Transcrição do Episódio
Oi pessoal! Bom dia, boa tarde, boa noite! Vamos começar mais um episódio de Podcast? Hoje eu vou aproveitar esse episódio também para tirar mais algumas dúvidas. Para quem ainda não me conhece, meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e nesse Podcast a gente fala sobre Umbanda, Espiritualidade, Mediunidade e de vez em quando sobre as poesias de um querido preto velho chamado Pai Antônio.
Então, vamos lá, Sofia? Manda ver a primeira pergunta de hoje?
Fernanda:
Ok. A Fernanda que mora na cidade de Sorocaba entrou em contato pedindo uma orientação. Ela escreveu uma mensagem um pouco longa, por isso eu tomei a liberdade de resumir apenas a parte do questionamento. A Fernanda disse que começou a frequentar um terreiro de Umbanda há pouco tempo e que, por ela já ter uma mediunidade mais ou menos aflorada, sempre quando passava com as Entidades, acabava sendo convidada para entrar para a corrente e virar trabalhadora da casa.
A mãe de santo disse que ela deveria entrar na próxima turma de médiuns iniciantes para que pudesse iniciar o seu aprendizado na Umbanda e poder trabalhar na casa. Apesar da Fernanda vir de uma formação kardecista, tendo inclusive trabalhado a sua mediunidade nos centros kardecistas, foi informada que teria que iniciar os estudos do zero, uma vez que tinha muita coisa a aprender na Umbanda.
Até aí tudo bem! Só que quando a Fernanda foi conversar com o responsável pelos estudos, ela disse que não foi bem acolhida. O responsável foi muito rude no tratamento, dizendo que foi muito difícil formar a última turma e que não iria mais formar nenhuma outra turma. Inclusive, orientou a Fernanda a visitar outras casas, dando a entender que não queria que ela trabalhasse por lá. O responsável disse ainda que todo o estudo que ela fez no Centro Kardecista não valia de nada, e que ela teria que começar do zero, primeiro trabalhando na cantina do centro, ajudando as pessoas do lado de fora da corrente, depois virando cabone, até iniciar efetivamente o desenvolvimento mediúnico.
Daí, a Fernanda pergunta na mensagem se esse tipo de comportamento é normal em um terreiro de Umbanda, ou teria lugares em que as pessoas são mais acolhedoras? Porque ela disse que levou um choque com a recepção rude que teve daquela pessoa. O que você tem a dizer sobre isso?
Evandro:
Oi Fernanda! Obrigado pelo seu contato e obrigado por você estar acompanhando o Podcast Alma de Poeta. Antes de mais nada, eu quero que você saiba que eu li a sua mensagem toda, viu Fernanda, apesar da Sofia ter resumido aqui apenas o problema que você passou e que eu acho que é o mais importante da sua dúvida.
Bom, vamos lá… Começando do fim… Você perguntou se é normal esse tipo de comportamento rude, grosseiro, nos terreiros de Umbanda. Claro que não, Fernanda! A maioria dos terreiros que eu passei, as pessoas são recebidas de braços abertos, com muito carinho, com muita alegria! Eu acredito que essa triste experiência que você teve nesse terreiro que você frequenta (ou que você frequentou, né? Eu não sei se você ainda está indo nele), está ligado mais à conduta do ser humano do que ao trabalho religioso em si.
Porque você sabe que relações humanas são complicadas, né? Lógico que eu não tiro a sua razão de ter se sentido rejeitada por essa pessoa que era responsável pela preparação dos novos médiuns. Realmente, uma pessoa que está conduzindo qualquer tipo de trabalho espiritual ou religioso, com certeza não deveria ter esse tipo de atitude. O mínimo que essa pessoa deveria fazer é te receber com carinho. Mas, enfim… cada um é cada um, né? Tem algumas pessoas que tem um jeito mais rude de se expressar e elas nem se dão conta de que estão agindo dessa maneira.
