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O Desencarne de um Drogado

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Qual é o primeiro pensamento que vem na sua mente quando você ouve a palavra Umbanda? Saiba que o primeiro pensamento diz muitos sobre quem você é! Ouça também, nesse episódio, a história de uma pessoa que desencarnou por overdose.

Transcrição do Episódio

Oi pessoal! Tudo bem? Eu vou começar esse episódio fazendo uma pergunta para vocês: Quando você ouve a palavra Umbanda, qual a primeira coisa que vem na sua cabeça? Pensa um pouquinho: Umbanda! Qual foi o primeiro pensamento que aflorou na sua mente? Incorporação, Mediunidade, Guias Espirituais? Ou a primeira coisa que veio na sua cabeça foi mironga, trabalho, macumba? Ou então, será que veio a ideia na sua cabeça de preconceito, discriminação… Essa pergunta simples que eu faço para você diz muito como você enxerga essa religião. Porque o primeiro pensamento, geralmente é aquele que está mais enraizado dentro de nós. O primeiro pensamento que aflora é aquilo que a gente acredita de verdade.

No que você acredita? O que é a Umbanda para a sua vida? Bom, eu vou falar de mim. Hoje, quando eu ouço a palavra Umbanda, a primeira coisa que vem na minha cabeça é evolução. E a palavra evolução me remete diretamente a Deus. Lembra da história do imã que eu contei para vocês não outro episódio? Deus atua na minha vida como uma força magnética que me atrai, que me faz querer evoluir cada vez mais. E a Umbanda é o caminho que eu encontrei para que isso aconteça. A Umbanda se tornou o alicerce da minha fé.

Mas, gente, nem sempre foi assim, viu! Eu vou ajoelhar no milho agora e confessar os meus pecados para vocês. Antes, quando eu não conhecia a religião. Quando as pessoas falavam sobre Umbanda para mim, logo eu associava a algo negativo. Quando eu era adolescente e até no início da minha fase adulta, antes de conhecer a religião, quando eu escutava a palavra Umbanda, a primeira coisa que vinha na minha cabeça era galinha morta na encruzilhada, era macumba! E como as coisas mudam, né gente?

Esses dias eu estava pensando… como o meu pensamento mudou com relação à Umbanda. Mudou assim, da água para o vinho! Quem diria que um dia, eu gravaria um Podcast para falar justamente sobre essa religião da qual eu tinha uma visão totalmente equivocada? Se você viesse perguntar para mim sobre Umbanda há vinte anos, eu diria para você que Umbanda era coisa de gente ignorante.

Pobre de mim, que pensava daquela maneira. Porque hoje eu sei que o ignorante era eu. Era eu que precisava abrir os meus olhos, quebrar o meu orgulho. Era eu que precisava adquirir conhecimento para emitir com mais propriedade as minhas opiniões.

Mas, por que eu fiz aquela pergunta inicial para vocês? “Qual é a primeira coisa que vem na sua cabeça quando você ouve a palavra Umbanda?”. Percebam que eu poderia ter perguntado qualquer outra coisa. O que vem na sua cabeça, por exemplo, quando você pensa em Brasil. Ou então, o que vem na sua cabeça quando você pensa na sua mãe? Reflita com carinho na primeira ideia que sempre surge dentro de você. Porque essa primeira ideia, esse primeiro pensamento vai refletir muito aquilo que você é.

E naquela época, eu tinha uma visão totalmente atrofiada da espiritualidade. Eu era intransigente nas minhas ideias. Eu tinha um pensamento negativo, até mesmo debochado, quando quando as pessoas falavam de Umbanda para mim. E eu só comecei a mudar esse meu jeito de pensar quando eu passei a estudar com mais seriedade os assuntos espiritualistas.

Seriedade que eu digo, é receber a informação e analisar aquela informação com imparcialidade, deixando todo o preconceito de lado, deixando aquelas ideias pré-concebidas que a gente carrega.

Hoje, depois de tantos e tantos anos de estudo, eu digo para vocês que eu estava errado. Que eu não tinha o direito de julgar aquilo que eu não conhecia. E a partir do momento que eu tive consciência disso, a Umbanda abriu os braços para mim e falou: “agora você me compreende, meu filho, e eu me alegro com o seu despertar. E a mesma consciência que aflorou em você sobre mim é a consciência que você deve ter com todas as coisa”.

