PRIMEIRA PARTE DO PODCAST
Olá, minha família do Axé! Sejam muito bem vindos a mais um episódio do Podcast Alma de Poeta. Hoje iremos comentar um pouco mais sobre a Lenda de Oxalá e Exú, além de falar mais algumas poesias do Pai Antônio. Mas antes de começar, então, quer dizer que o último episódio foi apresentado pelo Dário e pela Sofia? Bom, espero que vocês tenham gostado, pelo menos do conteúdo que foi abordado, né?
Porque o Dário e a Sofia, apesar deles terem uma dicção muito boa, eles falam as palavras com muita clareza. Mas, na minha opinião, às vezes falta um pouquinho de emotividade na maneira que eles falam. Bom, eu pelo menos acho isso, mas talvez a Sofia e o Dário discordem da minha opinião.
Meu nome é Evandro Tanaka, eu sou médium umbandista e hoje eu quero iniciar esse episódio com uma mensagem que eu recebi de um ouvinte. E depois, eu vou compartilhar com vocês mais algumas poesias passadas pelo Plano Espiritual. Porque já faz um tempão que a gente não houve nenhuma poesias do Pai Antônio, não é verdade? Eu não sei vocês, mas eu já estou com saudade de colocar as poesias dele aqui no Podcast.
Então para começar, eu quero compartilhar com vocês a mensagem que eu recebi do André Araújo, que mora na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo. O André escreveu para mim, na verdade, não foi exatamente para tirar uma dúvida. Ele escreveu para mim para passar uma intepretação pessoal que ele tem sobre a lenda africana que eu contei para vocês lá no episódio 118 que fala sobre Oxalá e Exú. Vocês estão lembrados?
A LENDA DE OXALÁ E EXÚ
Se vocês ainda não ouviram a Lenda de Oxalá e Exú, dá uma pausa aqui e ouve primeiro o episódio 118 que vocês vão entender melhor o que o André está falando. E gente, eu achei magnífica essa interpretação que o André teve sobre o Itã que conta a história de Oxalá e Exú.
Dário, será que você pode ler para a gente a mensagem que o André escreveu?
DÁRIO:
Claro! Posso sim! O André escreveu o seguinte: Olá Evandro, bom dia! Estou no episódio 118, onde você conta a lenda de Exú e faz uma interpretação sobre Oxalá e Exú. Eu tenho um ponto de vista diferente. Vamos ver se eu consigo me expressar…
No episódio, você conta a lenda e explica que Exú é o vazio absoluto e que Oxalá é o todo que preenche este vazio. Até aqui, eu também penso dessa forma. Mas você continua falando que para chegar a Oxalá é necessário deixar as oferendas na encruza, e que essas oferendas deveriam ser as boas ações e etc.
Aqui eu tenho um ponto de vista diferente do seu. No meu ponto de vista, quando chegamos na encruza, indo para a casa de Oxalá, devemos deixar tudo o que temos, todas as nossas crenças, todos os nossos valores, toda a nossa suposta sabedoria, todos os vícios, desejos, etc., pois tudo isso é deste mundo e não pode chegar até Oxalá.
Quando fazemos isso, encontramos o Vazio Absoluto, este que agora pode ser preenchido por essa força que é Oxalá, a energia crística. Assim, quando estamos neste vazio, podemos nos unir à força do todo.
E daí, o André continua a mensagem dele falando o seguinte: Você se recorda de uma passagem bíblica que conta a história de um fariseu que pergunta para Jesus: “Mestre, como devo fazer para segui-lo?”. E Jesus responde para o Fariseu: “Deixa tudo o que tens e segue-me.”
Nesta pasagem, Jesus não está falando de valores deste mundo. Ele está falando do tesouro do fariseu que era tudo o que foi construído por ele como crença.
E aí Evandro? O que você acha do ponto de vista do André?
RESPONDENDO A MENSAGEM
Evandro: Que interpretação maravilhosa, André! Eu adorei a interpretação que você deu ao Itã!!! Eu tenho certeza que o plano superior inspirou você em sabedoria, utilizando a tua intuição apara me passar essa mensagem!
Olha, eu nunca tinha pensado por esse ponto de vista. Eu achei fantástico! Realmente, quando a gente busca o Poder de Oxalá, a gente tem que se despir de todas as nossas crenças mundanas, né? Eu entendi perfeitamente o que você quis dizer. Para a gente esvaziar o nosso ser das ilusões do mundo antes de buscar as virtudes de Oxalá. Analisando por esse ponto de vista, você está certíssimo, André!