Então, Fernanda, o conselho que eu te dou, se você for num terreiro de Umbanda ou em qualquer outro lugar, é que você desconsidere o jeito particular de cada pessoa e tente visualizar mais o conjunto da obra. O que você precisa ter em mente, o que você precisa prestar atenção é no trabalho como um todo, sabe? Se aquela casa realmente ajuda as pessoas, se a Espiritualidade que se manifesta naquele lugar são espíritos bons, se os médiuns estão comprometidos com a caridade. Se quando você passa em atendimento com as Entidades, você recebe mensagens positivas, mensagens de incentivo. É essa visão mais panorâmica que você tem do lugar que vai dizer para você se o lugar que você está frequentando é bom ou não.
Agora, com o comportamento individual de cada pessoa, eu acho que isso deve ser colocado num segundo plano, sabe? Porque, em todo lugar que a gente for, sempre vai ter aquelas pessoas com quem a gente afiniza mais e aquelas pessoas com quem a gente afiniza menos, não é verdade? A gente precisa aprender a lidar com isso.
Agora vamos lá… Entrando mais no mérito do que foi falado com você. Eu acho muito salutar que essa casa se preocupe em oferecer um curso preparatório para os médiuns iniciantes. Eu acho que todo terreiro de Umbanda deveria ter alguma coisa parecida: cursos, palestras, núcleos de estudo, enfim… É muito importante que os terreiros priorizem o conhecimento acima de tudo! Porque só os conhecimentos sobre as verdades do mundo espiritual é que vai trazer luz para aquela pessoa, né?
Principalmente se for um médium trabalhador! Quanto mais conhecimento o médium tiver, melhor vai ser o serviço que ele vai poder oferecer. Então, eu acho que o estudo é fundamental para qualquer trabalhador de terreiro, seja médium de atendimento, seja médium de transporte, seja cambone, seja ogã, seja curimbeiro, os voluntários que ficam do lado de fora do abassá. Todo mundo que faz parte da corrente mediúnica precisa se aprofundar nos estudos espirituais.
Agora, uma coisa que eu discordo do que foi falado para você, Fernanda, é o seguinte: Você disse que trabalhou como médium num centro kardecista durante um bom tempo, né? Então, você já deve ter uma bagagem muito boa de conhecimento de como funciona a mediunidade e as leis que regem os dois planos da vida. Ou pelo menos você tenha uma noção sobre esses assuntos, já que você tem um certo conhecimento empírito sobre isso, né? Ou seja, você tem o conhecimento prático de como funcionam as coisas no Centro Kardecista.
Agora, a pessoa chegar para você e falar que tudo aquilo que você aprendeu no kardecismo não vale de nada na Umbanda. Me desculpa, Fernanda, mas eu discordo totalmente desse absurdo que foi falado. O conhecimento nunca se perde! O conhecimento se acumula! E não é porque a Umbanda tem uma ritualística totalmente diferente do kardecismo que as Leis de Deus vão ser diferentes! Quando se trata de mediunidade, de manifestações de espíritos, de trabalhos de cura, sinto muito de quem pensa o contrário, mas as leis são as mesmas! Afinal de contas, a gente está falando de fenômenos naturais, não é verdade?
Ah, Evandro, você está errado! Não é fenômeno natural, não! É fenômeno sobrenatural! Que seja! Dê o nome que você quiser para isso! Para mim são fenômenos naturais, porque o sobrenatural não existe! Gente, sabe o que é um fenômeno sobrenatural? É aquilo que a ciência ainda não consegue explicar. Você pensa que mediunidade ou materialização de espíritos ou objetos que se movem sozinhos são fenômenos sobrenaturais, porque a ciência ainda não consegue explicar isso. Mas chegará o dia em que tudo isso vai ter uma explicação racional e lógica.
