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Reencarnação e Evolução

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Um bate papo sobre a necessidade que temos de reencarnar para evoluir. Neste episódio, conheceremos o testemunho dado por um Caboclo de Ogum que, por meio da poesia de Pai Antônio, veio contar a sua história.

A REENCARNAÇÃO

Oi pessoal! Sejam bem vindos a mais um episódio do nosso Podcast Alma de Poeta. No áudio de hoje, eu vou falar um pouco sobre evolução e a necessidade que a gente tem de passar por certas experiências terrenas. Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e esse Podcast foi criado com a finalidade de falar sobre Espiritualidade.

Bem, eu acho que todo mundo aqui está de acordo que a gente nasce, morre, nasce, morre, renasce, morre… não é verdade? Porque se vocês não acreditam na reencarnação, então eu acho que vocês estão no Podcast errado. Porque a reencarnação é um fato! E ela está bem diante dos nossos olhos. É só vocês darem uma pesquisadinha rápida por aí, nos Googles da vida, que vocês vão ver o tanto de literatura, o tanto de relatos, de documentários, de testemunhos que existe sobre esse tema.

E isso, não só aqui no Brasil, mas em todas as partes do mundo, em todas as sociedades, em todos os tempos. A reencarnação sempre acompanhou a humanidade, desde os primórdios até hoje.

Eu não sei se vocês sabem, mas até por volta do século VI, todo o Cristianismo, incluindo a Igreja Católica, aceitava incondicionalmente a reencarnação. Ninguém questionava, ninguém duvidada.

A HISTÓRIA DE THEODORA

Havia uma tal de Theodora, lá em Constantinopla, que era esposa do Imperador Justiniano. Imagina só a influência que essa mulher não tinha na sociedade da época! E a Theodora era o “cão na face da Terra”! Ela era uma mulher que defendia com unhas e dentes a escravização dos povos dominados. Ela era uma mulher extremamente desumana, preconceituosa. Mas é claro que, pela posição que ela ocupava, era também uma pessoa muito estudada.

E daí o que aconteceu? Ela começou a questionar esse negócio da reencarnação. “O quê? Você acha que eu, a Imperatriz do Império Bizantino, vou me sujeitar a renascer em uma outra vida como escrava? Mas nunca! Isso não tem a mínima possibilidade de acontecer!”

E ela começou a pressionar o Papa da época, um tal de Virgílio, para que ele reformulasse esse negócio, esse conceito de reencarnação. E a Theodora deve ter enchido tanto o saco desse Papa, do Imperador, de todo mundo… O Justiniano deve ter chegado para o Papa e falado assim: “Oh Virgílio, pelo amor de Deus! Tira logo esse negócio da reencarnação que eu não aguento mais a minha mulher me azucrinando a paciência”.

E assim o Papa Virgílio fez. No segundo Concílio de Constantinopla, atendendo a uma exigência do Império Bizantino, ele aboliu a ideia da reencarnação. Olha só! Como se a decisão de um Papa tivesse o poder de mudar as Leis da Criação, não é verdade? “Olha Deus, a partir de hoje, a reencarnação não existe, está bem? Então, por favor, não mande mais os espíritos das pessoas que morreram de volta para renascer em outro corpo. A gente não aceita mais isso!”.

Sabe o que eu fico pensando? Eu fico pensando como essas pessoas devem ter sofrido quando desencarnaram! Porque, de uma hora para outra, aquela bolha de ilusão em que elas viviam acabou estourando e elas tiveram que encarar a realidade. Não deve ter sido fácil para elas.

E daí, de um dia para o outro, a Igreja Católica deixou de acreditar na reencarnação, contrariando, inclusive, algumas passagens bíblicas que iam nesse sentido. No livro de Matheus, por exemplo, o Apóstolo relata que o próprio Jesus, quando encontrou com João Batista, identificou que João Batista era o espírito de Elias, o profeta que havia falecido séculos antes. E se eu não me engano, no livro de Malaquias também tem alguma coisa falando sobre isso. Que Elias voltaria como João Batista, alguma coisa do tipo que eu não estou lembrado agora.

Eu falei tudo isso, não é para tentar convencer ninguém de que a reencarnação é uma lei da natureza, de que é uma lei de Deus, de que a reencarnação é real. Até porque a minha intenção aqui nesse Podcast não é convencer ninguém de nada. Cada um acredita naquilo que lhe faz bem. Mas o que eu acho legal é a gente abrir a nossa mente. Deixar a mente mais receptiva para assimilar as verdades que hoje ainda não compreendemos e que vão sendo passadas aos poucos, a conta-gotas, pela espiritualidade.

O PROPÓSITO DA REENCARNAÇÃO

E esse ciclo da reencarnação pode ser mais ou menos longo ou mais ou menos breve, de acordo com o esforço de cada um. Quanto mais rápido você evolui, mais cedo você vai quebrar esse ciclo reencarnatório. Nas filosofias do Oriente, eles chamam esse ciclo reencarnatório de Samsara.

