Transcrição do Episódio
Olá, povo da Umbanda! Olá, minha família de podcast! Sejam bem-vindos a mais um episódio do Alma de Poeta. Gente, não é que eu queira me gabar, mas eu só queria compartilhar com vocês a minha alegria. Eu queria dizer para vocês que o Alma de Poeta está prestes a atingir a marca de 10.000 visualizações. É verdade! Não é maravilhoso isso? E isso só está acontecendo graças a vocês. Ao carinho e à paciência que vocês tem de ouvir os nossos episódios.
Ontem eu estava pensando… há sete meses atrás, quando eu gravei o primeiro episódio, eu não imaginava que esse assunto teria uma aceitação tão grande. Afinal de contas, eu tenho ciência, né, que as pessoas geralmente buscam as mídias digitais para se divertir, para descontrair. São poucas as pessoas que procuram as mídias digitais para crescer espiritualmente. E por esse motivo, eu não tinha grandes expectativas com relação a esse podcast.
Agora vocês imaginam a minha grata surpresa de ver hoje, sete meses depois, o reconhecimento de vocês pelo trabalho que nós estamos fazendo (eu digo nós, porque eu não faço isso sozinho. Eu tenho sempre o incentivo dos meus guias espirituais que ficam felizes por nós estarmos difundindo conhecimento). Muito obrigado a todos vocês por ouvirem o Alma de Poeta, por compartilharem com seus amigos, com sua família. Eu não tenho palavras para agradecer esse carinho.
E vamos lá, para o episódio de hoje! Hoje a gente vai conversar sobre a dor. Esse desconforto que acompanha, não só o ser humano, mas a todos os seres vivos, e que é extremamente necessário para a evolução do nosso espírito.
Como assim, Evandro? Então você está dizendo que a dor é algo bom? Exatamente isso! E eu seria ainda mais ousado no meu comentário: eu diria para vocês que a dor é uma atenção especial que Deus está dando para você. Porque é através da dor que nós despertamos. É através da dor que o espírito acorda a sua consciência adormecida. É através da dor que as pessoas saem da sua zona de conforto.
E percebam que existe dois tipos de dor. A primeira é a dor física. É aquela mais evidente, é aquela dor mais aguda, que provoca um mal-estar no nosso corpo físico. Quem nunca teve uma dor de cabeça, uma dor de estômago, dor de barriga… pedra nos rins… (nossa, se vocês nunca tiveram pedra nos rins, agradeçam viu, gente, porque é uma dor insuportável), pedra na vesícula… Enfim, o nosso corpo físico é uma fábrica de dores, praticamente.
Na verdade, o que o nosso corpo físico produz são sensações, né? O nosso corpo físico interpreta sensações agradáveis ou desagradáveis que são passadas para a nossa mente. E a mente, nada mais é do que o periférico de entrada de informações para o nosso espírito.
Então, quando o nosso corpo, de alguma maneira se desequilibra ou é agredido, ele manda os estímulo para nossa mente, que interpreta aquilo como sendo dor, como sendo algo negativo. E a nossa mente passa essa informação para o nosso espírito como sofrimento.
Mas percebam, pessoal, que dor é uma coisa, sofrimento é outra. Não é porque você está sentindo dor que você precisa sofrer. Como assim, Evandro, você está ficando louco? Lógico que quando eu sinto dor, eu sofro! Pois é, gente, é isso que a gente tem que aprender a dissociar: a dor do sofrimento.
E como é que a gente faz isso? Primeiro tendo esse conceito bem claro na nossa mente: a dor é proveniente de uma ação, a dor é direta, é objetiva. O sofrimento, por sua vez, é proveniente de uma interpretação, o sofrimento é indireto, é subjetivo. Lógico que o sofrimento acontece em decorrência da dor. Porque se você não estivesse sofrendo aquela dor, você não iria sofrer. Mas o que eu quero dizer para vocês, e eu demorei muito para ter essa consciência, é que muitas vezes, você pode sentir a dor, mas não sofrer por causa dela. Eu sei, é difícil de entender isso num primeiro momento.
O Pai Antônio, um dia, falou para mim assim: “Filho, a dor é sempre necessária, mas o sofrimento é opcional”. E essas palavras dele ficaram repercutindo na minha mente durante um bom tempo. “A dor é necessária, mas o sofrimento é opcional”. O que o Pai Antônio quis dizer com isso? A gente está aqui na Terra, uma hora ou outra, a gente vai sentir dor. Seja a dor física, seja a dor moral.
