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Ele Desencarnou e Não Sabia

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A experiência de um espírito que foi atendido em um terreiro de Umbanda após ter desencarnado. Será que você está preparado para esse momento? Como devemos encarar o momento da passagem?

Transcrição do Episódio

E aí, Galerinha! Vocês tão bem? Sejam bem-vindos a mais um episódio do “Alma de Poeta”! Hoje eu acordei com a mente reflexiva, pensando sobre a vida e sobre a morte. Pensando em como a nossa estadia aqui nesse mundo é transitória, não é verdade?

Porque de uma hora para outra, o Pai Omulú pode bater palma chamando a gente para o lado de lá. E se isso acontecesse hoje, você estaria preparado para ir embora? Eu acho que ninguém está preparado para isso, né? Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e nesse podcast a gente fala sobre Umbanda, Espiritualidade, Mediunidade e também sobre poesias de um preto-velho.

Quando o nosso corpo físico morre aqui na terra. O Espírito desperta em um plano mais sutil. E esse despertar pode ser mais ou menos longo, ou mais ou menos perturbador, dependendo do seu grau de consciência. Se você é uma pessoa que está preparada para esse momento, o seu despertar no mundo espiritual vai ser muito mais rápido e tranquilo.

Agora, se você é daquela pessoa que não quer largar o osso, aquela pessoa apegada ao mundo e às coisas da matéria, então o seu despertar vai ser mais perturbador, porque o seu espírito não está preparado psicologicamente para fazer essa passagem.

Eu lembro de um espírito que foi socorrido uma vez, numa gira e Umbanda, e esse espírito estava desesperado! Ele incorporou no médium se debatendo todo, chorando e pedindo pelo amor de Deus que ajudassem ele. Porque ele achava que tinha enlouquecido. Eu lembro que o cambone se aproximou carinhosamente do médium incorporado e começou a conversar com esse espírito.

Em um primeiro momento, o espírito pareceu meio surpreso, sabe, porque finalmente alguém estava conseguindo ouvir ele. E depois, quando passou aquele impacto, ele começou a falar alucinadamente, como se aquelas palavras estivessem represadas nele há um longo tempo.

Ele dizia que, de uma hora para outra, todo mundo na casa dele começou a ignorar a presença dele sem motivo. A esposa já não conversava mais com ele, não retribuía mais os carinhos. Os filhos já não obedeciam mais às suas ordens. E por mais que ele gritasse, dentro da sua casa, ninguém prestava atenção. No começo, ele sentiu uma raiva enorme pelo descaso dos seus familiares.

Mas ele percebia que cada vez que ele sentia essa raiva, ele ia para um lugar escuro e ficava sozinho lá. E ele só conseguia voltar para casa quando a esposa dele começava a orar por ele. Depois de semanas, essa raiva se transformou em tristeza. Ele não sabia por que todo mundo estava agindo assim com ele, de uma maneira tão indiferente, ele não sabia por que todo mundo resolveu ignorá-lo, assim, de uma hora para outra.

Ele passava os dias e as noites dentro da casa pensando no que tinha feito de errado para receber tanta indiferença da sua família. Os parentes iam visitar a sua família e não o cumprimentavam, as visitas entravam na sua casa e nem dirigiam a palavra para ele. Daí, com o tempo, ele se conformou, ele parou de se importar com a atitude das pessoas. Ele sabia que algo tinha acontecido, mas não sabia ainda o que era.

Daí certo dia, ele estava sozinho na sala, olhando para os nada, meio que conformado com a situação, quando de repente ele ouviu alguém chamar o seu nome. Mas espera aí, ele conhecia aquela voz. Aquela maneira de chamar o seu nome era muito familiar. E quando ele se virou em direção da voz que estava chamando-o, sabe quem ele viu? A mãe.

A mãe que tinha falecido quase vinte anos antes. E ele se assustou de uma tal maneira que saiu correndo porta a fora sem olhar para trás. Ele ficou correndo desesperado, achando que tinha enlouquecido. Quando ele estava sem forças já para continuar correndo, ele se sentou em um canto e ele conta que foi cercado por um bando de índios. Depois ele começou a ficar com sono, com sono e desmaiou. Foi acordar só no terreiro.

Ele conta que a última coisa que ele se lembra antes de desmaiar é de estar sendo segurado pelo braço por dois índios gigantes. Mas por que que eu estou contando essa história para vocês? olha só! Até aquele momento, ele não tinha a mínima consciência de que o seu corpo físico havia morrido.

