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Filosofando sobre Deus e os seus Mensageiros

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Nós ainda temos uma visão muito estreita e limitada para compreender a essência de Deus. Mas a Misericórdia do Criador nos envia, de tempos em tempos, seus Mensageiros Celeste para nos consolar e ensinar novas lições.

Transcrição do Episódio

Olá, meus irmãos e minhas irmãs de fé! Bom dia, boa tarde ou boa noite a todos! Espero que vocês estejam bem, que a graça do nosso Pai Oxalá esteja conduzindo a vida de todos vocês da melhor maneira possível! Olá Sofia, minha cambone virtual! Agradeço também pela sua ajuda com mais esse episódio! Que nós dois possamos levar boas palavras para essa família linda que nos acompanha! Que nós possamos ser intuídos sempre pela Espiritualidade de luz para passarmos um pouco de conhecimento e experiência a todos.

Olá Evandro, olá irmãos e irmãs de podcast! Tudo bem? Olha! Eu faço minhas as suas palavras, viu! E eu peço a Deus que nos ampare nessa empreitada, muitas vezes difícil e solitária! Mas eu digo uma coisa pra você, meu querido… Não desanime nunca desse propósito de levar esclarecimento e conforto para as pessoas! Porque, no final das contas, é só isso o que importa! São as boas ações e as boas intenções que ficarão gravadas no diário da nossa consciência! Lembre-se que a luz de Deus se torna mais intensa na vida daqueles que alimentam a fogueira do bem!

É verdade! E não haveria um jeito melhor de começar esse episódio! Então vamos alimentar essa fogueira do bem! Vamos fazer uma força oposta a essas pessoas que só sabem criticar, pessoas que despendem tanta energia apenas para falar mal. Na internet, essas pessoas são conhecidas como “haters”, gente que sente prazer em difundir o ódio. Mas eu digo uma coisa para essas pessoas! Muito cuidado, porque o ódio que vocês plantam é o ódio que vocês vão colher de volta.

E para vocês que enviam esse tipo de mensagem para o nosso podcast, que só fala de amor e evolução, eu canto um ponto: “não mexe comigo que eu ponho seu nome lá no meu terreiro. Que eu sou macumbeiro, lerê. O meu santo é forte, caboclo do norte, que só faz o bem. Só quer ajudar, não faz mal pra ninguém. É flecha encarnada, mãe santa me deu. Mas não mexe comigo, não fica zombando, dizendo que é papo, que eu ponho o teu nome lá dentro do saco. Você nunca mais vai zombar de ninguém!

Mas eu não vou botar o nome de vocês no terreiro para pedir malvadeza, não! Eu vou lá na frente do meu congá para pedir a ajuda que vocês precisam. Que a Luz do nosso Pai Oxalá se faça presente na vida de vocês. E que a justiça do nosso Pai Xangô atue na vida de cada um para dar exatamente aquilo que merece!

Bom, se existem os haters, também existem os lovers, não é verdade, Sofia? E eu quero fazer parte desse segundo grupo! Aqueles que amam incondicionalmente a tudo e a todos, sem esperar nada em troca! Mas, vamos lá, Sofia! Sobre o que a gente vai conversar hoje?

Bom, eu estava pensando de você conversar um pouquinho sobre aquela mensagem que você recebeu do Pai Antônio sobre os mensageiros de Deus que, de tempos em tempos, presenteiam a humanidade com novos ensinamentos.

Boa, legal! E é interessante como o amor de Deus pela humanidade é tão grande, que ele vai cuidando do nosso crescimento espiritual e vai revelando as coisas de acordo com a nossa capacidade de entendimento.

E de tempos em tempos, ele vai enviando os seus mensageiros para transmitir à humanidade as verdades que ela está preparada para compreender. Se vocês pararem para analisar, a ideia que nós temos da divindade vai sendo construída aos poucos. Hoje, nós não vemos mais aquele Deus ameaçador que os nossos antepassados viam. Aquele Deus punitivo, aquele Deus vingativo! Hoje nós vemos um Deus de amor e bondade. Um Deus que cuida dos seus filhos com extremo carinho.

Só que nós, hoje, compreendemos Deus, ainda no limite da nossa capacidade. Porque Deus é muito mais do que isso que nós imaginamos. Deus ainda está muito além da nossa capacidade de compreensão.