Samsara é uma palavra do idioma sânscrito que significa perambulação. É a perambulação do espírito através dos mundos, no fluxo incessante de renascimentos. E olha só que interessante: essas tradições religiosas que existem na Índia, como o Budismo, o Jainísmo, o Hinduísmo, nasceram muito antes do Cristianismo. Para vocês verem como a ideia de reencarnação é antiga.

E quando eu falo que a gente pode quebrar esse ciclo reencarnatório, eu não estou falando de uma ou duas vidas. Eu estou falando de centenas de milhares de vidas. Na melhor das hipóteses, se vocês se esforçarem em todas as vidas, o que eu duvido muito que aconteça, porque em muitas vidas a gente permanece estacionado… talvez, nesse caso, a gente conseguiria quebrar esse ciclo reencarnatório depois de alguns milênios. Mas, cá entre nós, eu acho isso muito difícil de acontecer.

E por que essa necessidade de reencarnar? Vocês já pararam para pensar sobre isso? Por que que o espírito tem a necessidade de mergulhar no plano físico da matéria? Não seria muito mais fácil se a gente ficasse lá no mundo espiritual, tranquilo, vivendo as nossas existências, sem a necessidade de sentir dor, de conviver com a separação (mesmo que seja temporária) das pessoas que amamos:? Não seria mais fácil a gente não precisar passar pelas agruras do mundo físico? Pois é… a Espiritualidade diz que não! Que existe a necessidade do espírito passar por experiências físicas para acelerar o processo de evolução, para despertar mais rápido a consciência de cada um.

Eu não sei se vocês sabem, mas o nosso espírito, nessa ascensão evolutiva, já passou por diversos reinos da natureza. Nós já passamos pelo reino mineral, pelo reino vegetal, pelo reino animal… Hoje nós estamos vivendo no reino hominal, no reino do homem. Mas chegará um dia em que o nosso espírito vai evoluir para um reino superior ao nosso, superior ao reino hominal. Seria o que muitas crenças religiosas chamariam de reino angelical.

Outros reinos superiores virão. São reinos que ainda desconhecemos. Os Arcanjos, os Serafins… quem sabe os Orixás? Não importa o nome que a gente dê a esses reinos superiores. O importante é saber que eles existem e que nós estamos seguindo nessa direção.

O MASSACRE DOS INOCENTES

Mudando de assunto, eu vou mostrar para vocês uma das primeiras poesias que eu recebi do plano espiritual. Essa poesia, na verdade, é o testemunho de um espírito que vivenciou uma passagem bíblica.

Esse espírito, na época, foi um personagem secundário de um acontecimento que ficou conhecido como “o massacre dos inocentes”. Eu não sei se vocês já leram ou estudaram alguma coisa sobre isso.

Quando Jesus nasceu aqui na Terra, algumas pessoas foram avisadas pelo plano espiritual do seu nascimento. Nós poderíamos até considerar essas pessoas, hoje em dia, como sendo médiuns, videntes, profetas… sei lá, escolham o nome que vocês queiram dar. Mas dentre essas pessoas, estavam os Magos do Oriente. Esses magos seguiram para Belém, guiados pela espiritualidade para poder conhecer e prestar homenagens para aquele que seria o maior espírito, em grau de elevação, que esse mundo já conheceu.

Naquela época, a região era governada por um rei chamado Herodes. E o rei Herodes tinha espiões em todo lugar. E por meio desses espiões, ele ficou sabendo que esses magos estavam à procura de um menino predestinado a se tornar o Rei dos Judeus.

E daí, Herodes mandou chamar esses magos e encostou eles na parede! Quem era esse menino, onde ele estava? Porque Herodes disse que também queria conhecê-lo. Mas os Magos do Oriente, que não eram bobos nem nada (e também porque eles foram alertados pela espiritualidade) desconfiaram das intenções de Herodes e acabaram dizendo que não haviam encontrado o menino e já estavam voltando para casa.

Mas a essa altura do campeonato, eles já tinham se encontrado com o recém-nascido Jesus. E quando Herodes descobriu que foi enganado pelos magos e também temendo pelo futuro do seu reinado, convocou os soldados e alguns mercenários para colocar o seu plano nefasto em ação.

E sabe qual plano era esse? Herodes mandou sacrificar todas as crianças do sexo masculino com menos de dois anos de idade, em um raio de oito quilômetros da cidade de Belém. Esse episódio ficou conhecido como o “Massacre dos Inocentes”.

Vamos ouvir a poesia que fala sobre essa matança?

A MATANÇA (POESIA PSICOGRAFADA)

Era primavera na antiga Judeia
e os soldados não faziam ideia
do que estava para acontecer.
Imbuídos de um objetivo escuso,
mercenários em um país intruso,
vieram a vida comprometer.

Reunida a tropa em Jerusalém,
marchamos em direção a Belém
junto com os demais soldados.
Com ordens de procurar um menino
sem poupar nenhum dos pequeninos
pois estávamos sendo bem pagos.

Eu era um mercenário estrangeiro
e aceitei a tarefa, por dinheiro,
que o Rei Herodes assim prometeu.
Mas o nome da criança, eu não sabia,
enquanto um colega de farda dizia
que mataríamos o Rei dos Judeus.

