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O Presidiário, o Estudante e o Trabalhador

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Você já parou para pensar qual é a necessidade da reencarnação? Por que o nosso espírito precisa voltar aqui na Terra reiteradamente? Não seria melhor se nós ficássemos numa boa lá no plano espiritual? É sobre isso que nós vamos conversar hoje!

Olá, meus irmãos, galerinha do Axé! Tudo bem com vocês? Sejam bem-vindos a mais um episódio do Podcast Alma de Poeta. Esses dias eu estava pensando numa coisa que me disseram uma vez: o céu e o inferno existe dentro de cada um de nós. A gente não precisa esperar morrer para sofrer os tormentos do inferno. Muitos de nós já vivemos os tormentos do inferno no nosso dia-a-dia, com os nossos pensamentos errados, com as nossas atitudes erradas, com pessoas erradas, colhendo dia após dia os frutos podres que a gente foi plantando. E da mesma maneira, nós também temos a capacidade de ir construindo o nosso paraíso ainda em vida. Você não precisa esperar morrer para se sentir no céu. Basta você ter atitudes boas, pensamentos bons, fazer a caridade sempre que você puder. Essas são as ferramentas que a gente vai utilizando para construir o paraíso dentro de nós. E eu estou lutando aqui para construir o meu paraíso aqui na Terra. E esse podcast faz parte do projeto. Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e aqui a gente fala sobre Umbanda, Espiritualidade, Mediunidade e também sobre as poesias do Pai Antônio.

Por que eu iniciei esse episódio falando sobre isso? Que o céu e o inferno existe dentro de cada um de nós? Ora, gente, sabe o que diferencia nós, encarnados, desses espíritos que ficam perambulando no plano astral? É que nós estamos presos no corpo da matéria. Nós também somos espíritos, assim como eles. A única diferença é que nós estamos confinados num corpo físico. Em um primeiro momento, vocês podem até pensar que isso é uma desvantagem, né? Poxa, eu estou preso aqui, nesse corpo de carne, quando eu poderia estar livre, indo para onde eu quiser, fazendo o que eu bem entender.

Os presidiários pensam a mesma coisa. Caramba, eu estou preso aqui dentro dessa cela, quando eu poderia estar lá fora, na rua, fazendo um monte de coisa. Coisa errada, né? kkk. As crianças pensam a mesma coisa: Nossa, eu tenho que ficar aqui nessa escola, assistindo essa aula chata, quando eu poderia estar lá fora brincando com os meus amigos. Os operários numa fábrica pensam a mesma coisa: nossa, eu vou ter que ficar o dia inteiro aqui, fazendo esse trabalho que eu não gosto, quando eu poderia estar viajando, passeando, fazendo compras.

E é assim que pensa o nosso espírito encarnado, seja ele um presidiário, um estudante ou um trabalhador. É gente! Vocês gostaram dessa minha analogia? kkk Porque existe basicamente essas três categorias de espíritos encarnados aqui na Terra. O presidiário, o estudante e o trabalhador. Vamos falar um pouquinho sobre cada um deles?

O presidiário é aquele espírito tranqueira, que foi obrigado a reencarnar para pagar os seus erros, para cumprir a sua pena. Daí, na maioria das vezes, ele leva uma vida sofrida e uma vida errada. Ele continua cometendo aqui na Terra os mesmos erros que ele cometia no plano espiritual. Daí, o que acontece? A pena dele vai se agravando. Ele vai continuar reencarnando na condição de presidiário. E percebam que para essa categoria de espíritos, geralmente geralmente a reencarnação é compulsória. Ele não tem escolha. Você vai renascer nessa condição e pronto!

Agora, vamos imaginar a situação do espírito estudante, que é a maioria de nós aqui na Terra. É aquele espírito que precisa aprender coisas novas, ele sente a necessidade de passar por novas experiências para poder evoluir. Nesse caso, esses espíritos também cometem erros, mas eles não vivem mais na criminalidade. Os erros deles são mais leves, mais fáceis de contornar. Para essa categoria de espíritos, a encarnação ainda é necessária, mas ela já não é mais compulsória. Vocês entendem? O espírito ainda precisa reencarnar, mas ele pode escolher fazer isso quando ele se sentir mais preparado. É diferente da primeira categoria de espíritos que eu comparei com os presidiários, né? Os presidiários não tem escolha, eles renascem na hora que mandam eles renascerem. Assim como o juiz quando bate o martelo e anuncia a sentença: “Eu te condeno à pena de trinta anos em regime-fechado”. A partir daquela condenação, o cara já vai pra cela e permanece lá pelo tempo que foi condenado.