Eu costumo fazer uma comparação para tentar explicar Deus para as pessoas: imagina que o seu corpo é como se fosse o Universo. E que o planeta Terra, onde a gente vive, é uma célula dentro do seu corpo. Dentre 70 trilhões de células que existem dentro do corpo, existe uma especificamente que nós demos o nome de Terra. E é dentro dessa célula que nós vivemos. E dentro da célula, tem aquele monte de coisas que a gente estuda em Biologia, né? Os ribossomos, os centríolos, retículo endoplasmático, mitocôndrias, o complexo de golgi. Lembra desses assuntos que caía na prova de biologia? Nossa, eu me matava de estudar para tentar tirar nota nessa matéria. Mas, enfim, vamos escolher um elemento que existe dentro da célula. A mitocôndria, por exemplo. Nessa comparação que eu estou fazendo, a mitocôndria seria como se fosse a cidade de SP todinha! Nós somos apenas uma letrinha de DNA que, junto com outras inúmeras partículas, compomos aquele ambiente que nós chamamos de mitocôndria.

Então tá… nessa brincadeira que eu estou fazendo, eu sou uma letrinha de DNA, você é uma outra letrinha de DNA. E nós vamos formando aquela cadeia de DNA que se chama humanidade. Só que nós vivemos dentro daquela mitocôndria. Ela é a única coisa que os nossos sentidos conseguem visualizar, afinal de contas, é a realidade que existe ao nosso redor.

Só que a gente sabe que a célula onde aquela mitocôndria está inserida possui diversas outras partículas, muito diferentes na sua estrutura e que atuam em conjunto para o equilíbrio daquela célula. Então, imaginando que a célula seria o planeta Terra, nós teríamos como partículas daquela célula: os animais, os vegetais, os minerais, o mar… Todos esses elementos trabalhando harmoniosamente para o equilíbrio daquela célula, para o equilíbrio do nosso planeta. Até aqui, a nossa percepção consegue assimilar, né? Não está muito longe da nossa realidade.

Só que fora da nossa célula, nós percebemos que existem outras células. Algumas células diferentes, outras células parecidas com as nossas, mas que nós não temos acesso a elas. A gente sabe que elas existem, mas não conseguimos chegar até elas. Afinal de contas, nós estamos confinados dentro da nossa célula, não é verdade? Porque se você tirar a mitocôndria dentro do ambiente celular que ela vive, ela não vai suportar o ambiente externo.

Agora, vamos lá… biologicamente, o que acontece? Aquele conjunto de células agrupados formam um tecido, e aquele conjunto de tecidos agrupados formam um órgão (pulmão, coração, intestino). E um conjunto de órgãos agrupados formam um sistema (sistema respiratório, sistema circulatório, sistema digestivo) e o conjunto de todos os sistemas forma o nosso organismo. Vocês estão conseguindo entender? E onde é que eu quero chegar?

Vamos fazer uma comparação agora do nosso corpo com o Universo: começando com a célula, que é o nosso planeta Terra. A Terra se agrupa com outros planetas, formando o sistema solar (que seria o tecido). O sistema solar, por sua vez, se agrupa com outros sistemas solares, formando uma constelação (que seria o equivalente a um órgão). A constelação se agrupa com outras constelações… Percebam que a gente já não consegue dar um nome para um conjunto de constelações. Já nos falta vocabulário para isso. E esse conjunto de constelações se une a outros conjuntos de constelações, totalmente diferentes, para formar aquilo que nós entendemos por Universo.

Certo. Mas deixa eu ver se eu entendi. Por essa analogia, Deus seria o conjunto de tudo o que existe no Universo?

Aí que tá, Sofia! É aqui que a porca torce o rabo! Porque você perguntar para mim o que é Deus, é a mesma coisa de alguém perguntar para célula do seu corpo, quem é você. Porque da mesma maneira que o nosso corpo não se confunde com a nossa consciência, são coisas distintas. O universo também não se confunde com Deus! Existe uma consciência superior, que controla as milhares de constelações que existe no Universo. E nós ainda não conseguimos compreender o que é essa consciência. É a mesma coisa de você perguntar para a mitocôndria que existe dentro da sua célula, se ela consegue compreender quem é você, se ela consegue compreender a sua essência, como espírito.