Então, Fernanda… Eu até me perdi na resposta que eu estava dando para você. Ah, lembrei! Isso que a pessoa falou que o seu conhecimento ou a experiência que você teve no Centro Espírita não vale nada é bobeira, tá? A Umbanda e o kardecismo podem até ter maneiras diferentes de trabalhar, mas se você parar para estudar a fundo, você vai perceber que os alicerces são os mesmos! Então, o conhecimento que você adquiriu no kardecismo é importante sim para a Umbanda!
Bom, espero que eu tenha conseguido elucidar um pouquinho a sua dúvida. Você escreveu mais coisa na mensagem, Fernanda, que eu não vou comentar aqui no Podcast, mas se você tiver algum outro questionamento, pode me mandar outra mensagem, pelo whatsapp mesmo, que eu te respondo no particular, tá certo? Eu fico um pouco chateado com essas experiências infelizes que algumas pessoas tem nos terreiros, por conta do despreparo dos trabalhadores, mas saiba que a Umbanda é muito maior do que essas picuinhas das pessoas. Um grande abraço, minha irmã! Que o nosso Pai Oxalá continue guiando os teus passos por essa estrada linda da Umbanda.
E aí, Sofia? Qual é a proxima mensagem que você tem para a gente?
Ivana:
A Ivana, que mora na cidade de Mauá, entrou em contato e mandou a seguinte mensagem:
Boa noite Evandro. Primeiramente gostaria de agradecer por nos dar a oportunidade de esclarecer algumas dúvidas. Sou iniciante na umbanda, vim do kardecismo, e agora estou me encontrando. Apesar de estar bem perdida, ouço seu podcast que me ajuda a entender melhor. Estou no início da incorporação e tenho muita dificuldade para me concentrar e dar passagem. Caso você puder me orientar nesse aspecto, ficarei muito feliz. Obrigada.
Evandro:
Oi Ivana! Obrigado pelo contato, obrigado por você dedicar um tempinho para enviar a sua dúvida. E olha… eu sei como é difícil esse início do desenvolvimento mediúnico. Você disse que está no início da incorporação e tem muita dificuldade para se concentrar e dar passagem. Essa falta de concentração que você tem, Ivana, na verdade é uma indisciplina da sua mente, sabe? A partir do momento em que você começa a ter foco no trabalho mediúnico, você vai perceber que a sua concentração vai continuar firme.
Bom, eu suponho que se você já está no início da incorporação, muito provavelmente você já sente bem forte a irradiação da Entidade, certo? O que é essa irradiação? É quando você começa a perceber o espírito se aproximando de você, você começa a perceber a energia dele do seu lado. Então, a primeira etapa no desenvolvimento mediúnico para quem é médium de incorporação é justamente sentir a irradiação da Entidade.
Agora, o que acontece, na maioria das vezes, com os médiuns iniciantes? Eles começam a sentir a irradiação da Entidade, e eles ficam deslumbrado com aquilo! Muitos chegam até mesmo a achar que aquilo é a incorporação, quando na verdade não é! É apenas a aproximação do espírito. E eu entendo esse deslumbre todo que as pessoas tem, porque é uma energia muito boa! Eu também já passei por isso, eu sei como é essa empolgação inicial!
Eu lembro daquela época, quando eu estava no meu processo de desenvolvimento mediúnico, quando eu começava a sentir a vibração da Entidade, eu já perdia totalmente o foco da concentração que eu estava fazendo, sabe? Quando eu começava a ter os tremeliques, meu corpo começava a vibrar muito, a minha mente já dispersava. E lógico, né? Quando a minha mente dispersava, quando eu interrompia a minha concentração, eu acabava perdendo a conexão com o guia e não sentia mais nada! Apesar do guia continuar lá do meu lado, a minh falta de conexão mental impossibilitava qualquer tipo de conexão energética.
