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Falando Sobre o Dia de Finados

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O espírito do familiar que morreu, vem até a Terra, atraído pelos pensamentos dos seus familiares, para acompanhar a homenagem que é feita a eles no Dia de Finados. Não raras vezes vocês veem pessoas que se debulham em lágrimas quando estão dentro do cemitério. Essa emotividade repentina que aflora nas pessoas nada mais é do que uma manifestação mediúnica.

Transcrição do Episódio

E aí, galerinha do Axé! Povo da Umbanda! Está todo mundo bem? Eu estou gravando esse episódio aqui nas vésperas de um feriado muito importante, não só no Brasil, mas em diversos países que seguem o cristianismo. Amanhã é o dia de finados! Muitas pessoas aproveitam o feriado prolongado para viajar, para curtir, para passear. E acabam até esquecendo o motivo pelo qual esse feriado existe. E é sobre isso que a gente vai falar hoje. O dia de finados. Qual é a visão da Umbanda sobre essa data? Vocês sabem? Como os Umbandistas interpretam as visitas ao cemitério no dia de finados? Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e como vocês sabem, esse podcast foi criado para a gente conversar sobre Umbanda, Espiritualidade, Mediunidade e também sobre as poesias do Pai Antônio.

Bom, o dia de finados, eu acho que todo mundo sabe, né? É o dia em que as pessoas reverenciam os entes queridos que partiram, àqueles que regressaram ao plano espiritual. E se vocês pensam que essa ideia de homenagear os mortos foi criado pela Igreja Católica, vocês estão equivocados. A origem dessa homenagem é muito mais antiga do que o cristianismo. Segundo os estudiosos, o povo Celta já comemorava o dia de homenagear os mortos. Os Celtas, para quem não sabe, é um povo que viveu na Europa, entre os anos 1.900 a.C. até o ano 600 a.C. É um povo bem antigo, né gente?

E os Celtas deram origem a diversos outros povos: os Gauleses na França, os Bretões na Inglaterra, os gálatas na Turquia. Todos esses são descentes do povo Celta. E esses povos, tinham como característica comum a crença na reencarnação. Olha que interessante, né? Os povos antigos da Europa, assim como os povos antigos da Ásia (China, India), tinham plena conviccção de que os espíritos reencarnavam em outros corpos. Esse é um conhecimento que acompanhou a humanidade durante milênios, até ser deturpado pela Igreja Católica.

E a Igreja Católica, ela meio que copiou esse costume do povo Celta de reverenciar os seus mortos. Só que para os Celtas, a concepção de finados era muito diferente dessa ideia pesada de morte que a igreja católica incutiu na mente do povo no decorrer dos séculos.

Na época dos Celtas, o que acontecia era o seguinte: finados para eles, era o fim de um ciclo. Era o final de um ano produtivo. Porque, como vocês sabem, lá no hemisfério norte, nos meses de outubro e novembro é quando inicia o outono e o inverno. É o contrário aqui do Brasil, né?

E para o povo celta, o dia 31 de outubro era o dia em que eles comemoravam o encerramento da colheita. Era aquela época do ano em que eles começavam a estocar a comida para o inverno, que na Europa costuma ser bem rigoroso em algumas regiões.

Então, o final do ano Celta terminava no dia 31 de outubro e o ano seguinte começava no dia 01 de novembro. É lógico que eu estou fazendo uma comparação com o nosso calendário, né? Os Celtas da época, provavelmente eles tinham uma maneira totalmente diferente da nossa de contar o tempo.

E nessa celebração de final de ciclo, o povo celta acreditava que era o dia de maior proximidade entre os encarnados e os desencarnados. Eles acreditavam que, nessa época, os espíritos dos seus familiares e antepassados se aproximavam do nosso mundo, se aproximavam dos vivos. E isso era um motivo de muita alegria e comemoração para eles. Eles faziam festas para homenagear os seus mortos.

E era nessa época também, nesse período de festas, que eles fabricavam muitas velas, eles faziam também luminárias para iluminar os dias escuros do inverno. Porque lá no hemisfério norte, diferente do inverno aqui no Brasil, dependendo da região, os dias de inverno são muito curtos, né? Escurece muito rápido. Então, as luminárias feitas de vela, para os celtas, era muito importante.

E segundo a tradição nos conta, nesses dias de festa para comemorar o fim da colheita e homenagear os mortos, muitas luminarias eram feitas com cascos de abóbora. Os Celtas tinham o costume de esvaziar a abóbora, fazer comida com a polpa, e com a casca da abóbora, eles esculpiam luminárias com o formato de cabeças. E eles espalhavam essas luminárias de abóboras por vários locais, porque eles acreditavam que as abóboras iriam iluminar o caminho dos seus parentes mortos que vinham visitar eles naquela época do ano.