Agora, com os estudantes é diferente. A espiritualidade superior chega para eles e fala assim: “Meu filho, você precisa renascer para aprender coisas novas, para dar continuidade aos seus estudos. Se você quiser, eu já posso te matricular na próxima vida. Você já tem condições de enfrentar esse desafio? Você aceita fazer esse curso?” Daí, o espírito, se for um CDF que gosta de estudar, ele vai falar: “Eu aceito, sim, pode me mandar. Eu estou preparado”. Mas se ele for um aluno retardatário, que não gosta muito de enfrentar desafios, ele vai falar “Poxa, eu não me sinto preparado ainda para aprender novas lições. Será que eu não posso me fortalecer um pouquinho mais aqui no plano espiritual até me sentir em condições de voltar à Terra?” E muitas vezes, a espiritualidade que organiza o nosso plano reencarnatório acaba concordando com aquele pedido. Dá mais um tempo para o espírito se preparar do lado de lá. Mas é lógico que esse preparo também não pode demorar muito, né? Existe um limite para tudo. Vai chegar uma hora, que o prazo vai acabar e aquele estudante vai ter que se matricular em algum curso. A única diferença aqui é que o estudante pode escolher o curso que ele vai fazer. Diferente do presidiário que não pode escolher a pena que ele vai cumprir. Vocês estão conseguindo entender essa analogia?

E tem uma terceira categoria de espíritos que são os trabalhadores. São espíritos que já viveram muito, que já tiveram muitas experiências reencarnatórias e que são chamados para contribuir com o seu trabalho, com o seu conhecimento para ajudar o planeta a evoluir. Daí, você pode me perguntar: E o que esses espíritos ganham com isso? Sabe qual é a resposta? Eles ganham créditos do lado de lá! Cada reencarnação que um espírito trabalhador vive, ele volta com créditos para lado de lá. E esses créditos fazem melhorar a vida dele no plano espiritual. A gente pode fazer a comparação com um trabalhador aqui na Terra. Para cada mês trabalhado, a gente ganha um salário. E esse salário vai ajudando a melhorar a nossa vida material. Com esse salário a gente vai tendo condições de comprar as nossas coisas, de pagar por serviços, a gente vai tendo condições de viver uma vida mais confortável.

Olhando do ponto de vista espiritual é a mesma coisa: cada vez que o espírito reencarna, ele vai tendo condições de melhorar a sua vida espiritual. De repente ele consegue juntar créditos suficientes para ir morar numa colônia espiritual que ele gosta, Colônia espiritual, para quem não sabe, é como se fosse um condomínio fechado aqui na Terra. Só entra lá quem é morador ou quem tem permissão para visitar. De repente esse espírito trabalhador consegue juntar tantos créditos que ele recebe a permissão de fazer uma viagem para outro mundo mehor que o nosso. Ou até mesmo de se mudar definitivamente da Terra. Não legal isso? E são a reencarnações que vão proporcionando esse bem-estar para o espírito.

Eu fiz essa brincadeira com vocês, de dividir essa categoria de espíritos em três, só para tentar explicar as três situações que podem fazer um espírito voltar aqui para Terra. Porque tem muita gente que fica perguntando, né, reencarnar para quê? Qual o sentido da reencarnação? Por que eu vou querer reencarnar num mundo primitivo como o nosso para sofrer, para sentir dor, para passar por decepções, angústias? Não seria melhor se a gente ficasse só lá no plano espiritual? E a resposta é não! Se nós ficássemos só lá no plano espiritual, seria a mesma coisa daquela pessoa que nunca sai de casa para nada. Ela não vê coisas novas, ela não aprende coisas novas, ela não ganha o seu sustento, ela não se torna independente.

E Deus quer que todos nós tenhamos uma vida independente. Que nós sejamos autossuficientes para construir a nossa felicidade. Só que para isso a gente precisa consertar tudo o que nós fizemos de errado (nós precisamos matar o espírito presidiário dentro nós), além disso, nós precisamos aprender continuamente, adquirir novos conhecimentos (nós precisamos incentivar o espírito estudante dentro de nós), além disso nós precisamos trabalhar para evoluir, nós precisamos adquirir recursos para melhorar a nossa vida no plano espiritual (e nós só vamos conseguir isso se nós fortalecermos o espírito trabalhador que existe dentro de nós).