Então, meus irmãos, esse foi o primeiro grande ensinamento que a Umbanda trouxe para minha vida. E você, Sofia? Qual é o primeiro pensamento que vem na sua mente quando você ouve a palavra Umbanda?

Sei lá… Eu acho que o primeiro pensamento que vem na minha cabeça é o amor. O amor que se manifesta através da caridade! Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos! Afinal de contas, esses são os grandes princípios que norteiam a nossa fé, não é verdade?

Ah, Sofia! Não dá graça conversar com você. Porque você só fala aquilo que está dentro da minha mente!

Você que pensa! Da mesma maneira que o Pai Antônio te inspira a falar palavras bonitas nesse podcast, você também acaba me incentivando a falar palavras que você não disse. Olha só, por exemplo, lá no começo você disse que a primeira coisa que vem na sua cabeça quando falamos de Umbanda é a ideia de evolução. No meu caso, a primeira ideia que veio na minha mente é o amor. Então, não vai pensando que é assim, que eu simplesmente vou falar o que você está pensando, porque eu posso te surpreender, meu querido!

Pronto! Era só o que me faltava! Sofia criando vida própria! Já não bastassem as vozes dentro da minha cabeça, agora, vou ter que lidar também com essa cambone virtual independente! Então vamos lá, Sofia! Me surpreenda! Sobre o que a gente vai conversar agora?

Eu senti um tom de ironia nessa sua fala. Mas tudo bem, eu vou fingir que não entendi. Eu estava pensando, Evandro, da gente colocar mais uma poesia do Pai Antônio para o pessoal ouvir. O que você acha?

Excelente ideia, Sofia! Eu acho que já deve fazer uns três episódios que a gente não coloca nenhuma poesia do Pai Antônio, né? Você tem alguma poesia em mente para a gente recitar hoje?

Eu estava pensando de você falar aquela poesia sobre o rapaz que morreu de overdose. Sabe aquela poesia do jovem que ficou um tempo preso no cemitério e depois foi encaminhado para um terreiro de Umbanda?

Ah tá, eu sei qual é! Mas será que é uma boa ideia? Essa poesia também é meio pesada. Depois vai dar aquele ba-fa-fá, igual deu daquela vez que eu publiquei a poesia da pombajira. Lembra?

Sim, meu querido! Mas, infelizmente, não dá para agradar a gregos e troianos, né? E eu acho importante colocar essas experiências do além-túmulo para as pessoas saberem um pouco mais sobre o que as espera do lado de lá. Afinal de contas, as pessoas tem que ter consciência de que as atitudes de hoje influenciam diretamente no futuro que estamos construindo para o nosso espírito.

Tá bom! Então vamos recitar essa poesia que a Sofia está pedindo. Mas eu faço para vocês a mesma advertência que eu fiz da outra vez. Se você é uma pessoa impressionável ou sensível, eu peço para que não ouça a poesia, porque, sei lá… Pode ser que você, talvez, não interprete a poesia da maneira correta.

Porque essas histórias tristes, os testemunhos que o Pai Antônio me passa, não é para gente ficar bisbilhotando o que aconteceu na vida de determinada entidade, mas sim para a gente extrair conhecimentos da experiência que aquele espírito teve ao desencarnar.

Como a Sofia bem disse (e eu não sei se isso é considerado um spoiler, mas se for, por favor me perdoem), a história nos foi contada por um espírito que teve uma vida muito boa aqui na Terra, nasceu numa família rica, mas acabou enveredando para o caminho das drogas. Bom, eu não vou fazer muitos comentários agora, antes de vocês ouvirem a poesia, porque eu quero que vocês tirem a própria conclusão daquilo que vocês estão ouvindo. Espero que vocês gostem e que consigam extrair um pouco de conhecimento.

Aos incrédulos desta vida
que buscam prazeres no mundo,
venho expor minha alma ferida,
no testemunho de um moribundo.

Eu sempre tive uma vida fácil
cheia de álcool, drogas e orgias.
Mas não sabia que esses vícios
seriam fontes de tanta agonia!

Filho de família abastada,
eu nunca precisei trabalhar.
Dias e dias sem fazer nada
e a ociosidade a me perturbar.

Muitos amigos de conveniência
me toleravam pelo dinheiro,
mas em toda minha existência
não tive amigo verdadeiro.

