Transcrição do Episódio
Olá, povo da Umbanda! Olá, meus irmãos e minhas irmãs de fé! Como é que você estão? Hoje a gente vai continuar falando sobre os elementais. No episódio anterior a gente falou sobre os elementais artificiais, também conhecidos como formas-pensamento. E no episódio de hoje, a gente vai falar um pouco sobre os elementais naturais, que são também conhecidos como espíritos da natureza. Espero que vocês gostem. Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e nesse podcast a gente fala sobre Umbanda, Espiritualidade, Mediunidade e também sobre as poesias do Pai Antônio.
Bom gente, ao contrário dos elementais artificiais que não têm vida própria, porque vocês lembram? A existência deles está condicionada à constância dos nossos pensamentos e sentimentos, os elementais naturais, por sua vez, possuem uma vida totalmente independente da nossa. Os elementais verdadeiros, se é que eu posso usar essa expressão, fazem parte dos reinos da natureza, eles também são nossos irmãos menores, assim como são os animais, assim como são as plantas.
O que, Evandro? Então, agora você quer me convencer de que aquela samambaia que está plantada no vaso, lá em casa, também é minha irmã? Exatamente isso! A samambaia, a roseira, a árvore, um único raminho de grama é um ser vivo. E pelo fato de ser um ser vivo, faz parte dessa teia gigantesca dentro da qual nós também estamos inseridos.
E se você acha um absurdo da gente falar que as plantas tem alma, começa a estudar o xamanismo e vocês vão ver que lá eles falam que até as pedras possuem alma. Bom, dos animais, eu não preciso nem comentar, né? Porque se você acha que um cachorro, um gato, um boi não tem alma, então realmente, eu não sei em que século você está vivendo.
Aliás, gente, o próprio kardecismo fala que nós, como espíritos, estamos em constante evolução. E nessa trajetória evolutiva, os espíritos passam por vários reinos da natureza. Então, nós já passamos pelo reino vegetal, pelo reino animal e hoje nós estamos vivendo no reino hominal.
Mas presta atenção! Eu não estou falando de você reencarnar gente, depois reencarnar bicho, depois reencarnar planta. Não é nada disso! Não vamos pensar bobeira! Não é isso que os espíritos nos falaram. Eles dizem, sim, que nós já passamos por outros reinos da natureza, mas que só depois de milênios e milênios de evolução, o nosso espírito conquistou o direito de estar no reino hominal. Porque para a gente passar de um reino para o outro, demora zilhões de anos para isso acontecer. Não é assim de uma hora para outra: morreu bicho, já nasce gente. Existe todo um processo evolutivo, existe uma maturação do espírito para que isso aconteça. Vocês entendem?
O Léon Denis, que é um autor muito conceituado no meio espírita, e que foi o sucessor do Allan Kardec, praticamente, porque foi ele que deu continuidade ao espíritismo, ele falou certa vez o seguinte: “Na planta, a inteligência dorme; no animal, a inteligência sonha; só no homem a inteligência desperta”. Ou seja, é só quando o espírito entra no reino hominal é que ele começa a tomar conciência de si próprio. E é engraçado, né? Porque até chegar no reino hominal, a evolução do espírito acontece de uma forma meio automatizada. Precisa apenas de tempo, acúmulo de experiências reencarnatórias e de trabalhar os seus instintos. Só que depois que o espírito entra no reino do homem, por uma Lei Divina, aquele espírito pára de evoluir automaticamente. A partir de então, o progresso só acontece com o concurso da vontade do próprio agente, que é o ser humano. E essa vontade humana tem que estarem em harmonia com as leis Eternas”, senão a evolução não acontece.
É por isso que muitos de nós aqui, no reino do homem. E quando eu falo muitos de nós, eu me incluo nessa contagem, nós permanecemos com a nossa evolução estacionada durante muitas e muitas vidas, até sentirmos novamente a necessidade de prosseguir na marcha evolutiva. Diferente do que acontecia quando nós estagiávamos no reino vegetal e depois no reino animal, porque naquela época, a nossa evolução não dependia tanto do nosso esforço pessoal. Porque nós ainda não tínhamos a nossa consciência totalmente despertada. É por isso que o Léon Denis falou: “Na planta, a inteligência dorme”. Porque, apesar da planta ter um princípio inteligente dentro dela, esse princípio inteligente está adormecido. A planta age 100% por instinto. E depois de milhões e milhões de anos, quando o espírito evolui para o reino animal, a inteligência começa a dar os seus primeiros passos em direção à consciência. Se vocês notarem, os animais, apesar deles ainda viverem em um estado de inconsciência sobre si próprios, porque eles ainda não tem consciência de que eles existem, nessa fase do reino animal, eles já começam a ter lampejos de inteligência. Ainda não é essa consciência e essa inteligência tão clara como nós temos hoje, né? Por isso que o Léon Denis fala que “no reino animal, o espírito sonha”. Porque é uma inteligência confusa, descontinuada.