Ele contou que estava assistindo televisão e de repente sentiu uma dor aguda no peito e logo em seguida adormeceu. Daí, quando ele acordou, começou a chamar a esposa, os filhos e ninguém respondia. Daí havia momentos de perturbação, momentos em que ele era transportado para algum lugar, que ele achava que estava sonhando, momentos de inconsciência, até o espírito dele começar a adquirir uma certa lucidez.

Para vocês verem, pessoal, como é importante a gente saber o que nos espera do lado de lá. Essa pessoa teve uma parada cardíaca enquanto assistia TV. Só que ela não tinha a mínima ideia do mundo espiritual. Durante a vida inteira dela, ela nunca parou para refletir sobre a morte, nunca parou para questionar para onde o espírito vai depois que morremos. Ela só se importava com as coisas da matéria. Daí a importância de a gente ter uma religião, uma crença, uma fé.

Então, gente, se um dia vocês acordarem e perceberem que ninguém está dando atenção para vocês. Se vocês chamarem as pessoas e ninguém ouvir, pode ter certeza de que vocês morreram. E está tudo bem! Não precisa se desesperar. Cedo ou tarde alguém do plano espiritual vai vir te recepcionar. Pode ser um familiar, pode ser amigo, pode ser o seu guia. Mas você nunca vai ficar desamparado.

Porque quando a morte chega, se inicia uma nova etapa. O espírito que faz a passagem pode se deparar com situações inusitadas que, se ele não estiver preparado, vai acabar desorientado. A morte é apenas o retorno do espírito para o lugar de onde ele veio.

Então, gente, nós não perdemos quem nós amamos. A morte é apenas um até logo, um até breve. Cedo ou tarde nós iremos nos reencontrar com nossos entes queridos. Tanto aqueles com quem nós convivemos aqui na Terra quanto aqueles que nos ajudaram durante a vida, do lado de lá.

Porque o plano físico não é nossa casa. Nós somos apenas passageiros desse mundo. A nossa verdadeira casa está do lado de lá, para onde um dia todos nós retornaremos. A gente está aqui na Terra apenas para vencer as nossas imperfeições, encarar os desafios da matéria. E depois que nós vencemos esses desafios, a gente volta para casa.

Como um trabalhador que volta ao lar depois de um longo dia de trabalho. Porque se a gente for olhar do ponto de vista espiritual, uma vida inteira aqui na Terra não é mais do que um único dia na vida do espírito imortal. Nós, como criações divinas, nós somos eternos. E por isso nós temos a eternidade para viver e evoluir.

Muita gente fala que é espiritualizada, que acredita na reencarnação, na vida após a morte, só que quando a morte chega para algum ente querido, a pessoa acaba se desesperando. Daí eu pergunto: até que ponto essa sua fé é verdadeira? Será que você realmente acredita naquilo que ouve ou naquilo que fala ou é só da boca para fora?

Gente, vamos combinar uma coisa: quando a morte chegar para algum membro da sua família, não briga com Deus, não briga com a espiritualidade, porque tudo está seguindo o seu curso natural. Talvez hoje a gente não entenda direito o que está acontecendo, mas chegará o momento certo em que tudo ficará esclarecido. Nesse dia, você compreenderá o porquê das coisas terem acontecido daquela forma.

Não enxergue a morte como o fim de tudo. Muito pelo contrário. A morte não é o fim, mas ela também não é o início de nada. A morte é apenas a continuidade. Não é a primeira vez que o seu corpo físico vai morrer. Você já passou por essa experiência antes, só não se recorda. E muito provavelmente não vai ser a última vez que você vai enfrentar a morte do seu corpo físico. Porque o espírito troca de corpo assim como as pessoas trocam de roupa.

Lembra que eu falei que a gente pode comparar a nossa vida física como se fosse um dia na existência do espírito? Pois é… todo dia a gente troca de roupa, não é verdade? Assim é o espírito. A cada reencarnação ele veste uma roupa diferente, que nós chamamos de corpo. E Deus é tão bondoso que ele te dá uma roupa novinha em folha para você usar cada vez que você volta aqui na Terra.

Gente, agora eu queria aproveitar esse episódio aqui para responder algumas dúvidas. Lembra nos episódios anteriores que a gente falou sobre preceitos? Então, a Ângela perguntou o seguinte para mim? Evandro, e agora que os terreiros tão fechados por causa da pandemia? A gente também precisa continuar fazendo os preceitos?