Sim, porque esse é o segundo tipo de dor que existe: a dor moral. E muitas vezes, a dor moral é ainda mais intensa do que a dor física. E por que ela é mais intensa? Enquanto a dor física atinge o seu corpo da matéria, o seu corpo carnal, a dor moral atinge diretamente o seu corpo astral, que a gente também chama de corpo emocional ou perispírito. Então, a dor moral repercute nesse corpo sutil que nós temos. Só que esse corpo mais sutil, que a Umbanda chama de corpo astral e o kardecismo chama de perispírito, ainda não é a nossa alma, o nosso espírito de verdade. Tanto o corpo material como o corpo perispiritual são apenas invólucros alma, são camadas que envolvem o nosso espírito.
Então, assim, quem transmite a dor física para nossa mente é o nosso corpo de carne. Por exemplo: você estava andando descalça, pisou num espinho e furou o seu pé. A dor vai ser transmitida para sua mente que vai ser repassada para o seu espírito em forma de sofrimento. Cabe ao seu espírito receber ou não aquele estímulo como sofrimento ou como aprendizado. Porque você tem duas opções: você pode ficar se vitimizando “Ai, meu Deus, furei meu pezinho! E agora, como é que eu vou andar? Como é que eu vou fazer minha aula de dança de salão? Como é que eu vou colocar aquele sapato lindo de salto para minha festa no sábado?”. Você percebe que a dor física até já passou, mas o seu espírito continua sofrendo?
Agora, vamos imaginar a dor moral. Lembrando que quem transmite a dor moral para nossa mente é o nosso corpo astral, porque é nele que repercute o desequilíbrio emocional. Então, imagina o seguinte: Você morre de amores por uma pessoa, você quer viver com ela para o resto da vida. Certo? Daí, um belo dia, você leva um pé na bunda dessa pessoa. “Olha, não está dando certo, eu acho que é melhor a gente terminar”. E você fica arrasado com aquilo. Essa dor veio como uma punhalada no seu coração. Na verdade, a punhalada foi no seu corpo emocional, né? Foi o seu corpo astral que recebeu aquele baque de tristeza. E assim como o corpo físico fez com o espinho, ele também enviou aquela informação para a sua alma em forma de sofrimento. Só que aqui, para a dor moral, também a sua alma tem duas opções: ficar se vitimizando ou aprender com a experiência. A decisão é somente sua! O que você vai fazer? “Ai, meu Deus! Ela não me ama! O que eu faço agora da minha vida? Essa menina é o ar que eu respiro!” Perceba que, da mesma maneira que aconteceu com o espinho no pé, a dor moral talvez até já tenha passado, mas o sofrimento permanece no espírito. E é esse sofrimento que nós precisamos aprender a neutralizar.
E eu vou dizer uma coisa para vocês com relação a esse negócio de dor emocional, por experiência própria. Eu não vou dizer que isso é um conselho, porque se conselho fosse bom, a gente não dava, a gente vendia, né? Mas assim, você pode continuar amando muito uma pessoa e não ter mais ela na sua vida, não ter mais ela do seu lado. Você pode continuar amando muito uma pessoa e perceber que ela precisa seguir o caminho dela e você precisa seguir o seu. A separação pode trazer dor, em um primeiro momento, mas essa dor precisa se transformar em aprendizado, não em sofrimento.
Então, assim, resumindo o que eu disse até agora. Existe a dor física, quando está relacionada ao corpo e que é causada por alguma disfunção orgânica ou por uma agressão externa. E existe a dor moral, é aquela que causa tristeza, amargura, arrependimento. É aquela que ocorre no íntimo do nosso ser. E existe aquela informação que é passada diretamente para o seu espírito, que pode interpretar ela como sofrimento ou como aprendizado.
Daí, você pode me perguntar o seguinte: será que existe algo de útil em Deus ter criado a dor física ou a dor moral? Não seria melhor se elas não existissem? Porque daí não haveria sofrimento! Pois é… mas daí não haveria aprendizado também. O nosso espírito ficaria estacionado, sem evoluir.