E eu fiz essa separação de presidiário, estudante e trabalhador, mais para vocês terem uma ideia de como funcionam as coisas. Mas de uma maneira geral, essas três situações se misturam nas nossas reencarnações. Todos nós ainda temos um pouquinho de presidiário dentro de nós, da mesma maneira que todos nós temos o nosso lado estudante e o nosso lado trabalhador. Ninguém reencarna apenas como estudante, apenas como presidiário ou apenas como trabalhador. Essas situações se interpenetram umas nas outras.

Agora eu quero aproveitar esse epísódio aqui para compartilhar com vocês uma dúvida que eu recebi no e-mail do Alma de Poeta. Essa dúvida foi encaminhada pelo Lucas, que mora na cidade de Guarulhos aqui em São Paulo. O Lucas disse que se tornou filho de uma casa de umbanda há pouco tempo. E teve uma determinada gira lá que um preto-velho deu um charuto para ele e disse que era para ele utilizar sempre que ele estivesse triste. E daí o Lucas me falou lá os motivos pelo qual a Entidade passou para ele essa mironga, que não vem ao caso comentar aqui no podcast porque são coisas da vida pessoal dele. E o Lucas disse que no dia, não tinha entendido o por que daquilo.

Daí, algumas semanas se passaram e teve uma outra gira de esquerda na casa e dois guias deram para ele um cigarro, dizendo que era para ele acender o cigarro quando estivesse passando por aquela dificuldade. E o Lucas conta que quando ele falou isso para namorada, que também frequenta o mesmo terreiro, a namorada não acreditou naquilo, mas assim, num primeiro momento aceitou numa boa. E chegou uma hora que o Lucas estava passando pelo seu momento de dificuldade, ele acendeu o cigarro, fumou, e se sentiu super bem. Ele escreve, na mensagem, que se sentiu nas nuvens e se desligou dos problemas.

Só que quando a namorada dele sentiu o cheiro do cigarro, ela ficou muito brava! Ele ficou tão brava que colocu em xeque o relacionamento deles se ele continuasse fumando. Daí o Lucas entrou em contato perguntando se ele agiu certo em fumar, já que foi uma orientação da própria entidade, afinal de contas. Será que está certo o guia falar aquilo para ele? Ou será que é a namorada que não entende a necessidade?

Bom, Lucas, eu já conversei com você um pouquinho em particular, inclusive pedindo a sua permissão para expor esse seu relato aqui no Podcast. Eu agradeço muito por isso. E te agradeço também por você ter entrado em contado com o Alma de Poeta para trazer esse seu questionamento, eu fico muito feliz que você tenha ouvido e esteja gostando dos episódios.

E assim, como eu disse para você, a maneira como você relatou essa experiência para mim, me deixou um tanto preocupado, sabe? Não pelo que a entidade te passou, mas eu fico preocupado porque muitas vezes a gente não consegue interpretar direito o que está sendo pedido. Eu mesmo, muitas vezes tenho dificuldade de interpretar o que está sendo passado pelo plano espiritual.

E assim, eu não sei se você fuma ou se você não fuma. Eu acho que você não fuma porque senão a sua namorada não teria ficado tão brava com o cheiro do cigarro, né? Mas, enfim, o que eu quero dizer é o seguinte: quando o preto-velho te deu um charuto e pediu para você acender quando estivesse passando pelas dificuldades que você me relatou, o que a espiritualidade está pedindo é para trabalhar a energia do tabaco para te deixar um pouco mais equilibrado. Você entende? Não só equilibrado do ponto de vista energético, mas também para desfazer ligações fluídicas que possam estar conectando você a espíritos obsessores. E não precisa ficar preocupado quando eu falo isso, porque todos nós, vez ou outra, atraímos espíritos obsessores em determinado momento, seja por causa dos nossos comportamentos, seja por causa dos nossos pensamentos negativos. Isso é normal. O que a gente não pode é manter aquele espírito obsessor do nosso lado o tempo todo. E a fumaça do tabaco ajuda muito a cortar essas ligações energéticas.

A mesma coisa aconteceu com as entidades de esquerda, né, quando te deram cigarros e pediram para você acender nos seus momentos de dificuldade. Talvez seja uma necessidade que essas entidades tem de manipular os fluídos etéricos do fumo para fazer você se sentir melhor. Até aí tudo bem, esse é um procedimento muito corriqueiro na Umbanda.