Muito provavelmente, vocês já relacionaram, essa abóbora iluminada dos Celtas com o dia de Halloween, que também é chamado de Dia das Bruxas. O Halloween que as pessoas comemoram hoje no mundo, principalmente nos Estados Unidos, vem justamente da cultura celta. E percebam, né, que o Halloween até hoje está ligado à manifestação de espíritos.

Então, para a cultura celta, essa comemoração significava o encerramento de um ciclo e o início de outro. Vocês, umbandistas, já devem ter percebido também a relação que existe desse culto celta que era praticado há 3.000 anos atrás, com a ideia que a gente tem hoje na Umbanda de Obaluaê. Porque Obaluaê, para nós umbandistas, significa muito mais do que a morte. A vibração de Obaluaê é justamente isso que os celtas entendiam naquela época sobre o final de um ciclo e o início de outro. Afinal de contas, Obaluaê é o Senhor das Passagens, das mudanças de fase, do reinício. E a morte nada mais é do que a mudança: o final de um ciclo e o início de outro. É quando a pessoa deixa morrer o seu corpo físico para voltar para o plano espiritual.

Percebam que a morte não é o fim de nada! Os Celtas estavam certíssimos! A homenagem aos desencarnados deve ser feita com alegria, com entusiasmo! Com a certeza de que a vida continua do lado de lá ainda mais intensa do que era aqui na Terra. Essa palavra “finados” que vem de “fim” é totalmente errada. Porque a morte do corpo físico é apenas o início de outra fase. É a mudança de ciclo!

Daí, o que aconteceu? O Império Romano começou a expandir os seus tentáculos pela Europa. O império romano começou a dominar tudo. Ele começou a dominar toda aquela região que era ocupada pelos Celtas. E com isso, indiretamente, os romanos começaram a absorver também aquela cultura. E eles levaram essa ideia de homenagear os mortos para Roma. E a igreja acabou adotando essa cerimônia.

Hoje, na tradição da Igreja Católica, o dia 1º de novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos. É quando se reza por aqueles que morreram em estado de graça, aqueles que morreram com os pecados perdoados. Por isso que se chama “Dia de todos os santos”. E o dia seguinte foi considerado o mais apropriado para fazer orações por todos os demais falecidos, que, segundo a Igreja Católica, ainda precisariam de ajuda para serem aceitos no céu. É por isso que no dia 2 de novembro se celebra o dia de Finados.

E os primeiros registros dessas orações feitas pelos cristãos para os falecidos datam do século 1, quando era costume das pessoas visitar túmulos de mártires. E em decorrência desse costume, no ano 732, o papa Gregório III autorizou os padres a realizar missas em memória dos falecidos.

E não demorou muito para o dia 2 de novembro passasse a ser homenageado em toda a Europa. E a partir do século 15, o feriado se espalhou pelo mundo. Cada parte do mundo celebra esta data da sua maneira. No México, por exemplo, existe a “Festa dos Mortos” que mistura a celebração católica dos finados com antigos rituais astecas. Bom, eu particularmente, vejo uma proximidade muito grande da “Festa dos Mortos” mexicana com o que os povos celtas acreditavam. É um período de festa, de alegria de comemoração.

Bem diferente do Brasil, né? Porque aqui a tradição é as pessoas irem aos cemitérios levar flores, acender velas e rezar pelos entes queridos que já morreram.

Percebam que em toda cultura ou civilização houve uma atenção especial dirigida aos mortos, quer essa atenção (ou esse “cuidado”) estivesse relacionado com alguma religião ou não. No caso dos Celtas, por exemplo, não estava relacionado a religião alguma. Ou estava, né? A religião deles era o contato com a natureza. Afinal de contas, os Celtas eram um povo pagão.

Mas vamos voltar para o Dia de Finados, como a gente conhece hoje. Essa homenagem da igreja católica foi instituída no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, por um abade chamado Odilo (que depois foi canonizado como Santo Odilon). No dia 02 de novembro do ano 998 o abade Odilo sugeriu aos membros da sua abadia que, todo ano, naquele dia, fossem dedicadas orações à alma daqueles que já se foram. E essa ação do abade Odilo foi pensada, por ele, como um ato de caridade. Porque a Igreja acredita que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso. E o abade, em um gesto de generosidade, quis ajudar essas almas em sofrimento através das preces coletivas no dia de finados.

Porque, segundo a visão da igreja católica, quando as almas estão no purgatório, elas necessitam da oração dos vivos podem pedir para elas a misericórdia divina, a intercessão dos santos, da Virgem Maria e de Jesus Cristo. E na Baixa Idade Média (entre os séculos X e XV), a prática de orações pelas almas dos mortos tornou-se bastante popular na Europa, ficando conhecida até pelo apelido de “Dia de todas as Almas”.