Ângela, antes de mais nada, um abraço para você! Obrigado por sempre ouvir os nossos episódios! Eu entendo o seguinte, Ângela, os preceitos são importantes para limpar o seu corpo e a sua mente a fim de facilitar a comunicação com o mundo espiritual. Então, porque que a gente pede para fazer os preceitos antes da gira?

Porque vai ser naquele momento de terreiro que você vai ter um contato mais intenso com seus guias. Agora, se você não está indo no terreiro por causa da pandemia, se o seu terreiro está fechado, eu não vejo a necessidade de você fazer os preceitos que faria para ir para gira. É claro que fazer preceito, sempre é bom, né?

Porque o preceito, independente se você vai incorporar ou não, é uma ótima ferramenta para equilibrar as energias do seu espírito. Se você tem o hábito, assim como eu, de 1 vez por semana fazer uma reza na sua casa, conversar com seus guias espirituais na sua casa, então eu acho que você deveria fazer os preceitos sim. para facilitar essa comunicação. Agora, se você não tem esse hábito, então eu não vejo a necessidade de fazer preceitos, apesar de que seria muito bom para manter suas energias equilibradas.

Ou então uma outra hipótese que eu estava pensando aqui agora. Muitas vezes, vai ser o seu guia que vai te pedir para fazer preceito determinado dia da semana, porque naquele dia, ele vai precisar usar o seu fluído vital para ajudar alguém, por exemplo. Então, nesse caso também, né? Mas daí, você faria o preceito a pedido do seu mentor espiritual.

E uma coisa que a Ângela me lembrou também, que eu acabei esquecendo de falar e que também é um preceito muito importante, é o silêncio durante os trabalhos mediúnicos! Isso é fundamental! Principalmente por parte da assistência. Sabe? Evitar ficar com conversinhas paralelas, evitar ficar fazendo fofocas durante as giras, piadinhas que não tem nada a ver com os trabalhos espirituais. Porque isso realmente acaba influenciando muito na corrente mediúnica. Muito bem lembrado isso, Ângela! Obrigado pela sua contribuição!

Uma outra pergunta bem interessante é do Murilo. Ele fala o seguinte. Eu e a minha namorada somos umbandistas e frequentamos o mesmo terreiro. A gente costuma fazer os preceitos, principalmente de não ter relações 24 horas antes da gira. A pergunta do Murilo é o seguinte: e se eu estou na minha casa, ela está na casa dela e eu “penso” nela. Sabe, gente? para bom entendedor, meia palavra basta. Eu me tranco no banheiro e fico pensando nela…

Olha, Murilo. Muito oportuna e interessante essa sua pergunta. Porque nesse caso, apesar de vocês não estarem trocando fluídos corporais, está acontecendo duas coisas: primeiro: pensamento tem força. Você pode não estar ligado com ela fisicamente, mas o seu pensamento vai estar conectado na energia dela.

E o segundo ponto: E o segundo ponto: quando você diz que pensa nela trancado no banheiro, vai haver um desgaste energético para você, concorda comigo? E essa energia que vai sair do seu corpo, se fosse melhor canalizada, poderia se converter em ajuda ao próximo.

Porque as Entidades conseguem também manipular a energia sexual transformando-a em fluídos terapêuticos, entende? Então eu penso o seguinte, cara, já que você está fazendo o preceito. Faz direitinho. Faz o sacrifício de ficar um dia em abstinência. Você vai ver como que isso vai ser benéfico para vocês dois! Gostei muito da sua pergunta e da sua coragem de perguntar! Eu tenho certeza de que você está respondendo a dúvida de muita gente!

Bom, pessoal, eram essas as minhas reflexões de hoje. Eu espero que vocês tenham gostado. A ideia do podcast é essa, gente, trazer questionamentos, trazer experiências de terreiro, trazer reflexões. Tentar responder dúvidas quando elas surgem. Lógico que eu tento responder dentro das minhas limitações, né? Eu não vou saber muita coisa! Mas quando eu não souber, eu vou falar para vocês que eu não sei ou que eu não tenho certeza do que eu estou falando.

Espero que vocês tenham um final de semana abençoado. E não deixem de acompanhar o nosso podcast nas principais plataformas de áudio: Spotify, Amazon Music, Google Podcast, Deezer, Apple Podcast, AnchorFm, Youtube e também pelo nosso site “almadepoeta.com.br“.

Entrem lá no site para mandar um “oi”, deixar seus comentários e fazer perguntas, se vocês tiverem. Um grande abraço para vocês, que o nosso Pai Obaluaê possa nos trazer muitas reflexões com relação a essa passagem chamada morte que um dia todos nós vivenciaremos. Até o nosso próximo episódio!

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