Tão logo entrei na adolescência,
fiz do álcool minha companhia,
bebendo até a inconsciência
para compensar os meus dias.

Consumi as melhores bebidas,
todas importadas da Europa.
Ao lado de mulheres atrevidas,
a qualquer aventura dispostas.

Mas com o passar do tempo,
comecei a cansar do assédio,
buscando sempre um passatempo
para aliviar o meu tédio.

Então, fui apresentado às drogas:
à maconha, depois à cocaína.
Ser usuário estava na moda
e eu gostei da vida libertina.

Passado alguns poucos meses
das drogas fiquei dependente.
Picando-me por diversas vezes
para sentir a euforia crescente.

Mas o meu corpo não aguentou
aquelas doses, cada vez maiores.
E um dia, o coração parou
em meio a convulsões atrozes.

Inexplicavelmente, fiquei paralisado,
sem conseguir mexer o meu corpo.
com os braços e pernas gelados,
mal sabia que já estava morto.

Do meu lado, ouvi gritos e choros.
das pessoas que me encontraram.
Elas falaram, quase em coro:
"De overdose morreu o coitado!"

Mas de coitado, eu não tinha nada,
porque fui o algoz do meu destino.
Depois de uma vida desperdiçada,
virei o meu próprio assassino.

Meu Deus! Eu fiquei horrorizado
assistindo ao meu próprio enterro!
Com formas escuras ao meu lado,
provocando ainda mais desespero! 

Quando fecharam o meu caixão
quis gritar, mas não consegui!
Roguei a todos, cheio de aflição:
"Por favor, me tirem daqui"!

Mas ninguém ouviu o meu apelo
quando selaram a sepultura.
Iniciou-se, então, o pesadelo
da pobre e infeliz criatura.

Haviam momentos de lucidez
e momentos de pura loucura.
Eu sentia falta da embriaguez
para aliviar aquela tortura.

O meu estado era deplorável,
também fedia dentro do caixão,
com aquele cheiro insuportável
do meu corpo em decomposição.

E aqueles vermes, todos, nojentos,
comendo minha carne putrefada,
ampliavam ainda mais o tormento
da minha alma dilacerada.

Por meses permaneci assim,
até conseguir mexer os braços.
Havia alguma coisa em mim
que começava a romper os laços.

Desprendi-me do meu corpo podre,
e pulei para fora da sepultura.
Mas a primeira coisa que eu vi
foram as horrendas criaturas!

Espíritos deformados gritavam:
"Olha só, o viciado maldito!
Venha conosco sentir o gozo
e reviver o prazer irrestrito!"

Novamente eu entrei em pânico
e voltei para dentro do caixão.
Naquele ambiente satânico,
eu preferia a minha solidão.

Chorei, então, desesperadamente
sem saber mais o que fazer.
Eu sentia minha alma doente
mas queria voltar a viver.

De repente, escutei uma correria,
do lado de fora da minha tumba.
Alguns espíritos gritaram com medo:
"Corre que é o Exú Catacumba!"

Então, a debandada foi geral.
não ficou ninguém do lado de fora.
Quando ouvi uma voz gutural:
"Está na hora de você ir embora".

Em seguida, um silêncio absoluto
e a voz estranha desapareceu.
Eu criei coragem e saí do reduto
para entender o que aconteceu.

O portão do cemitério estava aberto.
E eu corri para o lado de fora
Finalmente eu me sentia liberto
e poderia, enfim, ir embora!

Mas quando eu saí, fiquei confuso,
ao ver aquela senhora negra.
Ela disse: "meu filho, neste mundo,
temos que seguir algumas regras".

"Tens a oportunidade de vir comigo
para conhecer uma casa de amor.
Pois lá encontrarás um abrigo
para que possas te recompor."

No início, fiquei apreensivo
mas acompanhei a velha senhora.
Pois decidi ouvir aquele aviso
quando ela disse ter chegado a hora.

Fomos a uma casa iluminada,
onde liam trechos do evangelho.
Então eu vi, escrito na faixada:
"Tenda de Umbanda 
Senzala dos Pretos Velhos"

Perguntei que lugar era aquele
e porquê havia tanta segurança?
Pois os muros estavam cercados
com soldados de armas e lanças!

A negra velha se limitou a dizer:
"meu filho, mantenha a confiança!
Porque hoje você vai perceber
o trabalho das nossas crianças."