Talvez seja isso o que esteja acontecendo com você, não sei! É apenas uma suposição da minha parte, porque para eu te dar um resposta mais precisa, eu teria que estar presente, do seu lado, na gira de desenvolvimento. Mas, o que eu digo para você, Ivana, se for isso, é para você ter paciência e ir se acostumando com as irradiações. Não cria expectativa, não fica ansiosa, porque a expectativa e a ansiedade só atrapalham. Se você sente uma vibração no seu corpo no momento que você está se concentrando, deixa aquilo fluir como se fosse uma coisa natural. Não dê demasiada importância às irradiações que você sente. Mantém a sua concentração, de acordo com as orientações que você recebe no seu terreiro, de acordo com a maneira deles fazerem o desenvolvimento mediúnico e você vai ver que, quando você menos esperar, o seu guia espiritual vai estar se comunicando através de você, às vezes sem você perceber que isso está acontecendo.
A única coisa que você precisa ter é paciência, disciplina nos exercícios, fé na espiritualidade que te acompanha e continuar estudando muito para que você se torne uma boa médium. Tá bom, minha irmã! Mas qualquer outra dúvida que você tiver, pode mandar uma mensagem para mim que eu demoro, mas eu respondo. Tá certo? Que o nosso Pai Oxalá te abençoe e continua firme no teu desenvolvimento.
O que mais temos para hoje, Sofia?
Marcelo:
O Marcelo que mora na cidade de São Paulo escreveu o seguinte:
Salve, Seu Zé! Estou começando agora a conhecer o malandro e estou apaixonado nele! Quero me doar mais a ele e não sei como. Eu não frequento um terreiro umbandista, logo não o recebo, mas quero receber. Como faço?
Evandro:
Oi Marcelo! Obrigado pela mensagem e por ouvir o Podcast. E Salve Seu Zé! Salve a Malandragem! Provavelmente você deve ter ouvido algum episódio em que eu falei sobre o Zé Pelintra, né? Ou sobre a Linha dos Malandros. Você escreveu para mim perguntando como que você faz para receber o Malandro, já que você tem sentido ele na sua vida. Olha, Marcelo, eu como umbandista, o que eu sugiro é que você procure um terreiro de Umbanda para fazer o desenvolvimento mediúnico.
Eu já falei em alguns episódios anteriores, inclusive, do perigo que é fazer o desenvolvimento mediúnico sem a orientação adequada. Então, para você ter certeza que você realmente tem uma Entidade que trabalha na Linha dos Malandros, é imprescindível que você faça o seu desenvolvimento mediúnico numa casa séria, tá!
Porque assim… Eu não sei que grau que está a sua mediunidade, mas no começo é muito difícil da gente conseguir identificar o espírito que está irradiando do nosso lado, sabe? Eu tinha uma enorme dificuldade, no começo, de saber qual Entidade que estava do meu lado. Então, para tirar a prova dos nove, seria legal você começar a fazer um desenvolvimento.
Mas se realmente você tiver um malandro do seu lado e quiser aumentar a sua sintonia com ele, O que você pode fazer? Compra a imagem pequena do Zé Pelintra (ou de qualquer outro malandro que você sentir no coração), faz um altarzinho na sua casa ou arruma um lugarzinho para ele ficar em alguma prateleira e começa a fazer firmezas. Compra uma vela bicolor, sabe? Aquela branca e vermelha ou branca e amarela, que são as cores que eu costumo usar para os malandros. E uma vez por semana, num dia e horário específico, você acende a vela em frente à imagem que você comprou. Se você quiser, também pode colocar uma dose de pinga para ele ou alguma outra bebida que lhe for intuída com o tempo. Daí você faz as suas preces, pede proteção, pede amparo, canta ponto de malandro! Você vai ver como a sua sintonia com ele vai aumentar muito, mesmo se você não tiver frequentando terreiro nenhum.
Mas é lógico, isso aí que eu falei é mais para você aumentar a sua sintonia com ele. Isso não significa que você vai incorporar o malandro fazendo essas firmezas, tá? Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Para incorporar, é necessário que você passe por todo um processo de desenvolvimento mediúnico que demanda tempo e estudo. Um grande abraço, Marcelo! Que Seu Zé continue abençoando a sua vida!