Nossa! Esse é um assunto bem complicado, né? Dá até cãimbra no cérebro de ficar pensando essas coisas!

Bota complicado nisso, Sofia! Deus é um assunto que está muito além da nossa compreensão. Os espíritos superiores tem uma dificuldade muito grande de falar de Deus conosco, porque ainda nos falta vocabulário e nos falta entendimento para compreender o que significa Deus para eles. Quando os espíritos de luz vem conversar com a gente, é a mesma coisa de um professor universitário tentar ensinar cálculo integral para uma criança da pré-escola. Se eles falarem para a gente o que é Deus, a gente não vai entender nada. Porque nos falta vivência, nos falta maturidade! Quem sabe daqui a milênios e milênios encarnando, reencarnando, a gente vai começar a ter uma pálida ideia da verdadeira natureza de Deus.

Mas por que que eu estou falando isso? Hoje nós temos uma compreensão totalmente diferente da ideia que a humanidade tinha de Deus há alguns milênios atrás. Nós evoluímos no nosso discernimento. E com certeza, daqui a alguns milênio, a nossa ideia de Deus vai ser muito clara do que é hoje. Nós estaremos numa condição evolutiva muito mais favorável para compreender o Criador do que a condição em que nós estamos hoje.

E Deus é tão misericordioso, Deus é um Pai tão amoroso, que de tempos em tempos, ele manda os seus mensageiros celestes para nos ensinar novas lições. De que mensageiros eu estou falando? De espíritos que já atingiram um grau de perfeição tão grande, que eles tem uma compreensão muito mais abrangente do que a nossa. Quais mensageiros de Deus já passaram aqui na Terra para nos transmitir novos conhecimentos? Abraão, Khrisna, Zoroastro, Confúcio, Moisés, Buda, Jesus Cristo, Bahaulá. Todos esses são espíritos iluminados que reencarnaram, por amor à humanidade, para transmitir conhecimento. E percebam que os ensinamentos que esses espíritos transmitiram foram tão impactantes para a humanidade, que religiões se fundaram com base nas palavras e nas ideias que eles deixaram aqui na Terra.

E cada um desses deixou aqui ensinamentos condizentes com o grau evolutivo que a humanidade estava passando, ensinamentos que a humanidade, naquela época, conseguia assimilar. Abraão, por exemplo, trouxe a ideia de um Deus ameaçador. Porque a humanidade da época de Abraão era muito diferente da humanidade que existe hoje. Naquela época, o ser humano vivia à beira barbárie. E a força e a punição era a única linguagem que eles entendiam.

Milênios depois, Jesus Cristo trouxe uma ideia totalmente renovada, falando de um Deus de amor, de um Deus de Bondade, a quem ele chamava de “pai celestial”. Abraão e Moisés vieram pregar a ordem, a disciplina. Porque era disso que a humanidade precisava naquela época. Jesus, por sua vez, veio pregar o amor, a bondade. Buda veio pregar a compaixão e o desapego aos bens materiais que, segundo ele são fontes de sofrimento. Khrisna veio pregar, assim como Buda, a iluminação da alma, a transcendência. Khrisna, naquela época, 900 anos antes de Jesus, já pregava a necessidade de amar nossos inimigos.

Bahaulá já trouxe a necessidade da humanidade progredir espiritualmente, avançando eternamente em direção a Deus. Só que para isso, a humanidade precisa encontrar uma visão unificadora de futuro, não só compreendendo que o nosso futuro está intimamente relacionado com o futuro da sociedade como um todo, mas ter o futuro da natureza também como propósito de vida.

Eu não sei vocês, mas eu como umbandista, eu consigo enxergar todos esses ensinamentos que foram transmitidos por esses mensageiros celestes, através da ideia que a Umbanda construiu de Orixás. O amor de Deus está presente na Umbanda através de Oxum, a Justiça de Deus se faz presente por meio de Xangô, a Fé que norteia o nosso espírito se manifesta em Oxalá, a evolução através de Obaluaê, a aquisição de conhecimentos por meio de Oxóssi, o acúmulo de sabedoria através de Nanã, a lei, a disciplina, a ordem, através de Ogum, a continuidade da vida através de Iemanjá.