Nos dias atuais, apesar do grande processo que a civilização ocidental sofreu ao longo da modernidade, o Dia de Finados continua sendo uma data muito especial. Porque é o dia em que muitas pessoas se lembram com carinho dos entes queridos que já se foram. É o dia em quque milhões de pessoas vão aos cemitérios levar suas flores, velas, sentimentos e orações.

Bom, agora eu vou passar para vocês a visão espírita, mais particularmente a visão Umbandista do dia de finados. Quando eu era pequeno eu ouvi um kardecista falar para mim o seguinte: “não há necessidade de ir no cemitério no dia de finados, porque os nossos entes queridos voltaram para o plano espiritual já não estão mais lá. Lá está apenas os restos mortais do corpo que aquele espírito usou quando viveu na terra. Se a gente comparar o corpo físico como uma roupa que o espírito usa, o cemitério seria como se fosse um depósito de roupa velha”.

E eu, como nasci e cresci em um berço kardecista, durante muitos anos da minha vida, essa crença me acompanhou. Daí, quando eu conheci a Umbanda, eu comecei a ver o cemitério de uma outra maneira. Afinal de contas, eu descobri que existe uma população inteiro de espíritos que trabalham nos cemitérios, ajudando aos recém desencarnados”. E hoje, quando eu vou cemitério, é para prestar as minhas homenagens a esses espíritos que trabalham de uma maneira tão abnegada, ajudando os desencarnados que precisam. Eu, como Umbandista, entro no cemitério pedindo, não apenas ajuda aos espíritos necessitados, mas principalmente agradecendo o povo da esquerda pelo amparo que eles proporcionam a todos nós.

Hoje, eu consigo conciliar a doutrina kardecista com a doutrina umbandista, no que diz respeito ao cemitério. Eu sei que o cemitério é só um ponto de passagem, é um lugar transitório para o espírito recém-desencarnado. Eu sei que a pessoa que desencarnou não vai morar lá cemitério. Ela fica no cemitério apenas o tempo necessário para se desligar do corpo físico. E isso pode ser um processo rápido, de alguns minutos, como também pode demorar décadas! Vai da evolução do espírito que desencarnou. E as almas que estão no cemitério, elas recebem a ajuda necessária da espiritualidade para que isso aconteça. A função dos Exús e Pombajiras na calunga pequena é muito importante! Eles são os trabalhadores do astral que se dedicam a ajudar os espíritos que estão passando pelo estágio de perturbação do desencarne.

Mas Evandro, eu não entendi. Para você é importante ou não é importante visitar o cemitério no dia de finados? Bom, gente, eu sou da opinião que toda forma de homenagem vale a pena! Existe uma egrégora que foi criada, no decorrer dos séculos, com essa data. Afinal de contas, no dia 02 de novembro, milhões de mentes se conectam com o plano espiritual para homenagear os seus entes queridos. E essa egrégora formada é um bálsamo de alegria para os espíritos desencarnados.

Muitas vezes, o espírito do familiar que morreu, vem até a Terra, atraído pelos pensamentos dos seus familiares, para acompanhar a homenagem que é feita a ele. Não raras vezes vocês veem pessoas que se debulham em lágrimas quando estão dentro do cemitério. Essa emotividade repentina que aflora nas pessoas nada mais é do que uma manifestação mediúnica. A pessoa está captando o sentimento do desencarnado que está do lado dela, abraçando, enviando vibrações de amor, de saudade.

O plano espiritual também se mobiliza para essa data tão importante! São organizadas verdadeiras caravanas do lado de lá, para que os espíritos possam vir “matar a saudade” dos seus familiares. E muitos deles, recebem a permissão de se encontrar com seus familiares quando eles vão até o cemitério. O cemitério acaba atuando como um ponto de encontro dos familiares encarnados e desencarnados.

Então, se você me pergunta se eu acho importante ir no cemitério no dia de finados, eu digo sim! É muito importante! As pessoas a quem vocês vão homenagear, estarão presentes do seu lado. O dia de finados, no plano espiritual, é um dia de alegria! É quando o cemitério está em festa! Se vocês tivessem a capacidade de ver o quanto os espíritos se emocionam de reencontrar a sua família encarnada naquele ponto de força, vocês também iriam chorar, agradecendo a Deus por aquela oportunidade.