E você até mencionou uma passagem do novo testamento, né? Essa passagem que você mencionou está no livro de São Mateus, no capítulo 19, versículo 21. Na verdade, eu nem sei se era um Fariseu que estava conversando com Jesus, né? Porque a Bíblia só fala que era uma pessoa rica.
Essa passagem bíblica fala o seguinte:
O MANCEBO RICO
“E eis que aproximando-se de Jesus, um mancebo disse-lhe: ‘Bom Mestre, o que eu posso fazer para conseguir a vida eterna?’ Daí Jesus respondeu: ‘Por que me chamas de bom?’ Eu adoro essas respostas espontâneas que Jesus dava. E Jesus continuou falando para o mancebo assim: ‘Não há bom senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida eterna, guarda os mandamentos”.
Daí o rapaz perguntou: “Quais mandamentos?” E Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás pai e mãe e amarás o próximo como a ti mesmo.” E ouvindo isso, o mancebo disse para Jesus assim: “Mestre, todos esses mandamentos eu tenho respeitado desde a minha juventude. O que mais me falta para entrar na vida eterna?”.
Nessa hora, Jesus disse para ele: “Se queres ser perfeito, vende tudo o que tens, dá aos pobres, vem e segue-me. E terás um tesouro no céu”. E o mancebo, ouvindo essas palavras, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
COMENTANDO A PASSAGEM BÍBLICA
Legal essa passagem Bíblica, né? Daí Jesus disse aos seus discípulos: “Em verdade vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.
E como bem disse o André, ao comparar essa passagem bíblica com a lenda de Oxalá e Exú. se você quer ir até a casa de Oxalá, deixa todos os teus interesses na encruza para esvaziar o teu espírito e se encher com a luz de Oxalá.
Eu adorei o que você escreveu, André. Mas só para tentar enriquecer esse debate, eu penso que não basta esvaziar o espírito, não basta você se desapegar dos bens materiais. Eu acho que, ainda assim, mesmo que você se desapegue de todos os seus bens materiais, é necessário que haja boas atitudes. A própria parábola do mancebo rico que tem na bíblia fala isso, né?
Porque Jesus não falou para ele simplesmente se desapegar de tudo o que ele tinha. Ele disse: dê os seus bens aos pobres, ou seja, faça a caridade e cumpra os mandamentos. Isso nada mais é do que você ter boas atitudes, ter bons pensamentos, ter bons sentimentos. Eu penso que só assim, a gente vai conseguir chegar até a casa de Oxalá.
Então, o que você disse está certo. Eu vou, inclusive, internalizar esse ensinamento que você me passou para aplicar na minha vida. Mas eu vou conciliar essa tua interpretação com a minha, sabe André. Esvaziar o espírito e preencher ele com a luz de Oxalá, fazendo o bem. Olha só que lindo isso, né? Muito obrigado, André, por ter passado esse seu ensinamento. Foi muito enriquecedor para mim refletir sobre o seu ponto de vista.
SEGUNDA PARTE DO PODCAST
E essa é a maravilha do nosso Podcast, gente! Da gente conversar sobre Umbanda, sobre espiritualidade, sobre Orixás, sobre Deus, até mesmo comparando os ensinamentos africanos com a nossa Bíblia. Olha só que visão interessante que o André nos trouxe! E para quem ficou meio boiando nesse assunto que a gente conversou sobre Oxalá, Exú, encruzilhada…
Quem ainda não ouviu a lenda de Exú e Oxalá, vai lá no episódio 118 (ou se você estiver ouvindo pelo site é o episódio 18 da segunda temporada). Ouve lá a lenda que conta a história de Exú, Oxalá e o significado das oferendas que você vai conseguir entender melhor esse ensinamento rico que o André nos trouxe.
E agora, dando continuidade ao podcast, eu queria recitar para vocês algumas poesias passadas pelo querido Pai Antônio. Aliás, faz um tempão que eu não recito as poesias psicografadas aqui no Podcast, né? Então, só para compensar esse tempo perdido, eu vou soltar logo cinco poesias que já estavam guardadas aqui para serem publicadas. Vamos ouvir?
A primeira poesia que eu vou recitar para vocês se chama “As Bruxas”.