Só que, por que que eu estou falando para vocês dessa evolução do espírito pelos reinos da natureza? Porque existe um reino intermediário que fica entre o reino animal e o reino hominal, que nós chamamos de reino elemental. Os espíritos que vivem no reino elemental, eles estão em uma faixa evolutiva intermediária entre o animal e o homem. Eles já são muito evoluídos para permanecerem como animais, mas eles ainda não tem o raciocínio e a consciência plenamente desenvolvidos para entrar no nosso reino, no reino hominal.
São espíritos que já não agem tanto pelo instinto, porque eles já conseguem direcionar conscientemente a sua vontade. Só que tem um porém… Os elementais ainda não desenvolveram a capacidade de diferenciar o bem do mal. Eles não tem esse senso crítico da dualidade que existe no universo. Se a gente pudesse fazer uma comparação muito tosca da inteligência de um elemental com a inteligência de um ser humano, nós poderíamos comparar um elemental com a inteligência de uma criança de três anos.
Percebam que uma criança de três anos é muito mais inteligente do que qualquer animal que existe, né? Mas a consciência dela ainda está meio que adormecida. Assim são os elementais. São seres puros, ingênuos, muitas vezes travessos e que obedecem cegamente a espíritos que eles consideram como mais experientes, mais velhos.
Evandro, mas por que a gente não consegue ver os elementais, se eles fazem parte de um reino da natureza? Porque esse reino não está no nosso plano físico. O reino elemental, apesar de também ser um plano físico, existe em uma dimensão paralela à nossa. Mas essa dimensão paralela que eu estou falando, não é o plano espiritual, tá? Os elementais não vivem no plano espiritual, a não ser que eles estejam desencarnados. Porque os elementais, assim como nós, eles também nascem na matéria e morrem, né? E depois renascem. Afinal de contas, esse processo reencarnatório existe em todos os reinos da natureza.
Mas por que a gente não consegue ver os elementais? Bom, não consegue ver, vírgula, né, porque tem muita gente que consegue. Mas para a maioria das pessoas eles não são visíveis. E mesmo as pessoas que conseguem ver os elementais, isso acontece só em determinadas condições atmosféricas. Não é toda hora.
A gente pode fazer a seguinte comparação com o reino elemental e o reino hominal: sabe estação de rádio? Aquelas rádios que a gente ouve música, programas, entrevistas… Então… Imagina que exista uma estação que se chama “rádio humanidade”, para você poder sintonizar essa rádio, você precisa colocar o seu aparelho em 101.4 MHz, ok? Todos nós, aqui, no reino humano, estamos sintonizados nessa rádio. 101.4 Mhz. “Ráádiooo Humanidadeee”. Só que essa não é a única estação de rádio que existe, né? Tem uma outra estação que se chama “rádio elemental” e que funciona na faixa 98.9 MHz. E os todos os elementais estão sintonizados nessa faixa.
Daí eu pergunto para vocês: se o espectro de frequência do seu aparelho está programado só para ouvir a “rádio humanidade”, vocês vão conseguir ouvir a rádio elemental também? Não dá, né gente? Você não consegue ouvir duas estações de rádio ao mesmo tempo.
A não ser naqueles casos em que dê interferência. Porque, dependendo do lugar onde você esteja com o seu rádio, dependendo da distância da antena, o seu aparelho pode, eventualmente, captar ondas da outra estação. Mas essas ondas vão vir sempre com muito chiado, com muita interferência. É isso o que acontece quando a gente vê um elemental: O nosso rádio psíquico, apesar de estar programado para ouvir só a rádio humanidade, está posicionado em determinado local, em determinadas condições, em que podem ocorrer interferências e, eventualmente, a gente consiga captar um pouquinho do sinal da outra estação, da rádio elemental. Mas mesmo assim, as impressões vão chegar na mente da pessoa com muito chiado.
