéria astral, a gente precisa trabalhar intensamente o nosso sentimento e o nosso pensamento. Lembra que eu falei da necessidade de colocar pensamento e desejo na hora de fazer uma firmeza. É por causa disso: emoção, pensamento e sentimentos são tipos de energia.
Mas vamos voltar aqui ao assunto da doença que se manifesta no corpo… Um dia, o preto-velho virou para mim e falou assim: “filho, o seu corpo é igual um alambique. A gente coloca a garapa de um lado e essa garapa vai passar pelo alambique, deixando todas as impurezas, até pingar como marafo do outro lado”.
Agora, acompanha o meu raciocínio para entender o que o preto-velho quis dizer: a garapa é o nosso espírito antes de encarnar (para quem não sabe, garapa é caldo de cana, tá? Eu estou falando isso porque, dependendo da região do Brasil que você está ouvindo, talvez não chame de garapa isso). Então, o que o preto-velho quis dizer: a garapa é o espírito antes de encarnar. O alambique é o nosso corpo físico. É aquele que vai absorver todas as impurezas. E o marafo é o espírito após o desencarne. (marafo para quem não sabe é pinga, tá gente! É aguardente).
Essa é função do corpo físico. Deus coloca um espírito cheio de impurezas no corpo de carne e esse corpo vai atuar como alambique. Toda impureza que aquele espírito carrega vai ser filtrada pelo corpo, para que o espírito tenha condições de sair desse corpo o mais depurado possível. E como é que o corpo faz essa filtragem das impurezas? Por meio da doença! É a doença que purifica a nossa alma!
Nossa, Evandro, você está falando isso… então quer dizer que é bom ficar doente? Lógico que não, cara pálida! Não é isso que eu estou dizendo. Melhor seria se ninguém precisasse ficar doente. Porque isso significaria que todos estão levando a vida com equilíbrio. Mas a gente sabe que não é isso que acontece, né? Nós, como seres humanos, somos muito inconstantes, nós temos muitas fraquezas. E enquanto a gente não dominar isso, é claro que nós continuaremos suscetíveis a ter doenças.
Só que quando a doença se manifesta, a gente tem que ter a consciência de que aquela doença está se manifestando por um motivo. E a gente tem que investigar a origem daquela doença. Para tratar na fonte!
Então, quando eu falo que a doença é necessária, ela está sendo necessária por conta das nossas próprias imperfeições. Tem doença que se manifesta na mesma encarnação e tem doença que vai se manifestar nas encarnações seguintes. Porque se você desencarnar e o seu espírito sair desequilibrado por algum excesso que você cometeu aqui na Terra, esse espírito só vai conseguir se reequilibrar por meio de uma nova encarnação. E vai ser nessa nova encarnação que vai se manifestar aquela doença, necessária para o reequilíbrio espiritual daquela pessoa.
É por isso que acontecem tantos casos de pessoas que já nascem com doenças pré-existentes. Qual outra explicação teria, senão o desequilíbrio em uma vida pretérita? Porque você vê, por exemplo, uma criança que já nasce doente. Ora, gente, ela não teve tempo ainda para cometer excessos nessa vida, mas pode ser que ela tenha cometido excessos em vidas passadas! Se a gente parar para estudar isso a fundo, a gente vai ver que faz muito sentido!
Nessa poesia que a gente acabou de ouvir, sobre o fogo selvagem, aquele espírito ainda teve a “sorte”, digamos assim, de pagar na mesma encarnação pelos desatinos que ele cometeu. E graças à manifestação daquela doença, graças ao sofrimento intenso que ele passou (e que trouxe para ele momentos de muita reflexão), é que ele conseguiu ser ajudado na hora do desencarne. Olha só que interessante, né?
O Pai Antônio falou para mim que aquele espírito fez tanta coisa errada na vida, ele prejudicou tanta gente, que tinha uma galera do lado de lá querendo pegar ele quando desencarnasse. Mas graças ao sofrimento e a resignação que ele teve com a doença, quando chegou a hora do desencarne, haviam espíritos guardiões do lado dele protegendo para que os kiumbas não se aproximassem.
Isso foi uma conquista que ele fez durante a doença. A espiritualidade de luz entendeu que aquela pessoa que estava desencarnando já havia sofrido o suficiente. Que ela não precisaria mais se submeter ao capricho de outros espíritos. É lógico que isso deve ter acontecido porque houve uma mudança interior no coração daquele banqueiro, né? Porque se ele tivesse desencarnado na revolta, com certeza ele não teria recebido a ajuda que ele teve.
