Oi gente! Tudo bem com vocês? Sejam bem-vindos a mais um episódio do nosso Podcast Alma de Poeta. Espero que todos estejam bem, com saúde, cuidando da própria evolução espiritual e principalmente cuidando bem aqueles que o nosso Pai Maior colocou no caminho.
Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e hoje eu vou falar um pouquinho sobre a minha Mãe, a tua Mãe, a nossa Mãe! Eu não estou me referindo à nossa mãe biológica. Eu estou me referindo à Mãe Maior, à força geradora de todos nós! Vocês sabem de quem eu estou falando?
A ORIGEM DO NOME IEMANJÁ
Eu estou falando da nossa mamãe Iemanjá! A grande rainha do mar! Na mitologia africana, Iemanjá é considerada a mãe de muitos Orixás. Por isso ela representa a força geradora da vida, Iemanjá está intimamente associada à fecundidade, à fertilidade e à reprodução.
Olha só que interessante: O nome Iemanjá, na verdade é uma aglutinação de um termo em Iorubá. Lá na África, eles falavam “Yeyê Omô Ejá“, que significa mãe dos filhos peixes. Olha só que bonitinho! Daí, yeyê omô ejá, virou yê omô ejá, depois virou yêmonjá e acabou se transformando em Iemanjá. Mas isso é só uma curiosidade semântica.
No Brasil, ela ainda recebe o nome de Janaína, Ísis, Inaê, Mucunã, dentre outras. Mas na Umbanda, particularmente, os nomes Janaína e Inaê se referem a falanges de Entidades que trabalham na força de Iemanjá. Geralmente são espíritos conhecidos como Caboclos ou Caboclas de Iemanjá.
CONFUNDINDO IEMANJÁ E OXUM
Ainda hoje, algumas pessoas confundem Iemanjá com Oxum. Essa confusão tem uma explicação histórica. Na verdade, essa confusão vem lá do passado, do tempo dos escravos. Isso porque, naquele tempo, lá na África, Iemanjá era cultuada, em algumas nações, como a Deusa dos Rios. Inclusive, muitos escravos africanos vieram para o Brasil cultuando ela como a Deusa dos Rios.
Só que chegavam escravos no Brasil de todos os cantos África. Em outras localidades, os negros cultuavam Oxum como a deusa dos rios. Olha só a confusão! E para confundir ainda mais, muitos escravos que eram transportados para o Brasil, nos navios negreiros, vinham do interior da África. Eles nunca tinham visto o mar.
Daí, quando eles chegaram na beira da praia, eles ficavam impressionados com aquele rio gigante que não dava para ver a outra margem. Muitos escravos achavam que o mar era um grande rio. Daí também associavam essa força da natureza com a figura de Iemanjá. E eles trouxeram essa ideia para o Brasil.
Mais tarde, no Brasil, com a miscigenação dos povos africanos, acabou que Oxum ficou conhecida como a Iabá das águas doces, enquanto que Iemanjá ficou conhecida como a Iabá dos mares, das águas salgadas.
O SINCRETISMO RELIGIOSO
Iemanjá é cultuada no Brasil todo e, no sincretismo religioso, ela acabou sendo associada a diversas santas católicas diferentes. Algumas regiões do Brasil relacionam Iemanjá com Nossa Senhora dos Navegantes, outras regiões relacionam com Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e até mesmo com a Virgem Maria.
E dependendo do sincretismo, Iemanjá é comemorada em dias diferentes. No Brasil, nós temos duas datas de comemoração de Iemanjá. No Rio de Janeiro e na Bahia, eles comemoram o dia de Iemanjá em 02 de fevereiro, por causa do sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes, enquanto que no Estado de São Paulo, Iemanjá é homenageada no dia 08 de dezembro, por causa do sincretismo com Nossa Senhora da Conceição.