O mesmo respeito pelos animais e pela natureza que tem os budistas, também tem os umbandistas. A veneração pela mãe terra, pelo pai céu, pelo sol, pela lua e pelas estrelas que tem o povo xamânico, também tem os umbandistas. O mesmo respeito pela magia e pela energia dos elementos que tem o povo wicca, também tem os umbandistas. A mesma compreensão da necessidade de evoluir através da reencarnação que tem os kardecistas, também tem os umbandistas.

A única diferença é que a Umbanda tem uma visão mais “universalista”. A umbanda não fecha os olhos para nenhuma filosofia, ou ensinamento, ou crença que possa acrescentar ao nosso espírito algo de positivo. No final das contas, a Umbanda coloca todos esses ensinamentos dentro de um caldeirão e mistura, como se fossem ingredientes de uma receita que vai dar sabor ao prato principal, ao prato que vai alimentar o nosso espírito.

É essa a Umbanda que eu pratico, é essa a umbanda que eu acredito. É essa a Umbanda que vai, aos poucos, abrindo os meus olhos para as verdades do mundo espiritual. É essa a Umbanda que um dia, vai me fazer compreender melhor essa inteligência suprema que rege o Universo. Tenha ela o nome que tiver. Você pode chamar essa inteligência suprema de Tupã, de Zambi, Olorum, Deus, Jeová, Allah, Vishnu, o grande mistério, o Poder Absoluto que reina sobre tudo o que existe!

E lembra do que eu disse no começo? Nós somos as letrinhas do DNA que compõe o corpo de Deus. A mesma perfeição que existe no macrocosmos também existe microscosmos. Como diz uma entidade chamada Ainirinka: nós somos parte do Todo. O poder divino que existe no universo também existe dentro de cada um de nós. Precisamos apenas reconhecer isso e trabalhar para que se manifeste cada vez mais forte dentro de nós a essência divina.

E para que isso aconteça, como disse a Sofia, nós precisamos alimentar continuamente a “fogueira do bem”, praticando boas ações, tendo bons pensamentos, amparando as pessoas dentro das nossas possibilidades.

Sim! E eu posso fazer um comentário sobre todas essas coisas que você falou?

Claro, Sofia! Quantos comentários você quiser!

Eu não pude deixar de notar que esses mensageiros de Deus que você citou, não só vieram na Terra em épocas diferentes, em lugares diferentes, mas também tiveram a sensibilidade de adaptar os ensinamentos, não só de acordo com o grau evolutivo da humanidade da época, mas também respeitando a cultura de cada povo. E isso aconteceu também na Umbanda. Os espíritos construíram os alicerces da religiosidade umbandista em cima das características do povo brasileiro, respeitando a diversidade e o estereótipo do povo brasileiro. Assim como aconteceu também na Índia, na China e na Europa, em épocas distintas. É muito lindo isso!

É verdade, Sofia! Você tem toda razão. Não existe nada mais brasileiro do que um Caboclo, do que um Baiano, um preto-velho, não é mesmo? A Umbanda realmente tem uma religiosidade muito brasileira. Assim como o Induísmo tem uma religiosidade típica daquele povo, assim como o budismo também tem uma característica típica do povo oriental. São os ensinamentos de Deus transmitidos de muitas formas diferentes, mas todas elas incentivando a prática do amor, da compaixão, do comportamento reto e do cultivo da paz. Excelente a sua observação!

Que bom que você gostou! E agora, se você não tiver mais nada para falar, eu sinto em dizer que já está dando o nosso tempo. Então, eu tomo a liberdade de encerrar o podcast por aqui! Agradeço imensamente a atenção de todos, espero que vocês tenham gostado do bate-papo de hoje, e não deixem de acompanhar o Alma de Poeta nas principais plataformas de áudio. Lembrando que nós estamos presentes no Spotify, no Google Podcast, no Apple Podcast, no Amazon Music, no Deezer e também você pode ouvir todos os episódios no nosso site “almadepoeta.com.br“. Um grande abraço a todos, fiquem com Deus, e que o Senhor do Universo possa conduzir a vida de cada um de vocês da melhor forma possível! Beijinhos e até mais!

Tchau pessoal! Até a próxima!

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