BRUXAS (POESIA PSICOGRAFADA)
Deixo aqui minha homenagem para essas flores de grande beleza que trabalham cheias de coragem em harmonia com a natureza. São manifestações da divindade, são mulheres de delicadeza que enfrentam a adversidade mas conservam, em si, a pureza. São amigas da noite e da Lua, detentoras de muitos encantos que escondem a sua alma nua debaixo de um escuro manto. Deixo aqui a minha homenagem a esses seres incompreendidos que buscam levar a mensagem a todos que vagam perdidos. Perseguidas e marginalizadas, elas souberam esconder seu poder. Algumas delas morreram queimadas, para em outras vidas renascer. Conhecedoras de toda a magia, trabalham por simples prazer, manipulando certas energias, que faz o mundo florescer!
Essa poesia foi uma homenagem passada pela espiritualidade para todos as pessoas e Entidades também, por que não, que praticam a bruxaria. E olha gente, bruxaria não tem nada a ver com maldade, viu? Ser bruxo ou ser bruxa é aprender a manipular as energias da natureza.
Eu diria para vocês que todas as Entidades que trabalham na Umbanda, de uma certa maneira, elas poderiam ser consideradas bruxas. Porque elas sabem manipular como ninguém a energia dos elementos naturais. E a manipulação energética dos elementos não tem nada a ver com culto ao demônio ou qualquer bobeira parecida que as pessoas costumam falar sobre a bruxaria. A bruxaria em si, como fonte de conhecimento é maravilhosa. Então, eu deixo a minha homenagem também a todas as bruxas e bruxo que existem no mundo.
Vamos ouvir outra poesia? A segunda poesia que eu vou recitar para vocês se chama “Marcas”.
MARCAS (POESIAS PSICOGRAFADA)
Sim, eu tenho marcas. Marcas de quando chorei, de quando sorri, de quando amei. Marcas da minha saudade das pessoas que deixei, Marcas da verdade e das mentiras que contei. Marcas de uma memória, de uma vida, de outrora. Marcas da minha história, de um passado sem glória. Sim, eu tenho marcas, vincos profundos no rosto, marcas de alegria, de amor e de desgosto. Marcas de dias calmos, de flores e sorrisos, marcas de tempestades, de momentos indecisos. Sim, eu tenho marcas! Mas, enfim, quem não as tem? Se estas marcas são minhas, Elas são tuas também!
Linda essa poesia, né? Sempre quando eu recito essa poesia, eu me emociono. Eu tenho muitas marcas! Marcas que foram forjadas no meu espírito a custa de muita dor. E você, tem muitas marcas? Provavelmente você também tem. Todos nós temos marcas, não é verdade? Pessoas que nos marcaram, situações que nos marcaram, momentos… Essas são as marcas que o nosso espírito carrega.
A próxima poesia que eu quero compartilhar com vocês se chama “Fantasia de Erê”. Olha só que poesia bonitinha!
FANTASIA DE ERÊ (POESIA PSICOGRAFADA)
De repente lembro dos brinquedos guardados, dos meus medos velados esquecidos no armário, adormecidos em mim. A fantasia se esvai neste mundo de adultos mas o riso da criança permanece, junto ao Pai, mergulhado na esperança de viver a eterna dança numa alma de criança fantasiada de Erê. Pequenino radiante, de energia vibrante ilumina o meu ser! Traz a alegria constante e a vontade incessante de querer brincar com você!
Ah, os Erês! Sempre com uma energia maravihosa! Essa poesia, quem me passou foi o Pedrinho, o Erê que me acompanha. o Pedrinho é muito fofo! Ele tem um jeito espoleta, como toda criança, mas na simplicidade dele, são transmitidos ensinamentos maravilhosos. Aliás, tem uma outra poesia dele que se chama “Encantados”. Deixa eu procurar ela aqui para mostrar para vocês.
ENCANTADOS (POESIA PSICOGRAFADA)
Vivemos num conto de fada, numa pequena floresta encantada cheia de gnomos, ondinas e silfos. Somos crianças, no jardim do Éden que os anjos do Senhor recebem em seus braços, repletos de amor. Onde nós vivemos, o ar é leve e a luz é branca como a neve, numa paragem celestial. Desenhamos contornos coloridos, elevando os nossos sentidos, sublimando o lado emocional. Somos crianças, vivemos contentes, despreocupadas naquele ambiente, próximas à Esfera Crística! Pintamos o nosso próprio arco-íris, a Luz Divina, a iluminar nossa íris na plenitude da perfeição. Somos Erês, somos crianças, fazemos da vida, uma eterna dança, num mundo sem preocupações. Alegria da alma, que traz a esperança, nos teus olhos, somos a lembrança de que existem bons corações. Pintamos o sete, com a nossa energia, transformamos tristeza em alegria, misturamos as cores da natureza! O verde das matas, o azul do céu, o branco numa folha de papel, todas as cores tem sua beleza! Somos pequenos, somos felizes, das leis de Deus, somos aprendizes, fazemos parte da Criação! Quando nos olham, nos veem crianças, mas o que enxergam é a semelhança da pureza que vem do coração!