Você não vai conseguir ver um elemental nitidamente, de maneira cristalina. Muitas vezes você vai ver uma fumaça, uma sombra, uma figura distorcida. Justamente por causa dessa limitação que existe no nosso aparelho de captar as ondas da rádio elemental. Eu sei que ficou um exemplo meio tosco esse, mas eu acho que deu para vocês entenderem o conceito, né?
Agora, por que que eu falo que não se confunde o dimensão do plano elemental com a dimensão do plano espiritual? Porque são faixa vibratórias diferentes. Nessa brincadeira que eu fiz das ondas de rádio, a gente pode considerar que o reino humano e o reino elemental estejam vibrando na frequência da rádio FM. Já o plano espiritual está numa outra faixa vibratória totalmente diferente. O plano espiritual estaria vibrando na frequência da rádio AM, que é uma frequência mais muito longe da FM. Vocês conseguiram pegar essa ideia?
Bom, mas vamos lá, vamos continuar aqui com a nossa explicação sobre os elementais. Como eu disse para vocês no episódio anterior, os elementais recebem esse nome porque eles atuam diretamente com os quatro elementos da natureza. E quais são esses elementos? O ar, a água, o fogo e a terra. Para cada um desses elementos existe uma fauna de elementais. Eu usei esse termo fauna, porque a gente não tem um vocabulário específico para nos referirmos ao reino dos elementais, né? Apesar de que eles já deixaram de ser simplesmente animais há muito tempo! Assim como nós também não nos consideramos mais animais. Mas enfim, vocês entenderam, né? Quando eu falo fauna, eu estou me referindo a espécies diferentes de elementais que vivem em um determinado ambiente.
Ligados ao elemento terra, por exemplo, já foram catalogadas algumas espécies de elementais: nós temos os gnomos, as fadas e os duendes. Esses talvez sejam os mais famosos, né? Porque a presença deles entre os seres humanos começou a ser notada desde os povos antigos, principalmente da Europa. Foi lá que surgiram as histórias de gnomos, fadas e duendes, porque os povos antigos conseguiam ver e entrar em contato com esses seres muito mais facilmente do que nós hoje, nesse mundo de luzes, som e tecnologia. Aliás, o nosso estilo de vida atual, afasta os elementais do nosso convívio. Eles não gostam e não se interessam por essas coisas. Afinal de contas, eles são espíritos simples e muito ligados à natureza.
E nós também temos uma fauna de elementais ligados ao elemento água, tanto a agua doce quanto a água salgada. Nos ambientes aquáticos nós encontramos as sereias (que são as mais famosas, né), as Ondinas, os Tritões, as Nereidas e as Ninfas.
Ligados ao elemento ar, nós temos os Silfos e os Elfos. Muita gente confunde e acha que as fadas estão ligadas ao elemento ar, mas na verdade, as fadas são as contrapartes femininas dos gnomos e dos duendes. E estão ligadas ao elemento terra. Tanto é que era muito comum encontrar as fadas andando pelos bosques. Essa confusão é natural porque entre os povos celtas, os Elfos, que são os elementais ligados ao ar, eram conhecidos como faeries. E daí, a língua inglesa acabou adotando essa palavra para se referir àquele reino mágico das crianças, né? Nos Estados Unidos e Inglaterra eles chamam de fairy tail, que foi traduzido para o português como conto de fadas. Por isso que, nos desenhos norte americanos e europeus aparece a fada voando com asinhas. Na verdade, não é uma fada, é uma Elfo, ou como diziam os celtas, uma faerie. Então, no elemento Ar existem os Silfos e os Elfos.
E no elemento fogo, nós encontramos as salamandras. De todos os elementais, as salamandras são as que mais se diferenciam da forma humana. Todos os outros tem alguma semelhança com o ser humano, nem que seja uma parte do corpo apenas parecido com o ser humano, mas as salamandras tem um formato que foge totalmente à imagem do ser humano. Porque as salamandras tem um formato de serpente que se movem muito rapidamente e que se retorcem sobre si mesmas. E o tamanho delas varia muito! Desde pequenas minhocas que se movem nas chamas das fogueiras até imensas formas plasmadas no céu que se contorcem ao redor dos raios e dos relâmpagos.
É gente! Quem ouve falar de elementais assim, pela primeira vez, acha que é uma coisa muito surreal, né? Parece ser muita fantasia, muita viagem, né? Aposto que tem um monte de gente pensando aí: o que será que esse cara fumou para imaginar essas coisas? Mas não é imaginação, não, viu gente! Antes fosse! Os elementais são muito reais e são muito atuantes no nosso planeta!