Dá tempo de responder mais uma pergunta, Sofia?
Vladimir:
Eu acredito que sim. Ainda temos uns minutinhos pela frente. O Vladimir que mora na cidade de Registro entrou em contato e mandou a seguinte mensagem:
Bom dia Evandro. Eu selecionei três razões pelo meu contato, porque primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo seu trabalho e dizer que sempre ouço o podcast quando estou dirigindo ou antes de dormir. Segundo vem a dúvida e sugestão. Eu não tenho religião, mas acredito em espíritos e ultimamente tenho me interessado muito pela Umbanda. A minha dúvida é em relação à incorporação. Por que na incorporação da Umbanda a forma do espírito falar é feita de forma característica à entidade? Por exemplo: o Preto Velho se manifesta com vocabulário diferente de um Caboclo. Inclusive as vestimentas são diferentes. Quando assisti vídeos de manifestações do Espiritismo os espíritos se manifestam de acordo com o modo de falar do médium. Você poderia fazer um episódio esclarecendo essa diferença de manifestação do Espiritismo e Umbanda? Muito obrigado
Evandro:
Oi Vladimir! Adorei ter recebido a sua mensagem! Muito obrigado pelo contato! E olha, essa sua pergunta é muito interessante, viu! Eu aposto que tem um monte de gente que já fez algum questionamento parecido com o seu alguma vez. Por que que na incorporação, muitas vezes, o espírito tem um jeito todo característico de falar? Bom, primeiro vamos falar sobre isso, tá? Vamos deixar de lado qualquer tipo de mistificação, de animismo, de comunicações menos sérias e partir do pressuposto que a Entidade realmente está se manifestando no médium.
Porque a gente sabe, né, Vladimir, que tem muita picaretagem por aí, de médium que se diz incorporado mas que não está incorporado pissiroca nenhuma! Mas, enfim, se aquela incorporação está sendo legítima, verdadeira, muitas vezes você vai notar que a maneira de falar do médium fica ligeiramente diferente (dependendo do tipo de mediunidade que ele tem). E eu quero enfatizar isso porque não são todas as mediunidades de incorporação que o médium vai mudar a maneira dele falar. Por exemplo, se o médium tiver uma mediunidade mais intuitiva, que daí eu já não considero mais uma mediunidade de incorporação, a mensagem vai ser transmitida da maneira que o médium normalmente falaria. E está tudo bem! A mediunidade intuitiva também é um tipo de manifestação do plano espiritual. O médium capta a mensagem da entidade e reveste a ideia que a Entidade está passando com suas próprias palavras. Por isso que as pessoas vão ouvir a mensagem com os trejeitos do médium. Entende?
Agora, se a mediunidade do médium for menos intuitiva e mais psicofônica, ou seja, quando o espírito utiliza diretamente as cordas vocais do médium para se comunicar, é natural que a maneira de falar característica da Entidade se torne mais perceptível. Daí você vai notar com mais clareza os trejeitos da Entidade. Só que você poderia perguntar para mim assim: “Mas então a mediunidade psicofônica é melhor do que a mediunidade intuitiva?” Absolutamente não! Os dois tipos de mediunidade são igualmente eficientes para transmitir a mensagem. E tem algumas situações, inclusive, Vladimir, que a mediunidade intuitiva leva uma certa vantagem, sabe?
Porque, algumas vezes, a Entidade comunicante já desencarnou há tanto tempo, que ela tem uma certa dificuldade de ser compreendida. Afinal de contas, ela viveu numa outra época totalmente diferente da nossa. É o que acontece muito com os pretos-velhos, por exemplo. Algumas vezes, a gente percebe a dificuldade de comunicação. E nesse ponto, a mediunidade intuitiva vem como um auxílio muito importante para a Entidade, porque a Entidade vai passar a ideia para o médium e o médium vai conseguir vestir essa ideia com o vocabulário que ele possui. E fazendo isso, a mensagem também fica mais clara para as pessoas que estão ouvindo. Você percebe?