Bom, pessoal, eu vou aproveitar esse episódio aqui e tirar uma dúvida da Michelle. A Michelle de Lajeado (onde fica Lageado mesmo Michelle? É Santa Catarina… ou Paraná… Agora eu fiquei na dúvida… Ou Rio Grande do Sul! kkk Bom, é um desses três Estados aí) E a Michelle escreveu para a gente a seguinte dúvida: “Oi Evandro! Você pode me tirar uma dúvida?” Poooooso!!! “Qual é a diferença entre patuá, amuleto e talismã? Eu estou perguntando isso porque eu fui em um terreiro e eles me disseram que eu preciso fazer um patuá. Eu não sabia o que era isso, daí eles me explicaram mais ou menos e eu achei que é muito parecido com amuleto ou talismã que as pessoas usam. Você saberia me explicar qual é a diferença desses três?”
Vamos lá, Michelle! Interessantíssima essa sua pergunta! Eu vou falar com mais detalhe sobre os patuás em outro episódio, porque esse é um assunto que dá pano para a manga, tá! Mas, resumindo aqui para você, o patuá é um quadradinho de tecido ou de couro que a gente dobra para fazer saquinho, é uma trouxinha que a gente faz. E daí a gente amarra esse saquinho com um cordão e coloca lá dentro alguns elementos que estão relacionados a algum Orixá ou Entidade. Geralmente o patuá é feito com um pedaço de tecido cru ou então com um pedacinho de couro.
O patuá é uma tradição cultural da Umbanda, né? E geralmente quem pede para fazer o patuá é um preto-velho ou uma preta-velha, porque o patuá está ligado a uma prática que veio lá da África, do povo Malê. Então, o patuá é um elemento magístico que trabalha a sua energia com alguns elementos ligados a pontos de força da natureza. E patuá serve tanto para te proteger como também para te equilibrar ou para te curar de alguma doença.
Agora, os amuletos e os talismãs são usados para trazer sorte, para trazer prosperidade, e também para trazer proteção. Inclusive, esses dois objetos são muito utilizados pelo povo cigano. Mas qual é a diferença entre o talismã e o amuleto? O talismã geralmente é um objeto manufaturado, ele é fabricado pelo homem para uma finalidade específica! Então, por exemplo, a cruz é um talismã, a figa é um talismã, a ferradura, a nota de um dólar. Perceba que o talismã é um objeto que foi fabricado pelo ser humano e que tem uma determinada finalidade.
Os amuletos, por sua vez, são objetos encontrados na natureza e tem a mesma finalidade do talismã, só que a única diferença é que eles são naturais. Então, por exemplo, trevo-de-quatro-folhas, pé-de-coelho, conchas, pedras. Tudo isso é amuleto. Essa é a diferença!
E todos os três são usados na Umbanda, assim como todos os três carregam uma força magística latente. A gente só precisa saber preparar e saber usar. Espero que eu tenha conseguido responder a sua dúvida. Foi uma explicação meio rápida, porque eu pretendo falar sobre patuá mais para frente. Tá bom!
Um grande abraço para você, Michelle. E obrigado por entrar em contato com o Alma de Poeta. E assim a gente chega ao final desse episódio… espero que vocês tenham gostado. Eu fico muito feliz vocês estejam acompanhando os nossos assuntos. E não deixem de mandar mensagem para mim! Eu fico muito contente quando recebo um feedback de vocês. De manhãzinha, a primeira coisa que eu faço é abrir o e-mail para ver se tem alguma mensagem nova do podcast. Entrem lá no almadepoeta.com.br e tragam para o meu dia um pouco de alegria!
Um grande abraço, fiquem com Deus e até a próxima!
Eu tenho essa doença!
Realmente é horrível eu passava álcool na pele pra diminuir a coceira e a dor.
Demorei mais de um ano para ter o diagnóstico correto e enfim começar o tratamento.
Amei tudo!
meu irmão acabei de saber hoje
quem sr está com está doença. uma pessoa muito difícil é sem Deus. não wuer tomar as medicações. desde o mês de junho que estamos pra lá e para cá. coceira prurido e conceiras,caroços. irritação. estou tentando ajudar.falaram que era da dengue,sarna e assim vamos lutando.o que pode me auxiliar.para amenizar e trabalhar nele a serenidade eo perdão que ele necessita muito .uma pessoa que acha tudo é ignorância do bicho Humano. não aceita o que falamos só ele está certo
Olá, eu tenho essa doença, e em meio aos meus desesperos e clamor divino, fui colocada na minha missão de alma. Obrigada por esse artigo, o encontrei por acaso.