O Rei Herodes ficou transtornado
quando, pelos magos, foi ludibriado
sem saber o paradeiro da criança.
Então, para garantir seu reinado,
ordenou aos infelizes soldados
que iniciassem, de vez, a matança.

Todas as crianças do sexo masculino
foram alvejadas em cruel extermínio
por parte de mim e dos meus soldados.
Arranquei os bebês de suas mães
degolando-os como se fossem cães
e devolvendo os seus corpos gelados.

Atendendo a Herodes, o Grande
sujei minhas sandálias de sangue
com o choro triste dos inocentes.
E o suor deixado na armadura
enchia meu peito de amargura
com a lâmina cortando inclemente!

“- Matem os bastardos de até dois anos!
Não quero ver nenhum tipo de engano”,
ameaçou o comandante irritado.
Eu era um homem de muitas maldades,
famoso por minhas atrocidades
e temido por meus subordinados.

Sem qualquer noção de moral,
como soldado, não enxerguei o mal
que estava fazendo com aquele ato.
Utilizava o pugio e o gladius
desferindo golpes, os mais variados,
colecionando os meus assassinatos.

Mas para cada criança que matei,
de uma encarnação inteira precisei
para reparar o mal praticado.
Por mil anos paguei meus desatinos
pedindo perdão àqueles pequeninos
que por mim foram sacrificados.

Ao completar o ciclo de reparações,
quão grande foram minhas emoções
quando, por crianças, fui recepcionado!
Pois o choro de minh’alma arrependida
finalmente, depois de muitas vidas,
enterrou aquele antigo soldado.

Aqui trabalho no plano espiritual,
esforçando-me para erradicar o mal
que ainda aflora no coração humano.
Sou Caboclo da Linha de Ogum,
e venho, sem constrangimento algum,
na aparência de um soldado romano.

Depois de muito tempo eu entendi
que as crianças que nasceram ali
e foram duramente sacrificadas,
eram espíritos de altíssima elevação
que desceram à Terra na missão,
de acompanhar o Cristo na jornada.

A JUSTIÇA DE XANGÔ

Que testemunho, não é gente! Que poesia forte essa! Até hoje eu não sei de quem é essa história, de qual Entidade. Os versos simplesmente foram passados pelo Pai Antônio. Mas eu vou confessar uma coisa para vocês: Essa foi uma das poesias que mais mexeu comigo, que mais me comoveu. Não pela história em si, mas pelas cenas que passavam pela minha cabeça quando o Pai Antônio ditava os versos. Porque se tem uma coisa que mexe comigo são as histórias tristes envolvendo crianças. Nossa, isso me destrói por dentro!

Mas olha só como é a justiça de Xangô. A Entidade fala na poesia que para cada vida que tirou, precisou de uma encarnação inteira para se redimir. E que só depois de mil anos é que ele conseguiu ficar em paz com a própria consciência, pelos crimes que cometeu.

E olha só que lindo! Quando o seu espírito se viu livre de toda aquela dívida que ele havia contraído, ele foi recepcionado por crianças, por uma falange inteira de Erês. Vocês conseguem imaginar a emoção que essa Entidade não deve ter sentido? Ele que havia tirado a vida de tantas crianças, de tantos bebês, depois de mil anos de sofrimento espiritual, de resgate, ele acabou sendo acolhido justamente por espíritos infantis. Existe um perdão maior do que esse? Nossa, eu me emociono quando eu penso nisso!

E olha só que bacana. Lembra que a gente estava conversando sobre evolução? Percebe como a gente evolui através das experiências reencarnatórias? Um espírito que era mercenário e que matava por dinheiro, na época do Cristo, hoje auxilia no plano espiritual. Hoje auxilia na Egrégora da Umbanda como um soldado de Ogum.

Mas pensem só no tanto de experiência terrena que ele teve que passar até adquirir esse grau de consciência. É por isso que nós estamos aqui: para adquirirmos também essa lucidez, essa consciência de que fazemos parte do todo. Nós somos parte da obra de Zambi, nós somos partes da obra do Criador.

Eu espero que vocês tenham curtido mais esse episódio. Que o nosso Pai Olorum nos dê força, nos dê oportunidade de continuar evoluindo sempre! Sintam-se abraçados por mim, pelos nossos guias espirituais e pela energia maravilhosa dos Orixás que equilibram o nosso planeta. Até o nosso próximo encontro e fiquem com Deus.

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6 comentários
  • Oi Evandro, tudo bem! Meu nome é Noemi e eu tô acompanhando o seu programa. Gostei mto quando vc falou sobre evolução e o pq da gente ter que nascer aki na Terra. A minha pergunta é a seguinte: isso q você falou é uma visão da Umbanda? Pq nos lugares q eu já frequentei eu nunca ouvi falar sobre isso… Eu fiquei meio assim de aceitar esse ponto de vista. Como é q a gnt pode evoluir, se a cada vida a gnt esquece tudo o q aconteceu na vida anterior? Se nóis não temos lembrança do q fizemos de certo ou de errado, como que a gnt pode se consertar?

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