O que eu acho um pouco estranho e daí eu peço para você prestar um pouco mais de atenção, inclusive, se você puder, até esclarecendo isso com a própria entidade, na primeira oportunidade que você tiver, é que quando a gente usa um cachimbo, um charuto, uma cigarrilha ou até mesmo um cigarro industrializado (que eu sou totalmente contra porque tem um monte de química), é que quando esses objetos são utilizados para um trabalho espiritual, a gente não pode tragar aquela fumaça. Porque você vai estar tragando justamente o elemento que a Entidade usaria para te limpar. Então, o jeito certo de você fazer é puxar a fumaça e soltar a fumaça sem tragar. E enquanto você puxa e solta a fumaça, você vai mentalizando os seus guias espirituais (ou a entidade que pediu para você fazer aquilo). Não é para a gente ficar fumando o charuto e o cigarro. É só para fazer fumaça.

E como eu disse para você quando a gente conversou, Lucas, eu fico muito preocupado com a interpretação errada que algumas pessoas podem ter quando uma Entidade pede para acender um charuto ou um cigarro naqueles momentos em que estiver se sentindo desequilibrada. Porque a pessoa pode interpretar que ela tem que fumar aquilo. O que não é verdade?

Aliás, a última coisa que uma Entidade de Luz deseja é induzir alguém ao vício. Porque você já pensou nos malefícios que uma interpretação errada pode te causar? Ai, a Entidade me falou que sempre que eu estiver triste com alguma coisa, é para eu fumar um cigarro! Que isso vai me ajudar. Bom, se você agir desse jeito, se você não era viciado no cigarro, você vai acabar ficando. Porque cigarro tem nicotina, tem alcatrão, tem substâncias que vai te causar dependência física. Daí, vai chegar um momento do vício que o seu corpo vai estar pedindo uma outra dose de nicotina e você vai pensar que está ficando desequilibrado de novo. Você entende a dependência que isso pode causar no seu psicológico inclusive?

Agora, vamos imaginar uma situação pior ainda! Ao invés da Entidade mandar você fumar um cigarro, ela manda você tomar um copo wiskey ou de vodca, ou de pinga. Gente, se eu tomasse um copo de pinga toda vez que eu estou me sentindo triste, eu já tinha virado um alcóolatra. Vocês conseguem entender a gravidade da situação? E talvez tudo isso seja uma questão de má interpretação do que a entidade quis dizer. Às vezes ela queria apenas que você baforasse a fumaça do charuto no ambiente da sua casa para eles poderem manipular as energias com mais eficiência. E a propósito, quando a gente arreia uma oferenda de marafo para Exú, a gente não toma a bebida dele. Você simplesmente coloca no copo e oferece. Porque o Exú vai trabalhar a volatilização daquele álcool da maneira que ele sabe fazer, sem a necessidade de você ingerir aquela substância. Com o cigarro e o charuto é a mesma coisa.

E como eu disse para você, Lucas, a Umbanda não incentiva o consumo de cigarro, nem de bebida, seja pelos médiuns trabalhadores da casa, muito menos para as pessoas que estão passando em consulta. Isso não deveria acontecer em hipótese alguma!

Então, quando um guia pede para gente acender um charuto ou um cigarro, não é para a gente fumar, mas para oferecer elementos para eles trabalharem. A gente precisa tomar muito cuidado na maneira como nós interpretamos as mensagens. Porque a Umbanda existe para melhorar a nossa vida, não é para deixar as pessoas viciadas, seja em cigarro, seja em bedidas ou qualquer outro tipo de substância.

Espero que eu tenha conseguido esclarecer um pouco mais a sua dúvida, Lucas. E me fala depois, se você tiver a oportunidade de esclarecer esse ponto com a Entidade, qual é o posicionamento dela sobre esse assunto. Eu tenho muita curiosidade de saber por que a Entidade mandou você fumar. Lembre-se que a Umbanda tem fundamento. Você precisa saber o porquê da Entidade estar pedindo determinada coisa.

Então é isso! Eu te agradeço, mais uma vez, por ter trazido essa dúvida, esse questionamento. Essa experiência que você passou, talvez outras pessoas também tenham passado, talvez outras pessoas também tenham tido o mesmo questionamento que você teve, e essa é uma oportunidade que a gente tem no Podcast, né, de esclarecer um pouco mais sobre os trabalhos que são feitos na Umbanda. Gratidão, meu irmão!

E a gente fica por aqui! Continuem acompanhando o nosso podcast nas principais plataformas de áudio: Vocês podem ouvir o Alma de Poeta no Spotify, Amazon Music, Google Podcast, Deezer, Apple Podcast, AnchorFm, Youtube e também acessando o nosso site “almadepoeta.com.br“. Entrem lá, mandem uma mensagem, tirem as suas dúvidas! Eu vou ficar muito feliz de receber a mensagem de vocês.

Um grande abraço, fiquem com Deus. Que o nosso Pai Oxalá continue abençoando a nossa caminhada e até o nosso próximo encontro!

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