O Allan Kardec, ele falou alguma coisa sobre esse assunto. Agora eu não lembro se foi ele ou se foram os espíritos. Mas enfim, ele disse que os males, aos quais o homem está exposto, são estimulantes para o exercício da sua inteligência, para o desenvolvimento das suas faculdades físicas e morais. O Allan Kardec fala que é por meio da dor que são iniciadas as pesquisas para que o homem possa delas se subtrair. Porque se o homem não tivesse nada a temer, não tivesse nenhum desconforto, seja físico ou moral, ele não sentiria necessidade de procurar soluções para resolver os problemas que o afligem. O Allan Kardec fala que se não fosse a dor ou os males que afligem a humanidade, o espírito do homem se entorpeceria na inatividade. Ele não inventaria nada e não descobriria nada. A dor é o estímulo que impele o ser humano para a evoluçao, que coloca ele no caminho do progresso.
Ou seja, se a gente parar para pensar, o que mais incomoda uma pessoa pode ser aquilo que vai trazer a ela os maiores benefícios. Porque a dor vai empurrar ela para que inicie a sua transformação. E a gente sabe, né pessoal, que se estiver tudo bem na nossa vida, a tendência é que nós nos acomodemos. Espera aí, eu vou evoluir para quê se eu estou bem assim? Mal sabe a pessoa que, se ela se esforçar para evoluir, mesmo estando bem, ela vai ficar melhor ainda!
Por isso que, num primeiro momento, a dor faz a gente voltar para dentro de nós mesmos. Primeiro a gente chora. Afinal de contas, chorar é humano. E depois que a gente chorou, que a gente aliviou o nosso espírito, nós começamos a usar a nossa inteligência para resolver aquilo que não está indo bem em nossa vida, para encontrar alguma alternativa, alguma solução. Para estancar de vez aquela dor que nos corrói.
Vocês já ouviram falar no espírito de André Luiz? André Luiz foi um médico que desencarnou e que escreveu um livro chamado “O Nosso Lar”. Quem gosta de espiritismo já deve ter lido o livro ou assistido o filme, que é muito legal. E o André Luiz, ele fala o seguinte: “Dor significa possibilidade de enriquecer a alma”.
Lembrando, gente, que a maioria das dores, são criadas pelo próprio homem. São dores que o homem cria para si mesmo, seja por meio de vícios, do orgulho, do egoísmo, por uma ambição desmedida, ou seja, o ser humano cria dor por causa dos excessos que ele pratica. Vocês entendem?
Tem uma parte, no livro de Allan Kardec que fala assim: (…) Deus estabeleceu leis, e essas leis são plenas de sabedoria, essas leis tem como único objetivo o bem. Allan Kardec fala que o homem encontra em si mesmo, tudo o que é necessário para seguir essas leis; e a rota para seguir essas leis está traçada na consciência; da mesma maneira que a lei divina está gravada no coração do homem. (…) Se o homem se conformasse, rigorosamente, com as leis divinas, não há dúvida de que ele evitaria os males, ele evitaria as dores mais angustiantes, e assim, ele conseguriria viver mais feliz sobre a Terra. Só que se isso não acontece, se o ser humano não consegue ser feliz aqui na Terra, é porque ele usa o livre-arbítrio de uma maneira errada, e, disso acaba sofrendo as consequências.”
É lógico que viver com prazer é o desejo de todos, né? É óbvio que ninguém, em sã consciência, deseja que a dor se manifeste. Só que quando a gente busca a felicidade de uma maneira errada, ao invés de conquistarmos a felicidade que tanto desejamos, nós contraímos dor. Quantas e quantas pessoas estão sofrendo hoje, justamente por não consideraram que o prazer fútil de hoje pode se transformar na dor do amanhã.
Lembra que eu falei, em alguns episódiso atrás, que os nossos créditos e os débitos são escritos no livro Xangô? Pois é… essa é a lei de causa e efeito. É a contabilidade que o próprio indivíduo gera para si. E esses créditos e débitos são acumulados no decorrer de toda a nossa trajetória evolutiva, através das sucessivas reencarnações.
Então, gente, a dor que nós estamos vivendo hoje, seja ela física ou moral, é criação nossa! Porque, em algum momento do passado, seja nessa vida ou em outra, nós fizemos escolhas e optamos por nos distanciar das leis divinas. É por isso que nós passamos por determinadas experiências doloridas hoje aqui nessa vida.