Por outro lado, a mediunidade psicofonica também é importante. Por que? Primeiro; para dar veracidade à comunicação. Muita gente não acredita que seja o espírito que está falando e precisa dessa comprovação mais contundente, digamos assim. Inclusive o médium! Às vezes, o próprio médium duvida da comunicação que o espírito está dando. O médium acha que é ele mesmo que está falando, que é coisa da cabeça dele. Nessas horas, a mediunidade psicofônica acaba fortalecendo o médium na sua fé.
Também tem as pessoas que estão sendo auxiliadas, né? Muitas pessoas que vão procurar ajuda no terreiro ficam na dúvida se é o médium que está falando, se é a Entidade. Mas dependendo do grau de mediunidade psicofônica, essa dúvida desaparece.
Então, Vladimir, eu penso que esse é um recurso que a Espiritualidade usa principalmente para fortalecer a fé das pessoas. O modo de falar da entidade acaba servindo como um instrumento de confirmação ou de persuação de que aquela mensagem realmente está sendo passada por uma inteligência externa ao médium. Está certo, meu irmão?
Agora, eu queria fazer um comentário sobre um trecho da sua mensagem que me chamou a atenção. Você disse assim: “Ah, por exemplo, o Preto Velho se manifesta diferente de um Caboclo, inclusive nas vestimentas.” Olha, Vladimir, eu não sei o que você já viu de Umbanda até hoje, ou se você já frequentou algum terreiro. Mas na Umbanda que eu pratico, por exemplo, a vestimenta é uma só! É a roupa branca do médium! Independente da linha de trabalho que estiver presente no dia. A roupa do médium vai ser sempre branca.
Claro, se você for um médium clarividente, obviamente que você vai conseguir enxergar as Entidades incorporadas com as suas vestimentas próprias. Mas daí, a gente está falando de você enxergar espírito. Não é disso que eu estou falando.
Porque tem terreiro, meu irmão, não querendo desrespeitar o trabalho que eles fazem e não duvidando, em momento algum de que existe realmente uma Espiritualidade presente lá no local dando sustentação… Mas tem terreiro que acaba exagerando um pouco nos fetiches, né? Tem médium que acaba se empolgando e querendo se vestir como se fosse a própria Entidade. Isso aí, eu já acho desnecessário, sabe? A Espiritualidade vai trabalhar da mesma forma se você estiver vestido como um índio ou se você estiver vestido de branco. A Espiritualidade vai trabalhar da mesma forma se você estiver vestido de Exú, usando capa e cartola, ou se você estiver vestido de branco.
Daí, algumas pessoas podem falar assim: “Ah, Evandro, você está falando bobeira! Porque a roupa da Entidade me protege das energias ruins!” Sim! Eu não estou duvidando disso! Assim como a roupa branca também vai te proteger, se for usada da maneira certa!
Daí, a pessoa pode falar assim: “Ah, mas eu vestindo a roupa do Exú ou a roupa do malandro ou colocando a boina do marinheiro, eu consigo me conectar melhor com a Entidade”. Bom, se isso ajuda você, como médium a se conectar melhor com o seu guia, tudo bem! Talvez esse procedimento seja até eficaz no início do desenvolvimento mediúnico, quando você ainda não tem firmeza suficiente com o seu guia espiritual.
Mas a partir do momento que você vai se tornando um médium mais experiente, você vai perceber que não há mais a necessidade de usar essas fantasias para se conectar com as Entidades. Porque a sua mediunidade vai se tornar tão natural quanto abrir e fechar os olhos.
Está certo, meu irmão? Era só esse comentário a mais que eu queria fazer antes de finalizar a resposta. Espero que eu tenha conseguido te esclarecer. Eu fico muito feliz que você, apesar de não possuir religião alguma, como você disse, que esteja se interessando por esses assuntos espiritualistas. Muito obrigado, Vladimir, por acompanhar o Alma de Poeta.