Muitos espíritos superiores usam os elementais para manipular os elementos da natureza, para fazer o bem. Em contrapartida, tem muitos magos-negros, muitos feiticeiros que também usam os elementais para fazer coisas ruins. Porque vocês lembram do que eu disse? Os elementais não conseguem discernir o bem do mal. Eles simplesmente obedecem quando são mandados a fazer alguma coisa. E tem muitos espíritos trevosos que escravizam elementais, obrigando eles a fazer trabalhos de magia-negra.
Pobre desses espíritos ignorantes que escravizam seres inocentes para atender aos seus caprichos. Porque eles não imaginam o karma negativo que estão contraindo! A partir do momento em que a gente obriga um elemental a fazer alguma coisa ruim, ele está contraindo débitos perante o Universo e nós estamos nos comprometendo juntamente com ele. Depois, nós seremos obrigados a ajudar esse elemental a se reerguer, por causa das coisas erradas que ele fez sob o nosso comando.
Nós como estudiosos do espiritualismo, precisamos ter a consciência de que as leis universais são implacáveis! Se você contraiu um débito, você vai pagar, se você fez alguma coisa boa, você vai receber o seu crédito. Se você ajuda animais, se você ajuda elementais, se você ajuda a natureza, você está plantando boas sementes! São créditos que, no futuro, irão se reverter em seu benefício! Agora, se você destroi a natureza, judia ou mata animais, escraviza elementais, você está construindo um futuro de muita dor, de muito sofrimento para o seu espírito.
E olha, gente. Um conselho das pessoas que entendem de magia e que manipulam os elementos da natureza: nunca prometa nada a um elemental que você não possa cumprir. Porque, se você prometer alguma coisa para ele e você não pagar, pode ter certeza que ele vai transformar a tua vida num inferno até você entregar para ele aquilo que prometeu.
Prometer coisa para elemental é pior do que você prometer coisa para Erê! Porque o Erê já é um espírito de luz, um espírito evoluído, ele tem discernimento, ele sabe os limites que ele pode agir. Agora um elemental, um espírito que ainda está engatinhando na sua consciência, ele não conhece limites. Ele não sabe até que ponto ele está te ajudando ou está te prejudicando. Ele simplesmente vai ficar agindo, positiva ou negativamente na sua vida, até se dar por satisfeito. Então, cuidado, gente! Cuidado quando vocês invocarem elementais para fazer qualquer tipo de trabalho, viu! O ideal é que vocês não façam isso. Deixem eles vivendo livremente suas existências na natureza, assim como nós estamos vivendo a nossa! Deixem que os espíritos superiores cuidem dos elementais, assim como eles cuidam da gente. Não se envolvam com coisas que vocês não vão dar conta de resolver depois.
Eu estou falando isso, gente, porque a Umbanda trabalha muito com os elementais naturais. A Umbanda usa os espíritos da natureza para ajudar a fazer limpeza, para ajudar a cuidar, para ajudar a manipular energias. Mas a Umbanda trata os elementais com muito amor, com muito carinho. Da mesma maneira que você trata o seu bichinho de estimação. Com a mesma ternura que você trataria uma criança pequena. Porque os espíritos que trabalham na Umbanda têm essa consciência. Eles sabem que os elementais de hoje vão crescer, vão evoluir. Eles vão habitar novos mundos, um dia, novos mundos, como novas humanidades.
Bom gente, tem tanta coisa ainda que eu podia falar sobre os elementais… Eu não sei se eu continuo esse assunto ou se eu paro por aqui. O que vocês acham? Será que é legal a gente falar um pouco mais sobre elementais? Vamos fazer o seguinte? Se vocês quiserem que eu fale um pouco mais sobre cada um dos elementais que a gente conhece, manda uma mensagem para mim, que daí a gente continua falando sobre isso. Ok? Esse é um assunto que eu adoro!
Tá bom, pessoal? Entrem lá no nosso site: almadepoeta.com.br, deixem a sua mensagem, deixem a sua dúvida, deixem o seu comentário! Eu vou ficar muito feliz em responder. E não deixem de acompanhar o alma de poeta também pelas principais plataformas de áudio. Você pode encontrar o nosso podcast no Spotify, no Deezer, no Amazon Music, no Google Podcast, no Apple Podcast, no Youtube, enfim, nós estamos presentes no seu aplicativo preferido!
Então, eu fico no aguardo do contato de vocês! Um grande abraço, fiquem com Deus! Que o nosso Pai Olorum abençoe a existência de todos nós nesse planeta abençoado!