E já que eu estava falando de André Luiz, tem uma outra frase dele muito bonita que fala assim: ” O Senhor transforma o veneno de nossos erros em remédio salutar para o resgate de nossas culpas… (…) Aprende a sofrer com humildade para que a tua dor não se transforme simplesmente em orgulho ferido.
Todos nós ansiamos pela ausência de dor, mas o objetivo principal da dor não é punir. O objetivo dela é nos disciplinar. A dor é a autocorreção que trabalha em benefício de nós, para o nosso equilíbrio íntimo. Porque não interessa se você faz coisa certa ou faz coisa errada, a harmonia do Universo jamais vai deixar de existir. E uma das ferramentas que existe para manter o Universo em harmonia é a dor. Porque a dor nos possibilita oportunidades, para que nós possamos nos reavaliar, para que nós possamos, no futuro, tomar decisões mais conscientes.
O Léon Denis, que foi um escritor francês, ele viveu na mesma época do Allan Kardec, ele disse é por causa do grande amor que Deus tem por todos os seres vivos, que ele nos envia a dor. A dor é como se fosse a reprimenda de uma mãe amorosa para corrigir as atitudes erradas do filho. A dor é o amor de Deus que serve para nos reeducar, para que nós possamos melhroar como pessoas. A dor trabalha incessantemente o nosso espírito, para que nós nos tornemos pessoas mais dóceis. É a dor que purifica e embeleza a nossa alma.
E o Léon Denis escreve, até de uma maneira poética, dizendo que Deus colocou, nesta terra de aprendizagem, ao lado das alegrias raras e fugitivas, dores frequentes e prolongadas, para nos fazer sentir que o nosso mundo é um lugar de passagem e não o ponto de chegada. Gozos e sofrimentos, prazeres e dores, tudo isto Deus distribuiu na Terra, assim como faz um grande artista que combina, na tela, a sombra e a luz para produzir uma obra-prima. Não é bonito isso? Eu acho linda essas palavras do Léon Denis.
Então, gente, só para concluir, as nossas dores podem ser interpretadas como fonte de aprendizagem ou como um cárcere de lamentação. Como eu disse antes, a escolha é nossa! A dor surge para que nós possamos despertar, para que nós possamos identificar aquilo que nós estamos fazendo de errado e modificar as nossas atitudes.
Quando a dor se fizer presente na sua vida (porque ela vai se fazer presente uma hora ou outra, nao se iluda quanto a isso), não use essa dor para justificar o teu sofrimento. Use essa dor para se renovar, para transformar a dificuldade em oportunidade.
A pessoa que se vitimiza, acaba prolongando um sofrimento desnecessário. Às vezes, o que seria uma dor passageira se transforma em um sofrimento contínuo. A pessoa que se vitimiza, acaba usando a sua dor para culpar o mundo, para culpar as pessoas pela situação que ela está vivendo. Mas ninguém tem culpa de nada. A culpa é exclusivamente nossa! Cabe a nós mudarmos as nossas atitudes para melhorar a nossa vida.
Então gente, se é para sentir dor, vamos sentir essa dor da maneira certa. Não transforme essa dor em sofrimento, transforme ela em aprendizado. Se nós estamos sentindo dor, é porque nós estamos vivos. Vocês já pararam para pensar sobre isso? Graças a Deus eu tenho um corpo físico para sentir dor, porque é essa experiência na matéria que está despertando o meu espírito. Graças a Deus existem pessoas que provocam em mim uma dor emocional, porque é essa dor emocional que vai me possibilitar novas oportunidades, que vai fazer eu enxergar a vida de outra maneira.
E é isso, gente! Espero que vocês tenham gostado do episódio de hoje. E lembrem-se: a dor é necessária para a nossa evolução, mas o sofrimento é opcional. Enquanto a dor faz evoluir, o sofrimento faz o espírito estacionar.
E se vocês gostaram do episódio de hoje, continuem ouvindo o nosso podcast pelas principais plataformas de áudio. Nós estamos presentes no Spotify, Amazon Music, Google Podcast, Deezer, Apple Podcast, AnchorFm, Youtube e também pelo nosso site “almadepoeta.com.br“.
Um grande abraço! Fiquem com Deus e até o nosso próximo encontro!