E o que vi, me deixou comovido
e para sempre guardarei na memória!
Mas não vou abusar do aparelho amigo,
Esta será uma outra história!

Essa história, apesar de ter sido estruturada em versos pelo Pai Antônio, fala de uma realidade que muitas pessoas encontram quando passam para o mundo espiritual. De pessoas que ficam presas ao próprio corpo, quando desencarnam antes da hora. Porque o nosso corpo físico, nessa vida, tem uma quantidade determinada de energia vital, né? Você já nasce com uma contagem aproximada de quantos anos você vai viver aqui na Terra. E se você vive a sua vida regrada e desencarna no momento certo, na hora em que você tinha que desencarnar, a sua passagem para o plano espiritual vai ser bem tranquila.

Agora, se você abusa da sua saúde, se você deteriora o seu corpo físico e, em consequência desses atos, você acaba desencarnando antes do tempo, muito provavelmente, o seu espírito vai ficar ligado ao seu corpo físico, até que toda aquela energia vital que o seu corpo carregava, se dissipe. E sabe quanto tempo demora isso, gente? Exatamente o tempo que restaria de vida para você.

Então, por exemplo, imagina o seguinte: eu sou um jovem de 25 anos saudável e, pelo fato de eu ser meio desmiolado, eu começo a beber e usar drogas. Faço isso alucinadamente durante dez anos. Daí, o meu corpo não aguenta mais e pára de funcionar. Eu desencarno com 35 anos de idade. Só que, pelo meu programa reencarnatório, estava planejado para eu viver até os 80 anos de idade. Então, eu carregava uma energia vital suficiente para sustentar o meu corpo durante todo esse período. Nesse caso, como fui eu que abreviei a minha vida física, aquela energia vital atua como uma cola que segura o espírito preso ao corpo físico. Vocês entendem? Não interessa se o corpo está vivo ou está morto, o espírito vai ficar preso, até que toda aquela energia se esgote completamente.

Na poesia, aquele jovem assistiu ao próprio enterro! Imaginem, pessoal, o desespero que não deve ser de você ver o seu caixão sendo fechado com você lá dentro! E isso é só o começo, né? Os espíritos que passam por essa experiência, contam que sentem todas as sensações físicas que sentiriam se estivessem vivos. Bom, na verdade, eles estão vivos, né? Só que em um outro plano vibratório. E essa percepção que eles tem das sensações físicas é causada justamente pela grande quantidade de ectoplasma (da energia vital que permanece aglutinada naquele corpo que parou de funcionar antes do tempo. Daí o espírito vai sentir sensação de sufocamento, vai sentir fome, vai sentir sede, vai sentir o cheiro do corpo apodrecendo, vai sentir os vermes corroendo as suas entranhas. É horrível, gente! Não queiram desencarnar antes da hora, abreviando a vida física. Porque o arrependimento vai ser grande!

Esse tipo de situação (do espírito ficar preso ao corpo físico) acontece muito com pessoas que se suicidam, com pessoas que morrem de overdose (seja por drogas ou seja por álcool). Em qualquer situação que a própria pessoa deu causa ao desencarne, fazendo com que o seu corpo físico parasse de funcionar antes do tempo, infelizmente ela vai passar por essa experiência.

Bom, pessoal, eu espero que vocês tenham gostado do episódio de hoje. São pequenos ensinamentos que são passados pela Espiritualidade e que acabam nos proporcionando uma grande oportunidade de crescimento espiritual. E se vocês gostaram desse episódio, continuem acompanhando o Alma de Poeta pelas principais plataformas de áudio. Nós estamos presentes no Spotify, no Deezer, no Amazon Music, no Google Podcast, no Apple Podcast… E você também pode acompanhar o Alma de Poeta pelo nosso site. Acessa lá! É só digitar almadepoeta.com.br. Você pode, inclusive, deixar uma mensagem para mim, mandar uma crítica, mandar uma sugestão, tirar uma dúvida… Eu vou ficar muito feliz de responder os seus e-mails.

Fiquem com Deus, que o nosso Pai Maior os abençoe e até o nosso próximo encontro!

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1 comentário
  • Boa tarde, acabei de ouvir esse epsodio, gosto muito do podcast, parabens pelo trabalho, existe alguma chance de ajudar o espirito de alguem que se suicidou? obg

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