Então é isso, gente! Já estrapolou o nosso tempo! Hoje a gente tirou o episódio para responder dúvidas. Eu espero que as respotas tenham agregado mais um pouquinho de conhecimento para vocês. Isso que eu falei hoje, vale para as religiões espiritualistas de uma maneira geral, não apenas para a Umbanda, tá? Claro, eu acabo relacionando esses ensinamentos com a Umbanda porque é a minha religião, é a minha fé.
Mas o entendimento das Leis que regem o mundo espiritual se aplicam a todas as outras crenças que, de uma maneira ou outra, também trabalham com a mediunidade. Tá certo?
E olha, se eu não respondi a sua mensagem ainda… Você que entrou em contato com o Alma de Poeta, não se preocupe que eu vou responder, tá? Pelas minha contas aqui, ainda deve ter umas 50 mensagens pendentes de resposta, mas que eu vou respondendo aos pouquinhos aqui nos episódios. O que está me faltand é tempo para gravar os episódios com mais frequência. E eu não quero dar uma resposta de qualquer jeito das dúvidas que vocês encaminham para mim, né?
Afinal de contas, se vocês tiveram a consideração de dedicar o tempo de vocês para me escrever, nada mais justo que eu também dedique o meu tempo para dar uma resposta decente das dúvidas que vocês me trazem. Então, por isso eu peço desculpas para vocês por eu estar demorando muito para responder. Peço desculpas, inclusive, para as pessoas para quem eu respondi hoje: para a Fernanda, para a Ivana, para o Marcelo, para o Vladimir. Eu sei que vocês me escreveram há um tempão, mas infelizmente só hoje eu consegui dar uma resposta. Me perdoem pela demora.
E é isso, gente! Não se esqueçam que o Alma de Poeta também stá disponível para vocês nas principais plataformas de áudio. Você pode encontrar o nosso Podcast no Spotify, no Deezer, Amazon Music, Google Podcast, Apple Podcast, Youtube! Ou se vocês preferirem, podem visitar o nosso site: almadepoeta.com.br. Lá também estão disponíveis todos os episódio para vocês ouvirem.
E eu faço o pedido novamente para vocês, né? Se vocês estão gostando do Podcast, vocês podem contribuir com o Alma de Poeta fazendo uma pequena doação para ajudar a manter o nosso programa no ar. Não precisa ser muita coisa! O pouquinho que vocês quiserem doar de coração, vai ser uma ajuda muito bem vinda! É só você entrar lá no site e clicar no botãozinho “quero ajudar” para fazer a sua contribuição e se tornar um colaborador do nosso Podcast.
E mesmo se você não tiver condições de doar nesse momento ou se você preferir não fazer nenhum tipo de doação em dinheiro, né? Muita gente não gosta de fazer doação em dinheiro, tem a opção também de você entrar lá no site e clicar em um ou dois anúncios que aparecem lá. Fazendo isso, vocês também estão ajudando o podcast a receber alguns centavos do Google por cada anunciante que vocês visitam. Tá certo?
Um grande abraço a todos, minha família virtual de Podcast. Fiquem com Deus, que o nosso Pai Maior continue iluminando o caminho de todos vocês e até o nosso próximo encontro.
oiê Evandro tudo bem? axé
eu comecei hoje escuta seu Podcast
adorei muito,e tenho uma pergunta pra você
eu já frequento uma casa de umbanda faz uns tempinho
eu sinto as intimidade os espíritos eu começo me tremer todo kkk
não sei se é normal mais eu queria uma diga pra eu como faço pra começar receber as intimidade, eu entrei junto com meu amigo ele já receber ,mas acho que eu sinto medo ainda mais quero começa a trabalhar com a intimidades queria saber o que posso fazer pra receber?
obrigado e axé