Na falta de um aniversário, Iemanjá tem dois aniversários, não é? E eu, que não sou bobo nem nada, faço oferenda para ela nos dois dias. Nunca é demais cultuar essa Iabá tão importante, tanto na Umbanda quanto no Candomblé. Vocês já foram cultuar Iemanjá na praia? Como é bom sentir a energia dela nesse campo de força da natureza! É maravilhoso!
Iemanjá é a grande mãe do planeta Terra, a energia materna que rege esse mundo. Não é à toa que Iemanjá é associada com assuntos relacionados a gravidez, constituição de família, à fertilidade do casal, ao amor que existe entre pais e filhos, o vínculo afetivo que une a família. Isso é a força de Iemanjá. E eu penso que a principal característica de Iemanjá tem a ver com o instinto maternal.
CARACTERÍSTICA DOS FILHOS DE IEMANJÁ
Tanto a Umbanda quanto o Candomblé costumam associar um Orixá para cada pessoa. Isso quer dizer que todo mundo tem um Orixá predominante na sua coroa. É por isso que as pessoas falam “Ah, eu sou filho de tal Orixá”. Eu sou filha de Iansã, eu sou filho de Ogum, eu sou filha de Oxóssi, eu sou filho de Xangô. E como é que vocês descobrem qual é o seu Orixá de cabeça? No Candomblé, por exemplo, jogam-se búzios. Na Umbanda, muitas vezes são Entidades que confirmam qual é o Orixá que rege a coroa de determinada pessoa.
E sabe o que é interessante? Os filhos e as filhas de determinados orixás possuem características peculiares. É mais ou menos igual à personalidade que determinadas pessoas tem, de acordo com o signo. Vocês já ouviram isso, né? Ah, pisciano é assim e assado, ariano tem esse jeito, escorpião tem essa personalidade. Com os orixás é a mesma coisa. Filhos e filhas de determinados Orixás tem características próprias.
Com relação aos filhos e filhas de Iemanjá, por exemplo, a gente pode dizer, de uma maneira geral, que a maioria tem uma vida bastante equilibrada, sem cometer qualquer tipo de excesso. Eles tem uma vida tranquila, centrada. Os filhos e as filhas de Iemanjá gostam de planejar o futuro, carregam muita sabedoria, são bons conselheiros, mas às vezes, dizem verdades que as pessoas não gostam de ouvir.
Os filhos e as filhas de Iemanjá tem uma outra característica: eles gostam de proteger as pessoas, eles se preocupam muito com a família, com pais, mães, irmãos, filhos, avós, porque eles têm muito forte essa energia, esse instinto maternal. Essa é a marca registrada de Iemanjá.
PRECE A IEMANJÁ
“Doce, meiga e querida Mamãe das águas salgadas. A Senhora permitiu que no seio da tua morada se formassem as primitivas formas de vida, que foram o início de toda a Criação, de toda a Natureza e de toda a humanidade… aceita, minha Mãe, a minha prece de reconhecimento e amor.
Que os lampejos que emanam do teu manto sagrado, cravejado de estrelas, caiam pela Terra como benéficas vibrações espirituais, para aliviar os males, para curar os doentes, para apaziguar os nossos irmãos revoltados.
Minha mãe, aceita as flores e as oferendas que eu deposito no teu tapete sagrado, e quando eu pisar nas tuas águas, que as ondas do mar sejam portadoras de fluídos divinos. Permita, Mamãe Iemanjá, que a espuma das ondas nos traga a paz e a presença de Oxalá em nossas vidas, limpando os nossos corações de todas as maldades. Que assim seja, minha Mãe. Odoyá!”
É isso, gente. Nossa, eu me emocionei com o áudio de hoje. Espero que vocês também tenham gostado. Não deixem de acompanhar os nosso próximos episódios. Vocês podem ouvir o nosso Podcast no Spotify, no Google Podcast, no Deezer, Anchor FM, Youtube e também no nosso site “almadepoeta.com.br“. Um grande abraço a todos e até o nosso próximo encontro.