E olha, gente, eu vou contar um segredo para vocês. A espiritualidade de luz não perde nenhuma oportunidade de ajudar a quem precisa. Por que eu estou falando isso? Muitas vezes, a pessoa morre e fica vagando pelo mundo. Ou então ela acaba sendo aprisionada por espíritos perversos. Só que o nosso pensamento, o pensamento da pessoa que está encarnada, tem uma energia muito forte. Porque o nosso pensamento aqui na Terra está misturada com ectoplasma. Daí o que acontece? Quando a pessoa vai lá no cemitério prestar a sua homenagem a um ente querido que se foi… E se porventura, essa pessoa estiver perdida no plano espiritual, ela vai ser “literalmente” puxada para dentro do cemitério pela força do seu pensamento. Quando você está lá dentro do cemitério e manda sentimentos de amor, de saudade, de carinho… Isso vai funcionar como um rebocador que puxa aquele espírito, onde quer que ele esteja, para o seu lado. E a espiritualidade de luz (os Exús e Pombajiras) aproveitam esse fenômeno que ocorre espontaneamente, para receber aquele espírito e ajudar ele da melhor forma possível.

Muitos e muitos espíritos perdidos que são atraídos para o cemitério no dia de finados, acabam sendo encaminhados para colônias de tratamento. Eu usei aqui um termo bem kardecista, só para vocês entenderem. Colônias são sítios vibratórios, são cidades espirituais que existem em volta da Terra e que servem para cuidar desses espíritos.

Agora, do ponto de vista Umbandista: toda gira para mim é dia de finados. Afinal de contas, a gente cultua guias espirituais que nada mais são do que pessoas desencarnadas, né? Então, eu homenageio os desencarnados a cada gira! O dia 02 de novembro, para mim, é só mais uma oportunidade de homenagear os meus guias!

Mas assim, além dessa reverência aos espíritos desencarnados, o dia de finados é muito importante também para gente cultuar o Orixá Obaluaê ou Omulú, como vocês queiram, porque é Ele que cuida desse momento de transição, é ele o Senhor das Passagens, o Orixá da Morte e do Renascimento. Eu, como Umbandista, eu tento ir ao cemitério, pelo menos uma vez por mês, para saudar o povo da esquerda, o povo da calunga e também para homenagear Omulú. E se você quer fazer isso num dia específico, dê preferência para visitar o cemitério na segunda-feira. Esse é o dia mais propício para você saudar o povo da esquerda e fazer as suas oferendas para Obaluaê.

E não se esqueçam, né gente, peçam licença para os guardiões para entrar e sair do cemitério. Quando vocês estiverem entrando no cemitério, peçam ao povo da esquerda que qualquer entidade que esteja acompanhando vocês naquele momento possa ser socorrida. Enquanto vocês estiverem lá dentro do cemitério, mantenham sempre o pensamento positivo, o bom astral, o sentimento elevado. Porque, querendo ou não, gente, o cemitério é um ponto de energia densa. Tem muito espírito sofrendo lá dentro, lutando para se libertar do seu corpo físico (lógico, dependendo da maneira que eles viveram e que eles morreram, né).

E dependendo do seu pensamento e da sua atitude, você vai atuar como um imã para que esse espírito grude em você e tente aproveitar a sua presença lá para sair daquela situação. Para que isso não aconteça, você precisa se manter conectado com seus guias espirituais durante todo o tempo em que permanecer dentro da calunga.

E quando vocês saírem, peçam para o povo da esquerda que fica lá na porteira para segurar qualquer espírito sofredor que esteja querendo sair com vocês do cemitério. Lembrem-se sempre de manter uma atitude respeitosa com a espiritualidade, porque com o mesmo respeito que você tratar a espiritualidade, você também será tratado por ela.

Bom, espero que vocês tenham gostado do episódio de hoje. Falar sobre cemitério é um assunto muito vasto! Porque tem muita coisa interessante que acontece lá dentro e que a maioria das pessoas encarnadas não fazem a mínima ideia. Eu acho que daria um livro de 500 páginas falar sobre a Calunga pequena. Quem sabe um dia a gente não escreva sobre isso, né? Eu amo cemitério!

E gente, se vocês gostaram do episódio de hoje, mandem um “salve” pra mim” Entrem lá no site almadepoeta.com.br e mandem uma mensagem dizendo se gostaram, se não gostaram. Se faz sentido para vocês tudo isso que eu falei. Compartilhem comigo a experiência que vocês tem com a Umbanda e com a espiritualidade. Eu vou gostar muito de ouvir a história de vocês!

E não deixem de acompanhar o podcast pelas plataformas de áudio: nós estamos presentes no Deezer, no Spotify, no Google Pocast, no Apple Podcast, no Amazon Music, no Youtube. Qualquer plataforma de música que você entrar aí na internet, você vai encontrar o Alma de Poeta. Um grande abraço a todos, um ótimo feriado! Curtam bastante esse momento de reflexão para estreitar os laços com o plano espiritual. Que o nosso Pai Obaluaê os abençoe! Atotô, meu pai!

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