Gente, eu não sei vocês, mas sempre quando eu ouço essa poesia, me dá um ânimo, uma alegria, uma vontade de viver! Sei lá… essa poesia para mim é inspiradora. É a energia mais pura do Orixá Ibeji trazendo esperança para as nossas vidas. Linda, né?
E para terminar o sarau de hoje. Eu vou recitar uma última poesia, muito bonita também, que se chama “Pedras e Nuvens”.
PEDRAS E NUVENS (POESIA PSICOGRAFADA)
Às vezes aparecem as pedras e nuvens escuras pelo caminho, para mostrar que, mesmo nas trevas, teu espírito não está sozinho. Pois as trevas fazem parte da luz, assim como a morte faz parte da vida, nessa estrada que o destino conduz, de curvas fechadas e retas floridas. Às vezes afogamos em lágrimas por coisas que deixam a alma confusa. Mas o destino vem mudar a página fazendo enxugar a lágrima intrusa. A pedra pontuda que machuca o teu pé, quando caminhas descalço na estrada, é a mesma pedra que promove a fé dos que compreendem a caminhada. As nuvens escuras pairando no céu, que provocam temor e tristeza, são nuvens que trazem a água da chuva, para cobrir de bençãos a natureza. Perceba que Deus está em tua volta, envolvendo-te em desvelado carinho. Convidando-te a abandonar a revolta para tirar a pedra do teu caminho.
Essa poesia foi passada diretamente pelo Pai Antônio. A sabedoria de um preto-velho passando ensinamentos sublimes, por meio de versos. Gratidão, meu Pai Antônio, por todo o amparo que tem me proporcionado nessa vida. Por toda a luz que tem derramado em meus passos. E principalmente por me ajudar a caminhar pelo caminho pedregoso da vida.
PARTE FINAL DO PODCAST
Bom, pessoal, espero que vocês tenham gostado de mais esse episódio. Espero que vocês tenham curtido as poesias recebidas da espiritualidade. Eu fico muito feliz de ter vocês todos na minha vida! Eu elevo o meu pensamento ao Nosso Pai Olorum, todos os dias, pedindo para que vocês todos que ouvem o Podcast tenham muita saúde, muita paz e muita prosperidade!
Agradeço o André, por ter enviado a mensagem para mim dando uma interpretação muito linda sobre a lenda de Oxalá e Exú. Eu sei que demorou um tempão para eu responder sua mensagem, né André? Mas eu espero que você compreenda. Aliás, tem muita mensgem ainda para responder, muita gente que tem entrado em contato comigo, mas aos pouquinhos eu vou dando um retorno para todos vocês que entraram em contato comigo pelo site do Podcast.
Eu quero aproveitar também e agradecer a Keiko, que mora no Japão, na província de Shiga, pela doação carinhosa que ela fez para o Podcast. A Keiko entrou em contato comigo por e-mail e perguntou se ela poderia colaborar de alguma forma com o Podcast, mesmo morando no Exterior. E a sua doação está sendo muito importante, viu Keiko, para poder manter no ar esse programa. Muito obrigado, de coração!
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Um grande abraço, meus irmãos, minhas irmãs! Lembrem-se que o Podcast está disponível para ser ouvido, não apenas no site almadepoeta.com.br, mas vocês também podem ouvir pelo Spotify, pelo Deezer, Amazon Music, Google Podcast, Apple Podcast, Youtube… Enfim, pela plataforma de áudio que vocês preferirem. Só não esquece de, de vez em quando, entrar no site lá para ajudar a clicar nos links patrocinados e dar a sua contribuição que é muito importante para a gente.
Que o nosso Pai Oxalá os abençoe, trazendo muita paz e muita luz na vida de cada um de vocês. Fiquem com Deus e até o nosso próximo encontro.
